Principal Astrônomo de Harvard Diz Que Alienígenas Podem Estar Entre Nós
Olá leitor!
Antes de começar com essa coisa de nave alienígena, no ano passado, o chefe do Departamento de Astronomia da Universidade de Harvard era conhecido por suas palestras públicas sobre a modéstia. O recato pessoal, que Avi Loeb dizia ter aprendido por ter sido criado numa fazenda. E o que Loeb chama de “recato cósmico” – a ideia de que é uma arrogância supor que estamos sozinhos no Universo e até mesmo que somos uma espécie especial.
Segue abaixo uma interessante notícia publicada ontem (18/02)
no site online do jornal “Gazeta do Povo” de Curitiba (PR), destacando que principal astrônomo da Universidade de Harvard diz que Alienígenas podem estar entre nós.
Duda Falcão
EDUCAÇÃO - TEORIA
Principal Astrônomo de Harvard Diz
Que Alienígenas Podem
Estar Entre Nós
Avi Loeb acredita que uma tecnologia de outro sistema
solar está à nossa porta,
e suas conversas agora são quase todas sobre
alienígenas"
Por Avi Selk
Jornal Gazeta do Povo
Tradução: Paulo Polzonoff Jr.
18/02/2019 - 16h32
Foto: Washington Post
"A teoria de Loeb sobre o “‘Oumuamua” não tem
agradado muito seus colegas.
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Antes de começar com essa coisa de nave alienígena, no ano passado, o chefe do Departamento de Astronomia da Universidade de Harvard era conhecido por suas palestras públicas sobre a modéstia. O recato pessoal, que Avi Loeb dizia ter aprendido por ter sido criado numa fazenda. E o que Loeb chama de “recato cósmico” – a ideia de que é uma arrogância supor que estamos sozinhos no Universo e até mesmo que somos uma espécie especial.
Atualmente, há um pôster de uma dessas palestras no
escritório de Loeb, embora ele esteja um tanto quanto perdido entre a bagunça:
fotos dele posando sob a abóboda do enorme telescópio do século XIX de Harvard;
bilhetes de agradecimento de crianças de uma escola primária; uma entrevista
emoldurada que ele deu ao New York Times em 2014; seus livros a respeito
da formação das galáxias; e sua imagem, várias vezes sua imagem – um homem de
meia-idade, com pouco mais de 50 anos, sempre exibindo um sorriso de
autossatisfação.
Loeb está ao lado da mesa na primeira manhã dos cursos de
primavera, usando um terno sem nenhum amassado, grampeando planos de estudos
para sua turma vespertina. Ele mostra aos visitantes isso e aquilo nas paredes,
conta que quatro equipes de TV estiveram em sua sala no outono, quando sua
teoria da nave espacial viralizou, e que, agora, cinco estúdios de cinema estão
interessados em fazer um filme sobre sua vida.
Uma folha cheia de equações está sobre a mesa, perto da
borda que dá para as poltronas dos visitantes.
“Ah, isso é uma coisa que fiz noite passada”, diz Loeb. É
um cálculo, explica ele, que sustenta sua teoria de que uma nave
extraterrestre, ou pelo menos uma parte dela, pode estar neste momentopassando pela órbita de Júpiter.
Desde que publicou seu controverso artigo, Loeb percorreu
quase todo o circuito midiático, aceitando a fama que acompanha aquele que
talvez seja o mais academicamente notável entusiasta dos extraterrestres do
nosso tempo – o principal astrônomo de Harvard que acredita que uma tecnologia
de outro sistema solar está à nossa porta. E isso, por sua vez, tem incomodado
alguns de seus colegas – eles reclamam do que veem como uma teoria frágil e não
entendem por que o principal astrônomo de Harvard não para de falar sobre
alienígenas.
Louco?
Você pode chamar Loeb de qualquer coisa, menos de louco.
Quando astrônomos havaianos encontraram o primeiro objeto interestelar, em 2017
(um pulso luminoso se movendo tão rápido pelo Sol que só podia ter vindo de
outra estrela), Loev já tinha três décadas como professor de uma instituição
Ivy League e centenas de artigos astronômicos em seu currículo, a maioria sobre
a natureza dos buracos negros e galáxias primordiais e outros assuntos bem
distante dos tabloides.
Então, quando praticamente todos os astrônomos do planeta
tentavam entender como o objeto interestelar (chamado “‘Oumuamua”, que em
havaiano significa “explorador”) alcançou nosso cantinho remoto da Via Láctea,
a sugestão extraordinariamente segura de Loeb de que ele provavelmente tinha
vindo de outra civilização não pôde ser ignorada.
“Levando em conta sua origem artificial, uma
possibilidade é de que ‘Oumuamua” — pronuncia-se como se lê – “é um ‘pano de
vela’ de luz que flutua pelo espaço interestelar como escombros de um
equipamento tecnologicamente avançado”, escreveu Loeb, juntamente com seu
colega Shmuel Bialy, na publicação Astrophysical Journal Letters, em
novembro de 2018 – empolgando os entusiastas dos temas alienígenas e causando
distúrbio nas órbitas frágeis do universo acadêmico.
Crítica
"Oumuamua não é uma nave alienígena e os autores do
artigo insultam os estudos científicos sérios ao sugerirem isso”, tuitou Paul M. Sutter, astrofísico da Ohio State University, pouco depois que o artigo foi publicado.
“Um exemplo assustador da ciência sensacionalista e
mau-caráter”, escreveu na Forbes o astrofísico teórico Ethan Siegel.
A astrofísica Katie Mack, da North Carolina State
University, sugeriu ao portal Verge que Loeb estava tentando a
prática comum, por parte dos astrofísicos, de propor uma teoria na qual eles
talvez nem acreditem. “Às vezes você escreve um artigo sobre algo em que não
acredita, só para que a teoria exista”, disse ela na publicação.
A maior parte dos cientistas, exceto por Loeb, acredita
que ‘Oumuamua é uma espécie de rocha, ou um asteroide que se desprendeu de uma
estrela em colapso há milhões de anos ou um cometa gelado vagando pelo vácuo
interestelar. Mas ele se move rápido demais para uma rocha inerte, argumenta
Loeb – afastando-se do Sol como se algo a estivesse impulsionando. E se for um
cometa deixando para trás um rastro de vapor, as observações limitadas dos
astrônomos não notaram isso.
Loeb argumenta que o comportamento de ‘Oumuamua significa
que ele não pode ser, como comumente se imagina, uma rocha na forma de uma
batata, e sim um objeto muito fino e com não mais de um milímetro de espessura,
talvez uma panqueca oval de um quilômetro de comprimento – ou um pano de vela
estelar – tão leve e fina que a luz do Sol a empurra para fora do nosso sistema
solar.
E apesar de ele não estar explicitamente dizendo que é
algo alienígena, ele está dizendo que não podemos imaginar outra coisa que não
alienígenas para explicar os dados. E ele está dizendo isso em todo o
noticiário internacional.
“Muitas pessoas esperavam que, diante de toda essa
publicidade, eu fosse recuar. Se alguém me mostrar
uma prova em contrário, eu recuarei imediatamente”.
Enquanto isso, ele dobra a aposta, apresentando um
programa no Reddit sobre “como a descoberta de extraterrestres mudará nossas vidas” e mandado vários e-mails para seus “amigos e colegas” com
atualizações de todos os repórteres que estão conversando com ele.
Em poucos meses, Loeb se tornou a única alternativa às
melancólicas notícias sobre extraterrestres.
“Só de sabermos que não estamos sozinhos, isso muda toda
a nossa percepção da realidade. Estamos disputando
fronteiras,
recursos. Isso nos faria sentir que somos parte do
planeta Terra
como uma civilização, e não países votando sobre o
Brexit”.
Na ‘Contramão’
E agora ele é famoso e se destaca como o homem que diz a
verdade e corre riscos numa era de cientistas extremamente conservadores e
silenciosos.
“A abordagem mais comum diz que você bebe seu café pela
manhã e aguarda por uma descoberta mais tarde. É um estilo de vida tranquilo,
mas para mim parece mais a vida de um empresário, e não de um cientista”, diz
ele.
“A pior coisa que pode me acontecer é eu ter de me
contentar com meus deveres administrativos, mas isso me daria ainda mais tempo
para pensar na ciência”, acrescenta Loeb. “Todos os títulos que tenho, eu posso
muito bem me desfazer deles. Na verdade, posso muito bem voltar para a
fazenda”.
Loeb cresceu num kibutz (espécie de movimento comunal) em
Israel. Ele se sentava numa colina e ficava lendo livros de filosofia e
imaginando o Universo, conta. Um fascínio que o levou ao mundo acadêmico
e, depois, a ‘Oumuamua.
“Não tenho um sistema de classes na minha cabeça que vê o
mundo acadêmico como uma elite”, diz ele, acompanhando um repórter até a sala
trancada do Grande Refrator – um enorme telescópio do século XIX perto do qual
ele, às vezes, se deixa fotografar.
“Vejo o mundo acadêmico como um prolongamento da
minha curiosidade infantil – tentando entender o que é o
mundo”.
Ele entrou para o Institute for Advanced Study de
Princeton, em Nova Jersey, no fim dos anos 1980 (“Onde Einstein lecionou”, diz
ele) e mais tarde assumiu um cargo menor no Departamento de Astronomia de
Harvard, onde, “em vinte anos, ninguém tinha sido promovido. Eles me fizeram
professor titular depois de três anos”.
Falando assim, sua história de vida se parece com uma
versão intelectual de “Forrest Gump” — Loeb sempre determinado em sua carreira
científica, conhecendo os grandes nomes da área, cujos nomes ele frequentemente
menciona. Stephen Hawking jantou em sua casa. Steven Spielberg uma vez lhe
pediu dicas de filmes. O bilionário russo Yuri Milner certa vez entrou em sua
sala, sentou-se no seu sofá e lhe pediu ajuda para construir a primeira nave
interestelar da Humanidade – o que ele está fazendo agora, com um orçamento de
US$100 milhões e o apoio de Mark Zuckerberg e de Hawking quando vivo.
Loeb menciona que, quando tinha 24 anos, ele se reuniu em
privado com o famoso físico Freeman Dyson — e então faz uma pausa dramática sob
a coluna de seis metros do Grande Refrator, sorrindo até perceber que o
repórter não tem ideia de quem seja Freeman Dyson.
Ao meio-dia, Loeb deixa o telescópio e desce para a sala
de aula vazia para ensinar o básico da astrofísica para uma dúzia de novos
alunos.
Ele pode ter controlado a entrevista com o veículo de
alcance nacional até aqui, mas sua aula começa um tanto quanto tímida. Ele olha
para a mesa enquanto fala. Loeb pede que um calouro dessa, que é a mais
prestigiada das universidades, dê a volta na mesa e liste seus passatempos.
Dez minutos mais tarde, Loeb sai do roteiro previsto.
“Alguém aqui já ouviu falar de ‘Oumuamua?”, pergunta ele.
“Alguém sabe o que significa?”
Quase todos fazem que sim com a cabeça e um calouro
chamado Matt Jacobsen, que saiu de uma cidade rural em Iowa para estudar em
Harvard, se oferece para responder: “Dizem que pode ser algo de outra
civilização”.
“Quem sugeriu isso?”, pergunta Loeb, sorrindo.
Faz-se um silêncio constrangedor na sala e então Jacobsen
grita: “Foi você? Ah, meu Deus!”. E o professor abre um sorriso ainda
maior. "
Fonte: Site Jornal Gazeta do Povo - 18/02/2019 - https://www.gazetadopovo.com.br
Comentário: É uma arrogância supor que
estamos sozinhos no Universo e até mesmo que somos uma espécie especial, disse
sabiamente o conhecidíssimo astrônomo de Harvard, coisa que eu concordo em
gênero, número e grau, mas como vai de encontro ao que pensa a maioria, sofre
evidentemente de ataques dos que pensam o contrário. No entanto não posso
afirmar que o “Oumuamua” seja realmente um objeto extraterrestre de origem
artificial como ele afirma, bem como não acredito que precisamos ir tão longe
para obter indícios entre nós da presença alienígena ou de algo tão
extraordinário quanto. Mas essa é uma outra história.
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