O Projeto Bilionário de Satélites para Conectar Todos os Cantos do Mundo à Internet
Olá leitor!
Segue um interessante artigo postado ontem (27/02) no “Portal TERRA” tendo como destaque o projeto bilionário de satélites da startup britânica "OneWeb" que visa conectar todo os cantos do mundo à internet.
Segue um interessante artigo postado ontem (27/02) no “Portal TERRA” tendo como destaque o projeto bilionário de satélites da startup britânica "OneWeb" que visa conectar todo os cantos do mundo à internet.
Duda Falcão
TECNOLOGIA
O Projeto Bilionário de Satélites para Conectar
Todos os
Cantos do Mundo à Internet
Empresa baseada em Londres diz que foco inicial será em
conectar escolas, barcos,
aviões e grandes áreas do planeta que não estão ligadas -
nem vão estar - à rede de
internet por fibra óptica.
Por Jonathan Amos
Repórter de Ciência da BBC News
27 de Fevereiro de 2019 - 11h12
Atualizado às 12h10
A OneWeb, empresa com sede em Londres, está pronta para
lançar os primeiros seis satélites de seu projeto bilionário para levar
internet a todos os cantos do planeta.
Foto: ONEWEB / BBC News Brasil
A rede ficará a 1.200 km acima da Terra. Satélites
serão
lançados nesta quarta-feira.
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O plano é de colocar cerca de 2 mil objetos do tipo na
órbita em torno da Terra. Outras empresas também prometem colocar chamadas
megaconstelações - redes de novos satélites - em órbita, mas a OneWeb acredita
ter a vantagem de tomado a frente nessa iniciativa, e de contar com um sistema
operacional próprio.
O lançamento de seus satélites, nesta quarta-feira, em um
foguete russo Soyuz, a partir da Guiana Francesa, é programado para as 18h37,
horário de Brasília.
Controladores na sede da OneWeb em Londres estarão
esperando para captar sinais do equipamento quando eles se soltarem da parte
superior do foguete russo.
Stéphane Israël, CEO da Arianespace SAS, empresa que
colocará os satélites em órbita para a OneWeb, usou o Twitter domingo para
comemorar "o sucesso" dos preparativos para o lançamento.
"Operações bem sucedidas ontem (sábado)! Os
satélites da @OneWeb estão agora no nosso veículo de lançamento #Soyuz.
Lançamento em breve! Vai OneWeb! Vai !", escreveu ele.
A tarefa mais importante dos satélites é garantir as
frequências necessárias que permitirão a transmissão de dados em alta velocidade
de internet
Supondo que esses desbravadores tenham o desempenho
esperado, a OneWeb seguirá com a colocação do restante da constelação de
satélites no final do ano.
Haverá um lançamento mensal de foguetes Soyuz, que
levarão até 36 satélites por vez.
Para fornecer cobertura global de internet, serão
necessárias 648 unidades em órbita.
"Nós vamos conectar muita gente que não está
conectada no momento", explicou Adrian Steckel, CEO da OneWeb. "Vamos
começar focando em conectar escolas, navios, aviões e grandes áreas do planeta
que não fazem sentido para fibra (internet por fibra óptica)", disse ele à
BBC News
Foto: ONEWEBB / BBC News Brasil
Cada satélite tem cerca de um metro de diâmetro e pesa menos de 150 kg. |
Quem está apoiando a OneWeb?
A empresa foi criada pelo empresário de telecomunicações
americano Greg Wyler. Ele já havia fundado outra constelação, chamada O3b, que
significa "outros três bilhões" - uma referência à metade do planeta
sem conectividade.
A O3b opera uma frota de 16 satélites que se deslocam
pelo equador a uma altitude de 8.000 km.
A OneWeb é uma ideia ainda mais grandiosa de Wyler - uma
rede muito mais densa que voa a apenas 1.200 km acima do solo.
A proximidade dos satélites, sua alta taxa de
transferência - mais de um terabit por segundo através da constelação - e a
cobertura global prometem transformar o provimento de internet para aqueles que
estão atualmente desassistidos ou simplesmente não contam com o serviço.
Pelo menos essa é a visão compartilhada pelos parceiros
da OneWeb, grupo que inclui empresas como a fabricante de chips Qualcomm, o
Virgin Group, de Richard Branson, a gigante Coca-Cola, a especialista em
comunicações via satélite Hughes e a financiadora de tecnologia SoftBank.
Foto: Getty Images / BBC News Brasil
Carros conectados: A OneWeb quer expandir
os usos da
internet via satélite.
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Quais são os custos dessa iniciativa?
Os custos são bem altos. A tecnologia de satélites é
muito mais barata do que costumava ser, e o grande número de satélites
necessários para a rede reduz o custo unitário. Mesmo assim, os satélites,
produzidos pela Airbus, parceira da OneWeb, tem um preço estimado em cerca de
US$ 1 milhão (o equivalente a R$ 3,75 milhões) cada.
E quando você adiciona toda a infraestrutura necessária
para operar o sistema, o custo total é de mais de US$ 3 bilhões (R$ 11,25
bilhões).
Algumas iniciativas anteriores nessa área, voltadas para
a criação de constelações semelhantes, não deram certo. Empresas de comunicação
por satélites, como a Iridium e a Globalstar, só existem hoje porque processos
de falência as dispensaram de suas dívidas.
Vários outros grupos registraram interesse em competir
com a OneWeb, incluindo a SpaceX, do empresário Elon Musk. Engenheiros da Space
até já colocaram (dois) satélites em órbita para demonstrar tecnologias.
Analistas parecem seguros de apenas uma coisa: o mercado
não dará conta de todas as megaconstelações propostas.
Foto: ONEWEB / BBC News Brasil
Controladores na Virgínia, nos Estados Unidos, e em
Londres têm estado ocupados ensaiando o dia do lançamento.
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Qual é a perspectiva do Reino Unido aqui?
A OneWeb estabeleceu sua sede no oeste de Londres,
capital do Reino Unido, em escritórios antes ocupados pela BBC. A empresa tem
cerca de 70 funcionários atualmente e espera aumentar o número para cerca de
200.
A sede tem uma sala de controle de satélites, embora essa
função também seja realizada nos EUA.
Sucessivos governos do Reino Unido tentaram fomentar um
ambiente regulatório e de negócios que estimulasse empresas espaciais a fazerem
da Grã-Bretanha sua base - e eles conseguiram, acredita o CEO da OneWeb, Adrian
Steckel.
"Acreditamos que a Agência Espacial do Reino Unido
(UKSA) fez um trabalho fantástico, olhando para a OneWeb como um novo marco na
indústria de satélites e ampliando as possibilidades de uso de nossos
serviços", disse ele à BBC News.
"E eles têm trabalhado conosco, de mãos dadas, no
que diz respeito a analisar o processo de regulamentação. Eles têm sido grandes
defensores disso."
A UKSA gasta somas significativas em pesquisa e
desenvolvimento (P&D) de telecomunicações via satélite. A agência faz isso
por meio de sua participação na Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla erm
inglês).
A ESA desenvolve novas tecnologias que, esperamos,
manterão as empresas europeias globalmente competitivas. E a UKSA acaba de
colocar 18 milhões de libras em um programa que deve beneficiar a próxima
geração de satélites da OneWeb, em particular na forma como elas interagem e
trabalham junto às redes móveis terrestres 5G que agora estão sendo fomentadas.
Foto: ESA / BBC News Brasil
Estudo mostra que as novas redes precisarão tirar
de
órbita seus veículos espaciais antigos, para evitar colisões.
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O espaço já não está cheio demais?
Este é um ponto muito debatido. Há mais de 4 mil
satélites operando em órbita, voando em várias altitudes; e um número um pouco
maior de equipamentos espaciais antigos que interromperam as operações.
Se várias megaconstelações forem lançadas, haverá uma
aumento significativo nessa população em órbita - e o potencial de colisões tem
preocupado especialistas.
Um estudo recente - patrocinado pela Agência Espacial
Europeia e apoiado pela Airbus - descobriu que as novas redes precisarão tirar
de órbita seus veículos espaciais antigos, obsoletos, dentro de cinco anos ou
correrão o risco de aumentar seriamente a probabilidade dos objetos se chocarem
uns com os outros.
A OneWeb diz estar com essa preocupação em mente. A UKSA,
como o órgão de licenciamento, tem trabalhado em estreita colaboração com a
empresa para garantir que equipamento ultrapassado seja retirado do céu o
quanto antes.
"Todos os candidatos aprovados para as licenças do
Outer Space Act devem demonstrar adequação às melhores práticas estabelecidas
em termos de operações seguras e sustentáveis", disse um porta-voz.
"Isso inclui o descarte seguro de satélites em fim
de vida útil, por exemplo, retirando-os de órbita para minimizar o potencial de
colisões e a criação de detritos espaciais."
Fonte: Portal Terra - 27/02/2019 - https://www.terra.com.br
Comentário: Pois é leitor, veja como são as coisas. Dentre
todo os problemas já apontados pelo Blog com relação ao projeto do trambolho
espacial francês SGDC-1, na opinião do especialista da área Rui Botelho, esta noticia
sobre a constelação de satélites da startup britânica OneWeb é mais um motivo para jogar por terra qualquer
justificativa sobre este trambolho francês de bandeira brasileira, e pior
ainda, o seu também desejado SGDC-2 na configuração atual como vetor de acesso
a internet. Afinal leitor, o SGDC-1 é sozinho, quase tão caro quanto 1/3 da
constelação Oneweb, e possui taxas de transmissão de dados sofríveis comparadas
com os satélites que voam a 1.200
km , distância essa cerca de 30 vezes menor que a posição
geoestacionária dos SGDC-1. “Se essa justificativa de permitir acesso a
internet a locais remotos foi usada no passado para justificar o SGDC,
justificativa essa que, ao meu ver, só se sustentou para dar um caráter social
de serviço público civil ao satélite, na verdade serviu para conseguir recursos
da Telebrás de modo a viabilizar o projeto como um todo”, disse o especialista. E complementou dizendo: “Não
que o SGDC-1 não seja estratégico para a autonomia e segurança das comunicações
governamentais e militares, mas, no tocante ao serviço de banda larga, é algo
que não se sustentava antes e, com essas novas empresas que vão prestar tal
serviço, fica indefensável o uso dual dos SGDC”. Pois é leitor, diante destas colocações
feitas pelo especialista Rui Botelho,
ficou claro que se o TCU tomar conhecimento desse novo modelo de negócio e dos
valores dos serviços dessas novas empresas e os comparar aos da VIASAT /Telebras,
certamente a situação do SGDC-1 vai ficar ainda pior. Para se inteirar melhor sobre toda essa
história, sugiro ao leitor e á quem possa interessar que visitem os links: http://www.mit.edu/~portillo/files/Comparison-LEO-IAC-2018-slides.pdf,
http://www.unoosa.org/documents/pdf/copuos/stsc/2016/tech-32E.pdf,
http://gsaw.org/wp-content/uploads/2017/03/2017s10moreira_tseu.pdf
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