Satélite Miniaturizado Está Revolucionando as Pesquisas em Órbita
Olá leitor!
Segue abaixo uma interessante matéria publicada
dia (03/02) no jornal “Correio Braziliense” destacando que satélites miniaturizados
estão revolucionando as pesquisas em órbita.
Duda Falcão
CIÊNCIA E SAÚDE
Satélite Miniaturizado Está Revolucionando
as
Pesquisas em Órbita
O CubeSat revoluciona o setor aeroespacial.
Medindo apenas 10cm³,
o equipamento consegue testar novos
dispositivos, além de capturar
imagens e facilitar as telecomunicações
Por Paloma Oliveto
Correio Brazilienze
Postado em 03/02/2019 - 08:00
Foto: AFP / NASA
No fim do ano passado, foi lançado o milésimo CubeSat.
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No fim do ano passado, chegou à Terra uma imagem
de Marte que rapidamente viralizou. Na foto, o Planeta Vermelho mais parecia
uma bola de tênis se chocando contra a rede. Quem registrou a cena não foi o
Hubble ou outro supertelescópio espacial. Na realidade, o responsável foi um
microviajante espacial, o Mars Cube One (MarCO), um satélite do tamanho de uma
maleta, formado por seis cubos com 10cm³, cada um. Muito menores e
infinitamente mais baratos que um equipamento tradicional, os chamados CubeSats
estão revolucionando a pesquisa aeroespacial e, além das aplicações
científicas, têm funções em áreas como telecomunicações e monitoramento de
fronteiras.
Um levantamento do Observatório de Tecnologias
Espaciais do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), organização não
governamental brasileira supervisionada pelo Ministério de Ciência e
Tecnologia, estima que, até 2021, serão lançados mil CubeSats por ano,
mundialmente. Em um artigo publicado no International Journal of Aerospace
Engineering, os técnicos do CGEE, que monitoram o desenvolvimento e a evolução
de tecnologias com potencial de aplicação na área espacial, mostram que 50
países, incluindo o Brasil, lançaram os pequenos satélites desde 2002, quando o
primeiro entrou em órbita. O artigo também é de autoria de Rodrigo Leonardi, da
Agência Espacial Brasileira (AEB).
No fim do ano passado, foi lançado o milésimo
CubeSat. Desses, 60% são dos Estados Unidos, país que mais investe nessa
tecnologia — o MarCO, CubeSat interplanetário, é da Agência Espacial
Norte-Americana (NASA), por exemplo. Desde 2014, o Brasil lançou quatro
nanossatélites. Embora seja um número pequeno, o cenário nacional é promissor,
diz Walter Abrahão dos Santos, pesquisador da Coordenação de Engenharia
Espacial do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). “O nosso
termômetro é o CubeDesign, uma competição realizada pelo Inpe. No ano passado,
foram inscritos quatro projetos. Para este ano, 10. A velocidade com que essa
tecnologia se difunde no país é rápida”, explica.
Para estimular a disseminação do conceito dos
nanossatélites, além do nível acadêmico, a competição do INPE tem outras duas
categorias: uma voltada a alunos do ensino fundamental II e a outra, para o
ensino médio/profissionalizante. No primeiro caso, as crianças são desafiadas a
montar uma estrutura de papelão para proteger uma carga útil de uma queda de
6m, na simulação da reentrada do módulo espacial na atmosfera. Já para os
adolescentes, o desafio é garantir a sobrevivência do pouso de uma sonda. No
nível acadêmico, a competição envolve o desenvolvimento de uma missão de
imageamento, com sistemas análogos a um CubeSat para executá-la.
Retorno
“A difusão do CubSat é algo bom para o Brasil.
Estima-se que cada US$ 1 injetado na indústria espacial gere US$ 10 na
economia”, ressalta Waltehr Abrahão dos Santos, do Inpe. O instituto, aliás,
foi o primeiro a lançar um CubeSat no país, em junho de 2014. Em parceria com a
AEB e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSC), o Inpe colocou em órbita, há
quatro anos e meio, o NanosatC-Br1. Pesando 1kg e ainda no espaço, o
nanossatélite formado por apenas um cubo tem objetivos científicos e
tecnológicos e, entre as missões, monitora condições geomagnéticas da
superfície e em órbita. Santos informa que o Inpe trabalha agora no projeto de
outro CubSat que vai estudar as bolhas de plasma, um fenômeno espacial que
afeta as telecomunicações.
A Agência Espacial Brasileira já colocou em
órbita dois nanossatélites, sendo um deles, o Itasat, em parceria com o Instituto
de Tecnologia da Aeronáutica (ITA), em novembro passado. Formado por seis
cubos, o equipamento de 5,2kg tem como principal objetivo o teste de
tecnologias, como uma placa de sensores para medidas de caracterização do campo
magnético terrestre, uma câmera fotográfica para satélites de pequeno porte e
um experimento de comunicação e transferência de dados com radioamadores.
Os outros CubSats brasileiros são o Serpens, de
um consórcio de universidades, incluindo a Universidade de Brasília (UnB), e
lançado desde a Estação Espacial Internacional em 2015, e o AESP-14,
desenvolvido pelo ITA e pelo INPE, com o objetivo de qualificar engenheiros,
estudantes e pesquisadores brasileiros. Ele também entrou em órbita em 2015. O
levantamento do CGEE identifica outros projetos em andamento, como o Consat, do
INPE e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte; o NanosatC-Br2 (INPE ,
AEB e UFSM) e o Serpens2, monitorado pela Universidade Federal do Grande ABC.
Fronteiras
O próprio CGEE tem pronto um projeto de CubeSat,
informa César A. da Costa, pesquisador da instituição e coautor do artigo
publicado no International Journal of Aerospace Engineering. “No Brasil, temos
um território imenso e um problema para monitorar esse território. Uma das
principais áreas que precisam ser monitoradas são as fronteiras, com 8,5
milhões de quilômetros quadrados. Embora exista um satélite em parceria com a
China que faz esse controle, essa é uma questão de segurança nacional, então o
ideal é ter um satélite exclusivamente nacional”, destaca. O projeto do CGEE é
de um CubeSat que monitore fronteiras, detectando estradas clandestinas.
O pesquisador destaca que, para o Brasil, os
CubeSats são estratégicos, podendo incorporar diversas funções. Testes de
tecnologias desenvolvidas em universidades, telecomunicações e monitoramento do
desmatamento são algumas delas. “Satélites tradicionais pesam toneladas, têm
vários metros e precisam de grandes lançadores, o que torna mais caro
colocá-los no espaço. Os CubeSats são uma tendência aeroespacial. O Brasil não
pode ficar para trás”, diz César A. da Costa.
Fonte: Jornal Correio Braziliense - https://www.correiobraziliense.com.br - 03-02-2019
Comentário: Concordo em gênero,
numero e grau com o que disse no final dessa matéria o pesquisador do CGEE, César
A. da Costa. Realmente o Brasil não pode ficar para trás nessa corrida.
Aproveito para agradecer a nossa leitora Mariana Amorim Fraga pelo envio dessa
matéria.
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