'Bati na Porta da NASA Várias Vezes': Conheça Ivair Gontijo, o Brasileiro Que Trabalha nas Missões Espaciais Americanas Até Marte
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria postada hoje (13/02) no site
“G1” do globo.com, tendo como destaque o cientista brasileiro do Jet Propulsion
Laboratory (JPL) da NASA, o Dr. Ivair Gontijo, que esteve ontem palestrando na
abertura da Campus Party 2019.
Duda Falcão
CAMPUS PARTY 2019
'Bati na Porta da NASA Várias Vezes':
Conheça Ivair
Gontijo, o Brasileiro Que
Trabalha nas Missões Espaciais
Americanas Até Marte
Há 13 anos no laboratório JPL em Los Angeles, o físico
estudou em escolas
públicas e se formou pela Universidade Federal de Minas
Gerais.
Chegou a fazer curso técnico em agropecuária.
Por Carolina Dantas, G1
13/02/2019 - 07h29
Atualizado há 15 minutos
Foto: Carolina Dantas/G1
Ivair Gontijo, brasileiro que trabalha nas missões
espaciais a Marte, na Campus Party 2019.
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Ivair Gontijo, líder de uma das equipes que ajudaram na
aterrissagem do robô Curiosity em Marte, é brasileiro — um "mineirim"
de Moema, cidade com cerca de 7,4 mil habitantes. Em palestra de abertura
na Campus
Party na noite desta terça-feira (12), ele contou uma parte do
longo caminho até o topo da carreira no Jet Propulsion Laboratoty (JPL),
laboratório da agência espacial americana (NASA).
“O processo de entrar na NASA, com certeza, é complexo. É
a mesma coisa em qualquer país. Por que eles vão dar emprego pra um estrangeiro,
se tem mil americanos querendo o mesmo emprego?", comparou o físico.
"Eu bati na porta da NASA várias vezes. Não foi
da primeira vez. Nem da segunda. Foram muitas vezes. E eu não aceito um 'não'
facilmente. É isso, a gente tem que continuar insistindo”, disse o
físico."
Gontijo estudou em escolas públicas no interior de Minas
Gerais até os 18 anos. Chegou a fazer um curso técnico em agropecuária e
trabalhou na região da nascente do Rio São Francisco. Então, decidiu estudar
física e se mudar para Belo Horizonte — ele fez faculdade na Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG).
"Trabalhar em uma fazenda aguça primeiro a
curiosidade da gente, vendo aquela noite tão escura, aquele céu espetacular – e
[surge] a vontade de criar uma carreira científica. Então, eu trabalhei na
fazenda por três anos economizando dinheiro para ir para Belo Horizonte
estudar."
Foto: NASA/JPL
A missão do robô Curiosity (na foto) encontrou moléculas
orgânicas, desvendou detalhes sobre as estações climáticas
marcianas e detalhou
as variações de temperatura do planeta.
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Antes de se mudar para Los Angeles, em 1998, Gontijo fez
mestrado ainda no Brasil e doutorado em Glasgow, na Escócia.
Há dez anos, ele ajudou a construir os transmissores e
receptores do radar usado na descida do robô Curiosity em Marte. A missão
triunfou desde 2012: encontrou moléculas orgânicas, desvendou detalhes sobre as
estações climáticas marcianas e detalhou as variações de temperatura do planeta
— faz -90ºC nas noites de inverno e 0ºC nas noites de verão.
Para o físico brasileiro, a colonização fora da Terra
envolve outras questões além do frio:
"É possível e é distante. Ainda temos desafios
gigantescos. Até para produzir oxigênio durante uma viagem tripulada para
Marte. Produzir comida. O espaço muito pequeno, confinado. A viagem demora 8
meses e meio, quase 9 meses. Tudo isso é muito complexo, muito difícil, mas são
problemas de engenharia, e com certeza os humanos têm a capacidade para
resolver".
Mars 2020
Foto: NASA/Mars Exploration Program
Impressão artística do robô Mars 2020, que vai
buscar
vestígios de vida em Marte.
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Agora, o desafio é participar na construção dos
instrumentos da missão “Mars 2020”. A Nasa vai enviar uma pequena aeronave
autônoma de asas rotativas para explorar a atmosfera de Marte. O chamado
"Mars Helicopter" deve ser embarcado junto do robô Mars 2020.
"O novo veículo [da missão Mars 2020] tem três
instrumentos que são uma colaboração internacional. Eu sou o engenheiro
responsável por todas as interfaces, uma parte feita na França, uma parte no
Novo México, e outra na Espanha", explicou Gontijo. "Eu represento
esses três grupos, quando estou conversando com os colegas que estão projetando
e construindo o veículo."
Anunciado em 2012, o projeto Mars 2020 foi desenvolvido
com base nas descobertas do robô Curiosity. A missão é um passo para enviar humanos na década de 2030.
"Eu acho que o pior para a colonização é a ausência
de atmosfera, em comparação com a Terra. A atmosfera lá é praticamente só CO2,
95%. E a pressão atmosférica é menos de 1% da pressão atmosférica na
Terra", disse Gontijo.
Fonte: Site “G1” do globo.com - 13/02/2019
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