Pesquisadores da 'Universidade Técnica de Munique’ Conseguiram Medir a 'Rotação da Terra' Com Maior Exatidão
Olá leitores e leitoras do BS!
Pois então, no dia de ontem (13/11) foi postada uma notícia
no site Inovação Tecnológica destacando
que pesquisadores da ‘Universidade
Técnica de Munique’, na Alemanha, conseguiram medir a Rotação da
Terra com a maior exatidão já alcançada até hoje. Entendam
melhor essa história pela matéria abaixo.
Brazilian Space
ESPAÇO
Rotação da Terra é Medida Com Precisão Inédita
Redação do Site Inovação Tecnológica
13/11/202
[Imagem: Astrid Eckert/TUM]
Velocidade de Rotação da Terra
Pesquisadores da
Universidade Técnica de Munique, na Alemanha, conseguiram medir a rotação da
Terra com a maior exatidão já alcançada até hoje.
As medições serão
utilizadas para determinar a posição da Terra no espaço, mas também
beneficiarão outras áreas, como as pesquisas climáticas, tornando os modelos do
clima mais confiáveis.
O recorde foi
batido graças ao Observatório Geodésico Wettzell, que vem melhorando a precisão
do seu anel de laser há mais de uma década - em 2011, o laboratório mediu
a rotação da Terra diretamente pela primeira vez.
Na sua viagem
através do espaço, a Terra gira em torno do seu eixo a velocidades ligeiramente
variáveis. Além disso, o eixo em torno do qual o planeta gira não é
completamente estático, oscilando ligeiramente porque a Terra não é
completamente sólida - não apenas a superfície, mas o interior da própria Terra
também está em constante movimento.
Essas mudanças na
massa aceleram ou freiam a rotação do planeta, diferenças que podem ser
detectadas usando sistemas de medição extremamente precisos, como como o anel
de laser. O laboratório é formado por dois feixes de laser em contra-rotação,
que viajam em torno de uma rota quadrada, com espelhos nos cantos, que formam
um circuito fechado.
Quando o conjunto
gira, a luz que roda no mesmo sentido tem de viajar mais do que a luz em
contra-rotação. Isto causa uma interferência entre os dois feixes, que
"ajustam" seus comprimentos de onda, fazendo com que a frequência
óptica se altere. Essa diferença pode ser usada para calcular a velocidade
rotacional do experimento - a diferença é que, no laboratório Wettzell é a
Terra que gira, e não o anel de laser.
Sem o movimento
da Terra, a luz percorreria a mesma distância em ambas as direções. Mas, como o
dispositivo se move junto com o planeta, a distância de um dos feixes de laser
é menor, uma vez que a rotação da Terra aproxima os espelhos do feixe. Na
direção oposta, a luz percorre uma distância correspondentemente maior. Este
efeito cria uma diferença nas frequências das duas ondas de luz, cuja
superposição gera uma nota de batida que pode ser medida com muita precisão.
[Imagem: TUM/FESG]
Os cientistas precisam passar por um túnel de vinte metros, com cinco portas frigoríficas, para chegar até o laser. |
Otimização
Quanto maior a
velocidade com que a Terra gira, maior será a diferença entre as duas
frequências ópticas. No equador, a Terra gira 15 graus para leste a cada hora.
Isso gera um sinal de 348,5 Hz no dispositivo de medição. Flutuações na duração
do dia manifestam-se com valores de 1 a 3 milionésimos de Hz (1 - 3
microhertz).
Ao longo dos
anos, cada elemento do laboratório tem sido otimizado, permitindo agora medir a
rotação da Terra com precisão de até 9 casas decimais, correspondendo a uma
fração de milissegundo por dia. Em termos dos feixes de laser, isso equivale a
uma incerteza que começa apenas na 20ª casa decimal da frequência da luz e é
estável por vários meses. No geral, as flutuações para cima e para baixo
observadas atingiram valores de até 6 milissegundos durante períodos de
aproximadamente duas semanas.
"Aqui,
relatamos a observação de variações mínimas na taxa de rotação da Terra ao
nível de cinco partes por bilhão, ou seja, com uma resolução de alguns
milissegundos ao longo de 120 dias de medições contínuas," escreveu a
equipe.
Bibliografia:
Artigo: Variations
in the Earth’s rotation rate measured with a ring laser interferometer
Autores:
K. Ulrich Schreiber, Jan Kodet, Urs Hugentobler, Thomas Klügel, Jon-Paul R.
Wells
Revista:
Nature Photonics
DOI:
10.1038/s41566-023-01286-x
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