INPE Esclarece Sobre Sistemas de Monitoramento
Caro leitor!
Segue abaixo a nota oficial do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE) em resposta ao que disse o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (veja aqui), em relação ao Monitoramento
da Amazônia, postada que foi dia (17/01) no site do instituto.
Duda Falcão
NOTÍCIA
INPE Esclarece Sobre
Sistemas de Monitoramento
Por
INPE
Publicado: Jan 18, 2019
São José dos Campos-SP, 17 de janeiro de 2019
Esta nota visa esclarecer o funcionamento dos sistemas de
monitoramento das alterações da cobertura vegetal desenvolvidos e operados pelo
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), complementando as informações
dadas pelo ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, em entrevista ao jornal
Folha de São Paulo, publicada na edição de 16/01/2019.
O programa de monitoramento do INPE conta com três
sistemas operacionais: o Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica
Brasileira por Satélite (PRODES), o Sistema de Detecção de Desmatamento em
Tempo Real (DETER) e o sistema de mapeamento do uso e ocupação da terra após o
desmatamento, TerraClass. Os sistemas são complementares e foram concebidos
para atender a diferentes objetivos.
Para toda a extensão da Amazônia legal brasileira, o
sistema PRODES realiza o inventário de perda de floresta primária através do
uso de imagens de satélite de observação da Terra, desde 1988. A partir deste
inventário, são calculadas as taxas anuais de desmatamento para os períodos de
agosto a julho, considerando como desmatamento a supressão da floresta em áreas
superiores a 6,25 hectares. Por depender das condições climáticas da estação
seca para aquisição de imagens livres de nuvens, o PRODES é feito anualmente. A
primeira apresentação dos resultados é realizada até dezembro de cada ano, na
forma de uma estimativa da taxa de desmatamento. Para essa estimativa são
processadas e analisadas todas as imagens das regiões que contiveram no mínimo
90% do desmatamento, no ano anterior. Os dados consolidados são apresentados no
primeiro semestre do ano seguinte, quando é concluído o processamento das
imagens necessárias para cobrir toda a Amazônia. Para as áreas onde a cobertura
de nuvens não permitiu o mapeamento, é feito um cálculo que estima a área
desmatada sob nuvem, usando a hipótese de que a proporção da ocorrência de
desmatamento em áreas sob nuvens é igual a das áreas não cobertas por nuvens.
Destaca-se que a estimativa do desmatamento sob nuvens corresponde em média a
apenas 5% da taxa de desmatamento calculada pelo PRODES.
O DETER, lançado em 2004, é um sistema de apoio à
fiscalização e controle do desmatamento e degradação na Amazônia. O DETER
produz diariamente alertas de alteração na cobertura florestal para áreas
maiores que 3 hectares. Os alertas indicam áreas totalmente desmatadas (corte
raso) bem como áreas em processo de degradação florestal (exploração de
madeira, mineração, queimadas e outras). Esses alertas são enviados
automaticamente ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (IBAMA), sendo insumo para o planejamento das ações de
fiscalização. As informações ficam ainda disponíveis na internet para as
Secretarias Estaduais de Meio Ambiente, bem como para toda a sociedade.
O TerraClass, realizado com frequência bienal, numa
parceria entre o INPE e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(EMBRAPA), tem por objetivo a identificação do uso e cobertura das áreas
apontadas como desmatadas pelo PRODES. Com os resultados do TerraClass é
possível fazer uma avaliação da dinâmica do uso e ocupação dessas áreas, nas
classes mapeadas pelo projeto (agricultura, pastagens, regeneração entre
outras). São classificadas áreas superiores a 6,25 ha.
Os sistemas de monitoramento operados pelo INPE utilizam
imagens com resolução espacial entre 20 e 30 metros, pois esta classe de
imagens permite uma adequada identificação das alterações da cobertura vegetal
na escala da Amazônia, considerando fatores como a disponibilidade de imagens, recobrimento
frequente e extensivo do território monitorado e capacidade de processamento
para a produção célere de resultados. Os resultados do PRODES fornecem uma
série histórica anual e ininterrupta desde 1988, permitindo análises
comparativas neste período.
O INPE monitora constantemente a qualidade desses
produtos e os resultados mais recentes indicam um nível de precisão superior a
95% para os dados do PRODES. Além desse controle, a política de transparência
dos dados, adotada pelo INPE desde 2004, permite o acesso completo a todos os
dados gerados pelos sistemas de monitoramento, possibilitando avaliações
independentes pela comunidade usuária, incluindo o governo em suas várias
instâncias, a academia e a sociedade como um todo.
Como instituição de pesquisa e inovação, o INPE acompanha
as inovações científicas e tecnológicas na área de observação da terra por
satélite, para a constante melhoria de seus sistemas de monitoramento da
Amazônia, e, desde 1972, coordena um curso de pós-graduação em sensoriamento
remoto com o mais alto conceito da CAPES.
Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE)
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