Orçamento da NASA Aumenta e Novo Programa Lunar Avança Mais Rapidamente
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada hoje (18/02) no site do
“Canaltech” destacando que Orçamento da NASA aumenta e novo Programa Lunar
avança mais rapidamente.
Duda Falcão
CIÊNCIA – ESPAÇO
Orçamento da NASA Aumenta e Novo
Programa Lunar Avança
Mais Rapidamente
Por Patrícia
Gnipper
Canaltech
Fonte: The Verge, Planetary Society
18 de Fevereiro de 2019 às 13h05
Há uma nova Corrida Espacial em andamento entre
Estados Unidos, Rússia, China e Europa, com a Lua como protagonista dessa
história. Agências espaciais dessas nações têm seus programas para a humanidade
retornar ao nosso satélite natural, todas também almejando construir uma
plataforma que possibilite manter a presença humana constante por lá. Agora,
a NASA recebeu
um aumento em seu orçamento (o maior em uma década) e quer impulsionar o
desenvolvimento de novas naves para levar os astronautas à superfície lunar.
Com o fim da paralisação no governo dos EUA (que durou 35
dias), a legislação que determina o orçamento da NASA para o ano de 2019
finalmente foi sancionada no final da última semana. O Congresso forneceu US$
21,5 bilhões para a agência espacial neste ano fiscal, o que representa um
aumento de 3,5% em relação a 2018, sendo 8% maior do que o proposto pela Casa
Branca. Sendo assim, este é o melhor orçamento que a NASA recebeu em uma
década.
Entre as divisões da agência espacial que mais se
beneficiam com o novo orçamento está a divisão de ciências planetárias, que
conseguiu um aumento orçamentário de US$ 2,8 bilhões — o que significa
que a
missão Europa Clipper, que dentro de alguns anos buscará por indícios de
vida (ainda que microbiana) na lua Europa de Júpiter, está mais do que
garantida.
Quanto ao novo projeto lunar da NASA, o Lunar Gateway
(que visa construir uma base orbital na Lua, servindo como pit stop para futuras
missões espaciais além de morada temporária para astronautas) recebeu uma
liberação de US$ 450 milhões, o que é um pouco a mais do que havia sido
solicitado, e o novo programa de exploração lunar da agência recebeu aprovação
total do governo com o novo orçamento.
(Imagem: NASA)
Arte imagina a Lunar Gateway na órbita da Lua.
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Sobre o Novo Programa Lunar da NASA
Agora, a NASA está pedindo à comunidade aeroespacial que
crie projetos para naves capazes de transportar astronautas à Lua, pousando-os
na superfície. A agência pretende testar esses novos veículos em 2024, com a
volta da humanidade à Lua pelas mãos da NASA acontecendo até o ano de 2028.
Mas é possível que esse prazo seja encurtado. Jim
Bridenstine, administrador da agência espacial, afirmou em coletiva de imprensa
que a prioridade do momento é a velocidade do retorno do país à superfície
lunar. "É importante que voltemos à Lua o mais rápido possível",
declarou. Para isso, em março a agência fará um pedido formal às empresas
selecionadas para os projetos de criação de novas naves com o objetivo de
assinar os devidos contratos entre maio e julho, e a NASA está aberta neste
caso tanto para empresas privadas (como SpaceX,
Blue Origin, Boeing e Lockheed
Martin) quanto para outras agências espaciais internacionais que queiram fazer
parte da empreitada.
Ainda, está prevista para esta semana a divulgação de
detalhes do primeiro lote de 12 instrumentos que serão enviados para a Lua pelo
Commercial Lunar Payload Services (CLPS), programa que enviará pequenas
plataformas robóticas ao nosso satélite natural equipados com cargas
científicas. Os aterrissadores autônomos serão desenvolvidos por nove empresas
já selecionadas, que competirão entre si na criação dos melhores projetos.
Entre as cargas científicas, estarão coisas como ferramentas para procurar gelo
e água na superfície lunar, literalmente preparando o terreno para o usufruto
de futuros exploradores humanos.
Com isso, esses futuros exploradores poderão usar a água
encontrada na superfície para beber e cultivar vegetações, ou ainda separar os
elementos para produzir combustível. E, por esse programa CLPS ser tão vital
para o futuro da exploração lunar, a NASA quer que ele comece o quanto antes,
esperando que uma das empresas vitoriosas da competição já comece a levar
cargas para a Lua até o final de 2019.
Quanto à construção da Lunar Gateway, que será uma
estação espacial orbitando a Lua, a NASA prevê que essa estação deva funcionar
por 15 anos, servindo como habitat para astronautas que, periodicamente, fariam
uma curta viagem à superfície lunar para coletar amostras, levando-as à estação
para estudos e também conseguindo voltar à Terra com mais facilidade. E, para
essas viagens inéditas, a agência precisará de uma série de novas naves.
(Imagem: Lockheed Martin)
Concepção artística de nave de aterrissagem da Lockheed
Marti.
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Essas naves deverão ser capazes de viajar da estação para
uma órbita lunar inferior, descer até a superfície e voltar à estação. Mas a
NASA também está aberta a outras maneiras de levar pessoas à superfície da Lua
mais rapidamente, caso o programa atrase, o que inclui a utilização do novo
foguete Starship da SpaceX que, quando finalizado, potencialmente poderá levar
uma nave para pousar em qualquer parte da superfície lunar, sem fazer o pit
stop na estação Gateway. Contudo, a agência ressalta que esse seria um plano B,
pois no momento está focada em procurar projetos para as plataformas de
transferência contando com a nova estação espacial lunar.
E mesmo com esse foco na velocidade que está agora sendo
ressaltado pela agência, é fato que 2028 ainda está um tanto quanto distante do
momento atual, e o programa vem sendo criticado nos EUA, especialmente por
consultores espaciais. Afinal, em quase dez anos, talvez outra agência espacial
consiga levar pessoas à Lua novamente antes da NASA — lembrando que Rússia,
China e Europa também têm seus projetos do tipo, isso sem considerar as
empresas privadas que também estão de olho na Lua seja com ou sem a NASA.
Mas parte dessa demora em finalmente colocar o novo
programa lunar em andamento vem de alguns atrasos que aconteceram nos últimos
anos. Um deles é com relação à construção do Space Launch System (SLS), novo e
poderoso foguete da NASA que levará a cápsula
Orion (tripulada) à Lua. O foguete e a Orion precisam estar prontos e
operacionais para serem usados na construção da estação espacial lunar, e
também para levar astronautas para lá em primeiro lugar, mas o SLS não deve
começar a ser testado com voos reais antes de 2020.
Com tudo isso em mente, podemos tirar algumas conclusões
iniciais. Uma delas é que a NASA (e o governo dos EUA) está realmente
comprometida em voltar à Lua o quanto antes for possível, ainda que seu plano
possa levar quase dez anos para ser concretizado. Contudo, caso a nova Corrida
Espacial fique cada vez mais acirrada, com os "rivais" mostrando que
conseguirão levar pessoas à Lua antes da NASA, talvez a agência espacial se
veja obrigada a rever seu planejamento, de repente contando com soluções de
empresas privadas como Boeing e SpaceX para sair à frente das demais nações.
Outra possibilidade é de o governo continuar aumentando o orçamento anual da
agência espacial para acelerar ainda mais seu novo programa lunar nos próximos
anos, quem sabe reduzindo o prazo de 2028 para alguns anos antes. Resta
continuar acompanhando o desenrolar dessas histórias para sabermos quando, enfim,
voltaremos à superfície da Lua — "desta vez, para ficar", nas
palavras de Jim Bridenstine.
Fonte: Site do Canaltech - https://canaltech.com.br
Comentário: Pois é leitor, como eu disse em comentários
anteriores, a corrida para Lua já se iniciou e lendo essa matéria percebe-se
como estamos (o Brasil) ainda distantes de participar desta aventura com alguma
chance de destaque. Décadas desperdiçadas foram jogadas no lixo por desgovernos
irresponsáveis e agora só resta à comunidade espacial fazer 20 anos em sete, se
quisermos está entre as nações que dominarão o espaço na próxima década. Há
muita coisa por se fazer e mudar, a começar pela mentalidade de nossa própria comunidade
científica, reflexo em sua maioria do egocentrismo reinante na Sociedade Brasileira.
Evidentemente que a participação governamental será crucial para fazer as
coisas funcionarem direito, seja estabelecendo politicas condizentes, seja
investindo em infraestrutura e educação voltada ao setor, seja estimulando a
iniciativa privada, seja gerando demandas, seja fiscalizando e cobrando por
resultados. O Brasil não pode ficar fora dessa corrida, pois a tecnologia
espacial avança rapidamente, e já estamos muito atrasados nesta que é a corrida para a ultima
fronteira da humanidade.
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