Chegada da China à Lua Provocará Uma Nova Corrida Espacial?
Olá leitor!
Segue abaixo um interessante artigo postado hoje (15/01),
no site da revista “GALILEU” tendo como tema a possibilidade dos avanços chineses
no espaço conduzir a humanidade a uma nova corrida espacial.
Duda Falcão
CIÊNCIA - ESPAÇO - ESPAÇO
Chegada da China à Lua Provocará
Uma Nova Corrida Espacial?
Novas conquistas chinesas trazem consequências
significativas para
o futuro das explorações no espaço
Por Wendy Whitman Cobb*
15/01/2019 – 09h45
Atualizado 09h45
(Foto: Divulgação)
Foto tirada pela sonda Chang'e- 4.
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A China se tornou o terceiro país a pousar uma sonda na
Lua, em 2 de janeiro. Mas, mais do que isso, ela se tornou a primeira a fazer
isso do lado oculto da Lua, muitas vezes chamada de “lado oculto”. A capacidade
de aterrissar no outro lado do nosso satélite natural é uma conquista técnica
por si só, que nem a Rússia nem os Estados Unidos alcançaram.
A sonda Chang'e 4 simboliza o crescimento do programa
espacial chinês e de todas as capacidades que ele acumulou, significativas para
a China e para as relações entre as grandes potências do mundo. As consequências
se estendem aos Estados Unidos à medida que a administração Trump considera a
corrida espacial como o futuro das explorações no espaço.
Historicamente, um dos principais impulsionadores da
política espacial norte-americana foi a concorrência com a Rússia,
especialmente no contexto da Guerra Fria. Se os sucessos da China continuarem a
se acumular, será que os Estados Unidos poderão entrar em uma nova corrida
espacial?
Conquistas da China no Espaço
Assim como os EUA e a Rússia, a República Popular da
China iniciou suas atividades espaciais durante o desenvolvimento de mísseis
balísticos, nos anos 50. Embora tenha se beneficiado de alguma ajuda da União
Soviética, a China desenvolveu grande parte de seu programa espacial por conta
própria. Longe de ser um processo tranquilo, o Grande Salto para a Frente
(programa econômico lançado pelo Presidente Mao Zedong, do Partido Comunista
Chinês, entre 1958 e 1960) e a Revolução Cultural (campanha político-ideológica
também desenvolvida nessa mesma época) interromperam os primeiros programas.
Os chineses lançaram seu primeiro satélite em 1970.
Depois disso, um antigo programa de voos espaciais tripulados foi suspenso para
focar em aplicações de satélites comerciais. Em 1978, Deng Xiaoping articulou a
política espacial da China, observando que, como país em desenvolvimento, a
China não participaria de uma corrida espacial. Em vez disso, os esforços
espaciais da China concentrariam-se em lançadores e satélites - incluindo os de
comunicações, sensoriamento remoto e meteorologia.
Isso não significa que os chineses não estivessem
preocupados com o poder que uma corrida espacial pudesse gerar. Em 1992, eles
concluíram que ter uma estação espacial seria um importante sinal e fonte de
prestígio no século 21. Um programa de voo espacial tripulado também foi
restabelecido, levando ao desenvolvimento da espaçonave Shenzhou. O primeiro
astronauta chinês, ou taikonauta, Yang Liwei, foi lançado em 2003. No total,
seis missões Shenzhou levaram 12 taikonautas para a órbita terrestre, incluindo
dois para a primeira estação espacial da China, a Tiangong-1.
Além dos voos espaciais tripulados, os chineses também
empreenderam missões científicas como a Chang'e 4. Sua primeira missão lunar, a
Chang'e 1, orbitou a Lua em outubro de 2007 e um rover espacial também pousou
por lá em 2013. Os planos futuros da China incluem um nova estação espacial,
uma base lunar e possíveis missões de retorno para coletar amostras em Marte.
Uma Nova Corrida Espacial?
A característica mais notável do programa espacial
chinês, especialmente em comparação com os primeiros programas americanos e
russos, é o seu ritmo lento e constante. Por causa do sigilo que envolve muitos
aspectos do programa espacial chinês, suas capacidades exatas são
desconhecidas. No entanto, o programa provavelmente sabe de suas
contrapartidas.
Em termos de aplicações militares, a China também
demonstrou habilidades significativas. Em 2007, realizou um teste
anti-satélite, lançando um míssil terrestre para destruir um satélite
meteorológico fora de operação. Embora bem sucedido, o teste criou uma nuvem de
detritos orbitais que continua ameaçando outros satélites. O filme “Gravidade”
ilustrou os perigos que os detritos espaciais representam para os satélites e
para os humanos. Em seu relatório de 2018 sobre as forças armadas chinesas, o
Departamento de Defesa informou que o programa espacial militar da China
“continua amadurecendo rapidamente”.
Apesar de suas capacidades, os EUA, ao contrário de outros
países, não se envolveram em nenhuma cooperação substancial com a China em nome
da segurança nacional. Na verdade, uma lei de 2011 proíbe o contato oficial com
autoridades espaciais chinesas. Isso sinalizaria uma nova corrida espacial
entre os EUA e a China?
Como pesquisadora de política espacial, posso dizer que a
resposta é sim e não. Alguns funcionários dos EUA, incluindo Scott Pace,
secretário executivo do Conselho Nacional do Espaço, estão cautelosamente
otimistas sobre o potencial de cooperação e não enxergam o início de uma nova
corrida espacial. Jim Brindenstine, administrador da NASA, se reuniu
recentemente com o chefe do programa espacial chinês na Conferência
Internacional de Astronáutica, na Alemanha, e discutiu áreas em que a China e
os EUA podem trabalhar juntos. No entanto, o aumento da presença militar no
espaço pode desencadear uma maior concorrência. A administração Trump usou a
ameaça representada pela China e pela Rússia para reforçar seu argumento de
criar um novo ramo militar independente, uma Força Espacial.
Independentemente disso, as capacidades espaciais da
China crescem à medida em que elas se refletem na cultura popular. No romance
de 2011 de Andy Weir,“The Martian” (O Marciano, em tradução livre), e em sua
posterior versão cinematográfica, a NASA procura ajuda da China para resgatar
um astronauta perdido. Embora a competição possa levar a avanços tecnológicos,
como demonstrou a primeira corrida espacial, uma maior capacidade global de
exploração espacial também pode ser benéfica não apenas para salvar astronautas
perdidos, mas também para aumentar o conhecimento sobre o universo em que todos
vivemos. Mesmo se a ascensão da China significar uma nova corrida espacial, nem
todas as consequências serão negativas.
* Wendy Whitman Cobb é professora de Ciência
Política na Universidade de Cameron (EUA). O artigo foi publicado originalmente
em inglês no site The Conversation.
Fonte: Site da Revista Galileu - 15/01/2019 - http://revistagalileu.globo.com
Comentário: Pois é leitor, será que essas vitórias
chinesas gerarão uma nova corrida espacial mundial? Ora leitor, na verdade eu
creio que já está gerando e deve ser acelerada nos próximos anos. A dúvida que
fica é: Será que o Brasil fará parte dessa corrida e do clube das nações que
dominam o circulo completo de acesso ao espaço (passo inicial para objetivos
mais complexos nesta nova fronteira) ou continuará brincando de fazer programa
espacial? A nossa esperança está no Governo Bolsonaro, ou é agora ou nunca
leitor, e dependerá muito das ações efetivas conduzidas pelos playes
envolvidos, apoio politico incondicional, profissionais que estejam
comprometidos e de visão estratégica, para assim tirarmos definitivamente o
Brasil do buraco de ineficiência e estupidez que enfiamos o nosso “Patinho Feio”.
Não vai ser nada fácil leitor, mas não há dificuldade que não se resolva quando
há pessoas preparadas e realmente comprometidas em solucionar adversidades,
pois na visão delas, são essas mesmas adversidades a motivação que eles
precisam. Que a ‘Forca’ esteja com o senhor, com o ministro Marcos Pontes e toda equipe de vocês Presidente Bolsonaro.
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