INPE Rebate Ministro do Meio Ambiente Sobre Monitoramento da Amazônia
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada ontem (18/01) no site
“G1” do globo.com, destacando que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) rebateu o que disse o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobre o
Monitoramento da Amazônia.
Duda Falcão
VALE DO PARAÍBA E REGIÃO
INPE Rebate Ministro do Meio Ambiente
Sobre Monitoramento
da Amazônia
Ministro Ricardo Salles disse que o monitoramento do
desmatamento
na Amazônia, feito com um sistema do INPE, não é preciso. Em nota,
o instituto afirmou que resultados mais recentes indicam
um nível de precisão
superior a 95%.
Por G1 Vale do Paraíba e Região
18/01/2019 - 16h47
Atualizado há 10 horas
Foto: Carlos Santos/G1
Instituto mantém três sistemas que acompanham
desmatamento na Amazônia.
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O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em
São José dos Campos, publicou uma nota na quinta-feira (17) em que rebate as
declarações do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobre imprecisão no
monitoramento do desmatamento na Amazônia, feito com um sistema do instituto.
Em nota, o INPE afirmou que monitora constantemente a qualidade dos produtos e
os resultados mais recentes indicam um nível de precisão superior a 95%.
A mais recente declaração de Salles sobre o assunto foi
dada em uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo de terça-feira (15). Em
entrevista à rádio CBN, cujo conteúdo foi reproduzido em reportagem do G1, ele
disse em dezembro que os dados
do desmatamento no país são genéricos.
Na última entrevista, o novo ministro falou sobre as
metas à frente da pasta e citou a meta de zerar o índice de desmatamento na
Amazônia. Sobre isso, questionou a suficiência do mapeamento feito pelos
sistemas do INPE.
Salles alegou que o satélite mapeia a área da Amazônia
por imagem, mas que a captação pode ser prejudicada se, por exemplo, houve uma
nuvem em cima da área. Ele afirmou que caso isso ocorra, o local onde a nuvem
está não é processado e então a análise do local é baseada em uma porcentagem do
que foi captado.
Ele apontou também que o sistema do INPE não faz a
separação do que é área de preservação de mata, propriedade rural, se está
legal ou ilegal. Para ter eficácia, Salles disse que a intenção é contratar
satélites estrangeiros.
Na nota publicada, o INPE rebateu as alegações de
imprecisão. O texto explica como funciona o mapeamento. Cita que são três
sistemas em ação hoje no programa que acompanha o desmatamento: o Programa de
Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (PRODES), o Sistema
de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (DETER) e o sistema de mapeamento do
uso e ocupação da terra após o desmatamento, TerraClass.
O INPE explicou ainda que a estimativa do desmatamento
sob nuvens corresponde em média a apenas 5% da taxa calculada pelo sistema.
“Para as áreas onde a cobertura de nuvens não permitiu
o mapeamento, é feito um cálculo que estima a área desmatada sob nuvem, usando
a hipótese de que a proporção da ocorrência de desmatamento em áreas sob nuvens
é igual a das áreas não cobertas por nuvens”
Sobre o PRODES, que separa as áreas entre desmatadas e
com cobertura vegetal, o Inpe rebateu a fala do ministro, que apontou que a
ferramenta ideal para o monitoramento seria o Terraclass. O INPE explicou que
dados obtidos pelo PRODES são depois processados pelo TerraClass, que faz a
classificação do uso das áreas acima de 6,25 hectares
“Com os resultados do TerraClass é possível fazer uma
avaliação da dinâmica do uso e ocupação dessas áreas, nas classes mapeadas pelo
projeto (agricultura, pastagens, regeneração entre outras)”.
Ao blog da Andreia Sadi, ao G1, nesta
quinta-feira (17), Salles
já havia manifestado a intenção de utilizar um novo sistema para monitorar o
desmatamento. A ideia era contratar um sistema de satélite para
monitorar, além dos desmatamentos, a seca e a situação de queimadas – que hoje
também é monitorada pelo INPE. O custo anual do sistema seria de R$ 100 milhões
ao ano e os recursos viriam do Fundo da Amazônia.
Na nota, o texto ainda reforça que monitora a qualidade
das imagens produzidas e que mantém os dados abertos, não só para o governo,
mas para a academia e organizações independentes, o que possibilita diversidade
de análises e acompanhamento do desmatamento. O INPE ainda reforçou que faz o
mapeamento da área com comparativos de evolução do desmatamento desde 1988.
“A política de transparência dos dados, adotada pelo INPE desde 2004, permite o acesso completo a todos os dados gerados pelos sistemas
de monitoramento, possibilitando avaliações independentes pela comunidade
usuária, incluindo o governo em suas várias instâncias, a academia e a
sociedade como um todo", diz trecho do documento.
Fonte: Site “G1” do globo.com - 18/01/2018
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