Conheça os Principais Projetos de Engenharia Aeroespacial Desenvolvidos Pelo ITA
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada hoje (20/02) no site da Força
Aérea Brasileira (FAB) descrevendo os principais projetos de engenharia
aeroespacial em desenvolvimento pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
Duda Falcão
ESPAÇO
Conheça os Principais Projetos de Engenharia Aeroespacial Desenvolvidos Pelo ITA
Pesquisas visam à aquisição da capacidade de projetar,
construir
e operar com autonomia instrumentos espaciais
Por Tenente Jonathan Jayme
Revisão: Capitão Landenberge
Colaborou: Tenente Raquel Piani/ITA
Fonte: Agência Força Aérea
Edição: Agência Força Aérea
Publicado: 20/02/2019 - 10:30
Nanossatélite ITASAT foi lançado em 2018 em
uma base dos
Estados Unidos.
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As exigências dos tempos modernos trouxeram o consenso
dos inúmeros benefícios que a ocupação do espaço proporciona à sociedade civil
e militar. Atender às necessidades estratégicas das Forças Armadas e apoiar
iniciativas como ações de prevenção e atuação em grandes catástrofes
ambientais, por exemplo, tornam o investimento na área espacial indispensável
para o desenvolvimento em todas as esferas da coletividade.
Um dos embriões do desenvolvimento da área espacial no
Brasil é o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), que em seus laboratórios
desenvolve e aperfeiçoa competências ligadas à engenharia aeroespacial. São
ambientes e ideias que permitem um ensino prático aos alunos, na graduação e na
pós-graduação, e que, ao mesmo tempo, proporcionam um enriquecimento acadêmico
a favor da autonomia nacional no setor.
Dentre as pesquisas que visam à aquisição da capacidade
de projetar, construir e operar com autonomia instrumentos de ocupação do
espaço, está o ITASAT. No final de 2018, o nanossatélite, desenvolvido pelo
ITA, foi lançado da Base de Vandenberg, na Califórnia,
Estados Unidos, a bordo do foguete Falcon 9, veículo
lançador. Ele levou como cargas úteis um transponder de coleta de dados
desenvolvido pelo Centro Regional do Nordeste do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE/CRN), em Natal (RN); um receptor GPS gerado pela
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em parceira com o Instituto
de Aeronáutica e Espaço (IAE); uma câmera comercial com resolução de 80 metros
por pixel no espectro visível; e um experimento de comunicação que permite o
armazenamento e posterior envio de mensagens de radioamadores.
A finalidade primária do projeto era a formação de
recursos humanos para o setor aeroespacial e qualificou pessoas que atualmente
trabalham em instituições como o INPE e indústrias do setor aeroespacial.
O ITASAT, fomentado pela Agência Espacial Brasileira, foi
configurado em 2012 para o padrão CubeSat - como são conhecidos esses
satélites, formados a partir de cubos com arestas de 10 centímetros -, e foi
totalmente integrado para voo em 2016.
Laboratório do ITA: embrião de projetos aeroespaciais.
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O ITA foi o responsável pelo desenvolvimento da
plataforma. O ITASAT é o primeiro satélite brasileiro a levar a bordo um software de
controle de atitude totalmente desenvolvido no Brasil. Com ele, a equipe de
desenvolvimento do ITA ganhou maturidade para propor o desenvolvimento de uma
plataforma de CubeSat para aplicação em projetos futuros e conquista da
autonomia do conhecimento científico.
“A grande vantagem é desenvolver e aperfeiçoar
competências ligadas à engenharia aeroespacial. São conhecimentos de difícil
transferência pelos seus detentores, mas que permitem ao país atingir maior
autonomia nestas áreas específicas”, defende o Gerente de Projetos CubeSats do
ITA, Professor Doutor Luís Eduardo Loures da Costa.
Como resultado prático do projeto ITASAT, existe hoje uma
plataforma disponível que pode ser adaptada para um conjunto de missões
espaciais. Além disso, foi criada uma expertise para trabalhar com sistemas
embarcados complexos. “Um item importante a ser enfatizado é que, com base
nessa plataforma e na experiência adquirida pela equipe, foram acordadas outras
parcerias para iniciar novas missões pelo ITA”, completa o professor.
Observação
O bom resultado do ITASAT pode alavancar a missão SPORT,
fruto de uma parceria entre o Brasil e os Estados Unidos para o desenvolvimento
do monitoramento do clima espacial, em especial da observação de fenômenos e
condições da ionosfera (parte superior da atmosfera terrestre) onde há formação
de bolhas de plasma que levam à cintilação (efeitos atmosféricos que
influenciam as características ópticas dos objetos celestes observados a partir
da Terra). A cintilação afeta serviços importantes como comunicações e
aeronavegabilidade.
Fazem parte desta missão, pela parte Americana, a NASA,
as Universidades de Utah, do Alabama, e do Texas, além da empresa Aerospace. No
Brasil, a iniciativa é representada pelo ITA e pelo INPE, com recurso também da
Agência Espacial Brasileira (AEB).
Neste projeto, a NASA tem a gerência geral e as
instituições americanas são responsáveis pelo fornecimento dos instrumentos que
farão as medidas de grandezas da ionosfera que permitem predizer o seu estado
antes da formação das bolhas de plasma, que se iniciam ao entardecer e
finalizam antes do amanhecer.
A experiência da equipe do ITA com o ITASAT permitiu que
a instituição fosse eleita como a responsável pelo desenvolvimento da
plataforma e pela integração de todo o satélite, cujo desenvolvimento tem a
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) como órgão
financiador. Já o INPE fornecerá infraestrutura para montagem, integração,
testes, operação do satélite, infraestrutura do segmento solo e distribuição
dos dados, via portal do Estudo e Monitoramento Brasileiro de Clima Espacial
(EMBRACE). Atualmente, o projeto encontra-se em fase inicial.
GARATÉA-L irá promover a união de interesses públicos e
privados.
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ITASAT-2
Em discussão para definir recursos para sua execução, o
satélite ITASAT-2 terá dois propósitos principais: o monitoramento do clima
espacial, formando em conjunto com a missão SPORT uma constelação para
realização de medidas da condição da ionosfera, e a inclusão de um sensor de
COMINT (do inglês communications intelligence), de interesse para o
Exército Brasileiro para monitorar e apoiar as estratégias de Guerra
Eletrônica. A proposta é que no ITASAT-2 a plataforma seja desenvolvida pelo
ITA, baseada nas experiências dos projetos ITASAT e SPORT, e que as cargas
úteis sejam fornecidas por instituições brasileiras, como o INPE.
A área de astrobiologia (estudo da origem, evolução,
distribuição e futuro da vida no universo) e medicina espacial também são
elementos de pesquisa que poderão ser beneficiados em um trabalho encabeçado
pelo ITA. A sonda GARATÉA-L tentará descobrir as reações da vida quando exposta
a condições extremas do espaço. Para esse teste, colônias bacterianas e tecido
humano devem ser submetidos a raios cósmicos.
O nanossatélite também deverá ser usado para a captura de
imagens da órbita da lua, principalmente da bacia de Aiken, que é o lado
afastado daquele satélite natural. O ITA participa nesse projeto como
colaborador e tem utilizado a missão GARATÉA-L como caso de estudo em sala de
aula para capacitação, considerando os desafios de uma missão em espaço profundo.
Leia esta e outras reportagens na revista Aerovisão.
Fonte:
Site da Força Aérea Brasileira (FAB) - http://www.fab.mil.br
Comentário:
Pois é leitor, note como a chegada do Prof. Dr. Luís Eduardo
Loures da Costa foi um divisor de águas na produção de artefatos espaciais
dentro do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), bem como por tabela na formação
de profissionais para o setor e no desenvolvimento de tecnologia. Além de já
ter colocado com êxito no espaço o nanosatélite ITASAT-1, o grupo coordenado pelo
Dr. Loures já trabalha num segundo nanosatélite ITASAT, num nanosatélite em
parceria com o INPE, a NASA e universidades americanas e na sonda lunar
Garatéa-L, além de já projetar para o futuro o desenvolvimento de um sonda de espaço
profundo se aproveitando da tecnologia e do conhecimento que será adquirido durante
o desenvolvimento de todos esses projetos.
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