Missão Estratósferica da NASA Teve Recuperados Seus Dados Sobre Materia Escura, Mesmo Após Ter Sofrido Danos Durante o Seu Pouso Forçado em Junho na Argentina
Olá leitores e leitoras do BS!
Foi postado ontem (16/11) uma notícia
no site Olhar Digital destacando a missão estratosférica ‘Super
Pressure Balloon Imaging Telescope (SuperBIT)’ da NASA, teve os seus dados Sobre
Matéria Escura recuperados pela equipe de pesquisadores, mesmo após no
início desse ano o telescópio ter perdido a comunicação com a Terra e
ter sofrido danos durante o seu pouso em junho na Argentina. Entenda melhor essa
história pela matéria a baixo.
Brazilian Space
CIÊNCIA E
ESPAÇO
Dados Sobre Matéria Escura São Recuperados Após Pouso
Forçado de Missão
Os dados são de
um telescópio estratosférico a bordo de um balão gigante e estavam armazenados
em cartões SD
Por Mateus Dias
Editado por Lucas
Soares
16/11/2023 - 10h08
Via: Site Olha Digital - https://olhardigital.com.br
(Crédito: Richard
Massey/Durham University (CC BY 4.0))
Os dados sobre
matéria escura de um telescópio estratosférico da NASA foram recuperados após ele ter perdido a comunicação
com a Terra no início do ano e sofrer danos durante seu pouso na Argentina em junho. O resgate dos cerca de 200 gigabytes de
imagens de aglomerados de galáxias foi uma missão em si, e envolveu até mesmo a
ajuda da polícia local.
Os dados
coletados haviam sido copiados para unidades de SD acopladas a pára-quedas para
aterrissarem no chão com segurança. O estudo sobre a missão, publicado na
revista Aerospace,
mostra que a recuperação das imagens científicas, mesmo no pior cenário, pode
ser realizada.
* O telescópio
conhecido como Super Pressure Balloon Imaging Telescope (SuperBIT) foi lançado
em abril deste ano a bordo de um balão do tamanho de um estádio de futebol;
* Ele foi lançado
a partir do aeroporto de Wānaka, na Nova Zelândia e ficou flutuando a cerca de
30 mil metros de altura, tendo circulado a Terra cinco vezes;
* A previsão era
que o telescópio ficasse em operação por cerca de 100 dias, no entanto, devido
a ventos conflitantes, a missão foi encerrada depois de 40 dias;
* Após encerrada,
a missão retornou ao local de pouso alvo, uma colina remota no interior da
Argentina.
O problema é que
as coisas não funcionaram como planejado no pouso do telescópio. Após a
aterrissagem, os pára-quedas não se desprenderam da carga útil devido a falhas
no equipamento. Ventos fortes acabaram arrastando o SuperBIT por quilômetros, o
que acabou danificando os equipamentos.
“Nosso telescópio chegou ao ponto em que foi
completamente destruído e perdemos comunicações de alta largura de banda.”
Ellen Sirks,
principal autora do estudo, em comunicado
Coletando Dados
(Crédito: NASA/Bill Rodman)
Geralmente os dados coletados por telescópios em balões são
transferidos para satélites e depois enviados para a Terra. No entanto, esse
sistema exige comunicações em linha de visão, além do processo precisa ser
rápido, o que nem sempre é possível.
No caso do SuperBIT, eram muitos dados coletados em única noite e
transferi-los por meio de satélites seria extremamente lento e caro. Assim, a
melhor maneira de fazer isso, foi copiar as informações para um SD e soltá-los
na Terra, presos a um pára-quedas.
Para que desse certo, Sirks, junto de pesquisadores da Austrália, Reino
Unido, Estados Unidos, Europa, Canadá e Tawian se juntaram para criar “pacotes
de recuperação”. Esses pacotes consistem em microcomputadores com cartões SD
armazenando dados, um link de satélite caseiro para comunicação com o
telescópio e pára-quedas, tudo isso envolto em sacos à prova d’água, como os
utilizados para assar frangos.
Os pacotes da missão já vêm sendo desenvolvidos a cerca de 5 anos e
essa foi a primeira vez que a versão final foi testada. Sua utilização não só
foi um sucesso, como se tornou essencial para a recuperação dos dados coletados
pelo telescópio, a ponto da NASA querer utilizá-los em outras missões
científicas.
Investigando
Matéria Escura em Aglomerados de Galáxias
O telescópio custou cerca de 10 milhões de dólares para ser produzido e
foi enviado para a estratosfera para que mapeasse a matéria escura em torno de
aglomerados de galáxias, medindo como esses objetos celestes distorcem o espaço
e o tempo ao seu redor.
Ele fez capturas em luz visível até quase o ultravioleta. Algumas das
regiões observadas são formação estelar da Nebulosa da Tarântula, a 161 mil
anos-luz da Terra, as duas galáxias Antenas em colisão, a 60 milhões de
anos-luz, e a galáxia espiral Catavento.
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