Uma Proposta Modesta: O Governo Bolsonaro Deveria Mandar Israel Pro Espaço
Olá leitor!
Trago agora uma interessante proposta feita ao Governo
Bolsonaro por um jornalista do site “meiobit.com” e publicada dia (11/01) neste
site, e eu resolvi traze-la ao nosso Blog para que a mesma possa chegar as mãos do Ministro Marcos Pontes, já que o mesmo está na iminência de realizar a sua
visita oficial ao estado de Israel.
Duda Falcão
Ciência
Uma Proposta Modesta: O Governo Bolsonaro
Deveria Mandar
Israel Pro Espaço
Qual a saída para a Base de Alcântara? Neste texto uma
modesta proposta estrategicamente superior a qualquer parceria com os Estados
Unidos
Por Carlos Cardoso
Meio Bit
11/01/2019 às 18:46
O Brasil sofreu uma guinada ideológica com a última
eleição presidencial, a estratégia agora parece ser aproximar o país do
ocidente capitalista como EUA, Inglaterra, França, em detrimento à nossa
posição no BRICS e influência na África. Por um lado faz sentido, trabalhar pra
pobre é pedir esmola pra dois, mas quem somos nós na fila do pão pra tentar um
diálogo de igualdade com EUA e China? Há uma terceira via que pode ser
estrategicamente essencial para os envolvidos e nos garantir prestígio e dinheiro: Israel.
O pequeno país do Oriente Médio tem uma área que varia de
acordo com quem você pergunte, alguns dizem que é ou deveria ser zero, outros
mais diplomáticos citam algo entre 20000Km² e 21000Km², mais ou menos o mesmo
tamanho de Sergipe, com 8 milhões de habitantes.
Uma velha piada diz que Jeov- (ops, quase falei
Jeová-ARRGGHHHHH) em Sua sabedoria guiou o povo hebreu para a Terra Prometida,
o único lugar do Oriente Médio onde não havia petróleo, mas hoje em dia Israel
tem outro problema por causa da suposta escolha divina: Israel é um dos piores
lugares do mundo para se lançar um satélite.
Espaço É Duro
Quase tanto quanto achar um bom tradutor. Anyway, chegar no
espaço é fácil, a trosoba do Jeff Bezos sobe até 100Km, ultrapassa a linha de
Karman e tecnicamente está no espaço, mas assim que atinge o ápice da
trajetória o foguete cai como uma pedra. Para FICAR no espaço, atingir
velocidade orbital você precisa de muito, muito mais energia. A nave do Bezos
para subir a 100Km usa 3% da energia necessária para entrar em órbita.
Para conseguir uma órbita estável é preciso muita
velocidade horizontal, a Estação Espacial Internacional orbita a 27580Km/h.
Acelerar toneladas de metal e combustível a essa velocidade não é nada fácil,
toda ajuda conta e uma das melhores ajudas é que... a Terra gira.
Se você se sentar em um carrossel daqueles de pracinha e
girar rapidamente, lançará uma pedra bem mais longe se atirar no sentido de
rotação do carrossel, por causa da conservação de momento angular. Da mesma
forma se lançarmos um foguete no sentido da rotação da Terra, ganhamos de
brinde a velocidade inicial do ponto onde o foguete está.
Como a terra é uma esfera, a velocidade de rotação é
menor quanto maior a latitude. No Equador atingimos o máximo, 1670Km por hora,
o que é bem considerável. Os americanos perdem bastante velocidade por lançarem
da Flórida, a 28 graus de latitude, e Israel perde mais ainda, lançando foguetes
da Base Aérea de Palmachim, a 31 graus de latitude. Só que isso não é o
pior.
Israel fica num buraco quente cercado de gente que não
vai com a cara deles. E essa gente não gosta de coisas que sobem e caem fazendo
cabum. Se Israel lançar foguetes em direção ao leste, somente muita boa-vontade
fará com que não sejam confundidos com mísseis, e boa-vontade naquela região é
mais escassa do que concurso de camiseta molhada. Eu procurei.
Imagine se o pessoal seria compreensivo quando estágios
de foguetes israelenses começassem a cair na Arábia Saudita, Jordânia ou
Iraque, como caem os foguetes chineses na China:
Na China quando o 1º estágio e os foguetes auxiliares
caem na casa de alguém, o sujeito fica calado pois sabe o que é bom pra tosse,
mas você consegue imaginar um foguete israelense caindo assim na Jordânia e o
mundo não vindo abaixo?
Para evitar que sejam acusados injustamente de bombardear
todos os países que costumam bombardear normalmente, Israel acabou optando por
lançar seus satélites em direção oeste, em órbita retrógrada. Ou seja: Eles
anulam todo o benefício da rotação da Terra, precisam arrancar cada metro por
segundo de aceleração do foguete, sem ajuda de ninguém, de nada.
Isso causa um impacto de uns 30% de performance. Ou seja:
Para conseguir a mesma capacidade orbital de outros países Israel levaria anos
e gastaria uma fortuna. Por sorte eles tinham as duas coisas.
JEWS IN SPACE!
Em 1960 Israel criou o Comitê Nacional de Pesquisa Espacial,
para integrar as pesquisas nas várias universidades e institutos. O foco
inicial era, claro, a produção de mísseis, mas era evidente que a longo prazo
iriam transformar espadas e arados, até por uma questão de inteligência.
As guerras do futuro não seriam vencidas com mísseis, mas
com informação, e Israel dependia de imagens de satélite fornecidas pelos
Estados Unidos que restringia a disponibilidade da informação, degradava a
qualidade das imagens e não eram exatamente ágeis em atender aos pedidos de
novas fotos.
Em 1983 o Comitê foi transformado na Agência Espacial
Israelense, começou a ser desenvolvido um lançador orbital e em 1988 voou pela
primeira vez o Shavit:
Já foram lançados dez deles, o último em 2016. É um
foguete de combustível sólido de 3 estágios, com um quarto estágio opcional de
combustível líquido. Mesmo lançando em órbita retrógrada, ele consegue colocar
cargas de 800Kg em órbita baixa. Para cargas maiores Israel depende de
lançadores de outros países, como a Índia.
Não é uma situação ideal, dada a peculiar posição de
Israel, relações meramente comerciais podem ser canceladas por pressão popular,
e mesmo no caso dos EUA mesmo assim não dá pra confiarem 100%. Durante a Guerra
dos 6 Dias Israel literalmente implorou por interferência dos EUA, e foram
ignorados.
Enquanto Isso na Banânia...
A história do programa espacial brasileiro foi mais que
documentada no Meiobit, do acordo com a Ucrânia que comeu US$1 bilhão para
produzir um foguete imaginário, à Agência Espacial que tinha um datilógrafo em
seus quadros. Também podemos mencionar o ridículo caso do satélite que subiu
sem ter software para processar os dados, e do calote que demos na Estação
Espacial Internacional, e tem também os acordos com EUA e Ucrânia para
utilização da Base de Lançamento de Alcântara, que é basicamente um terreno
batido com alguns prédios e zero infraestrutura para foguetes de verdade. Aqui
o cancelado VLS, e o nosso VAB (Vehicle Assembly Building), do lado de um
Falcon 9:
Alcântara não tem infraestrutura para lançar um Falcon 9
ou um Ariane ou um Soyuz. Teriam que construir toda uma infra portuária e de
estradas, coisa que não sai nadabarata, e nem chegamos nas
plataformas de lançamento.
De novo estão aparecendo com esse papo de "acordo
com os EUA", da última vez marcaram uma visita mas o pessoal da
SpaceX cancelou
por causa do lançamento do Falcon Heavy. Sete mil funcionários e NENHUM
poderia vir? Essa é a realidade, Alcântara não interessa a ninguém grande, o
custo é muito alto, interessa sim a empresas pequenas como a Rocket Lab e
várias outras que estão pipocando pelo mundo, lançando microssatélites e que se
beneficiariam com o impulso extra de um lançamento próximo ao Equador.
As plataformas de lançamento em Cabo Canaveral.
Em
vermelho as que estão em uso. Acha mesmo
que construir uma base no Brasil é
mais barato
que reativar uma das outras?
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Uma Proposta Nada Indecente...
O Brasil tem necessidade de know-how e dinheiro para
reativar e aprimorar a base de lançamento de Alcântara. Israel por sua vez tem
o dinheiro para viabilizar isso. Com pouco investimento a base seria suficiente
para lançamento dos foguetes Shavit, eles teriam retorno imediato do
investimento. A distância tornaria a base praticamente imune a espiões e
sabotadores inimigos.
O Shavit poderia perfeitamente ser transportado em um
avião, ele foi projetado para isso, um plano antigo chegou a investigar a
possibilidade do foguete ser lançado de um Hércules C-130 em vôo.
Israel não tem problemas em dividir tecnologia, o Shavit,
mais avançado do que tudo que já produzimos aqui foi licenciado para a África
do Sul, empresas como a Avibras absorveriam a tecnologia tranquilamente e
produziriam Shavits aos montes, barateando mais ainda o custo do lançamento.
Com o benefício geográfico o Shavit conseguiria lançar
satélites de uma tonelada, e hoje em dia com a eletrônica moderna um satélite
com essa massa consegue fazer muita coisa, vide o GOCE, o satélite europeu com
motor iônico que mapeou as anomalias gravitacionais terrestres.
Uma parceria Brasil-Israel na Base de Alcântara traria
lucros quase desde o Dia Zero, e mais do que as parecerias com as empresas anãs
americanas ou com a NASA, haveria um interesse estratégico mútuo em ampliar a
base e construir maiores e menores foguetes.
Teríamos muito mais autonomia de negociação, um parceiro
de igual para igual com um comprometimento de longo prazo e não seria mal-visto
pelos Estados Unidos, que provavelmente acabariam financiando parte do
investimento, através daquelas verbas polêmicas que eles rubricam pra Israel.
Agora, claro, a parte difícil é fazer a idéia chegar ao
Bolsonaro, alguém consegue resumir o texto em uma mensagem de WhatsApp?
Fonte: Site Meio Bit - http://meiobit.com
Comentário: Pois é leitor, apesar de não concordar
integralmente com essa proposta, a ideia básica da mesma do uso da Base de Alcântara
por Israel e de uma cooperação espacial entre os dois países na área de veículos
lançadores me parece inicialmente muito interessante, mais isso não inviabiliza
o uso da Base por empresas americanas. Alcântara irá dispor (caso resolva seus
problemas com os Quilombolas) de quatro novos sítios de lançamentos (incluído aí
o semiconstruído sitio do Cyclone) e um deles poderia ser cedido ao Israelitas
para lançamento do SHAVIT. Sendo assim, trago essa proposta para que o ministro
Marcos Pontes possa estuda-la e até debate-la com os israelitas em sua iminente
visita ao estado de Israel no final deste mês creio eu. Aproveito para
agradecer ao nosso leitor Rui Botelho pelo envio deste interessante artigo.
Excelente artigo, os principais pontos foram bem abordados e bem fundamentados. Essas vantagens já foram identificadas pelos israelenses a tempos, agora é ver como viabilizar e atingir todo o potencial que Alcântara tem.
ResponderExcluirAcho que se o Brasil souber agir pode tirar proveito de uma parceria com Israel, acelerando o acesso ao espaço daqui mesmo ao nossos satélites.
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