Acordo Com EUA para Uso da Base de Alcântara 'Está Bem Adiantado', Diz Ministro

Olá leitor!

Segue abaixo uma interessante matéria publicada dia (11/01) no site do jornal “Folha de São Paulo” destacando que o segundo Ministro Marcos Pontes, o acordo com os EUA para uso da Base de Alcântara 'está bem adiantado'.

Duda Falcão

GOVERNO BOLSONARO

Acordo Com EUA para Uso da Base de
Alcântara 'Está Bem Adiantado', Diz Ministro

Estimativas da Força Aérea Brasileira apontam que
ganho poderia ser de R$ 140 milhões anuais

Por Gustavo Uribe , Rubens Valente e Thais Bilenky
Folha de São Paulo
11 de janeiro de 2019 às 16h22

BRASÍLIA - O ministro de Ciências, Tecnologia Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, disse nesta sexta-feira (11) que o acordo com os Estados Unidos para o uso do CLA (Centro de Lançamento de Alcântara), no Maranhão, “está bem adiantado” e terá salvaguardas que respeitarão “cem por cento” a soberania nacional. As declarações foram dadas à imprensa logo após a cerimonia de posse do novo comandante do Exército, Edson Pujol, no Clube do Exército, em Brasília.

O acordo do Brasil com os EUA para o uso do CLA é considerado por setores da FAB (Força Aérea Brasileira) como importante impulso para um programa espacial brasileiro que consiga colocar satélites em órbita, técnica hoje dominada por um clube restrito de não mais que dez países.

A FAB quer comercializar bases de lançamento de satélites para países estrangeiros. A atividade seria comparável à com um aeroporto que negocia “slots aeroportuários”, ou vagas, para decolagem de aviões. A Força estima que poderia arrecadar R$ 140 milhões por ano apenas com as taxas de lançamento de satélite.

Foto: Pedro Ladeira / Folhapress
O presidente Jair Bolsonaro, participa da solenidade de
posse do novo comandante do exército. O atual comandante
general Eduardo Villas Boas (esq.) passa o comando ao general
Edson Leal Pujol; ministros de Estado como Marcos Pontes
(ao centro, atrás) participaram da cerimônia.

O plano prevê a criação de uma empresa pública, a Alada, a um custo inicial de R$ 1 milhão, que teria maior agilidade para fechar contratos com estrangeiros, arrecadar taxas e reinvestir o valor no programa espacial, reduzindo a burocracia e contornando a lei de licitações.

Brasil e EUA viveram momentos de maior ou menor tensão ao longo de décadas em torno do programa espacial brasileiro. Telegramas diplomáticos tornados públicos mostram que os americanos pressionaram países e empresas a dificultar o desenvolvimento do programa brasileiro.

Em 2003, no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil rechaçou um acordo que havia sido discutido previamente entre EUA e o governo de Fernando Henrique Cardoso pelo qual os norte-americanos teriam áreas de livre trânsito em Alcântara, fora do acesso das autoridades brasileiras. Aspectos como esse, no entender dos críticos do acordo, afetavam a soberania nacional.

“Nós temos o acordo de salvaguardas sendo trabalhado com os Estados Unidos. Isso está bem adiantado. Não tem ainda uma expectativa de data para terminar, mas está bem adiantado. Esse acordo vai ser importante para dar prosseguimento na operacionalização do centro”, disse o ministro Pontes nesta sexta-feira.

O acordo ainda deverá ser aprovado pelo Congresso Nacional. Indagado pela Folha se a soberania nacional será resguardada, o ministro disse que sim: “Cem por cento. Nos termos do acordo. [Os termos] serão divulgados no momento em que for divulgado”.

O ministro também elogiou a venda da parte brasileira da Embraer para a americana Boeing. Ele [acordo] preserva o que nos interessa aos países, foi estudado profundamente, outras equipes têm acompanhado. Acredito que vai ser uma ótima oportunidade para o país, preservando tudo que nós precisamos preservar [...] nossa tecnologia, as empresas terão muitas possibilidades e oportunidades com a Embraer”, disse o ministro.

Pontes comentou ainda que inserir ciência e tecnologia no currículo das escolas “é um dos nossos principais projetos no momento”.

Foto: Johnson Barros / Agencia Força Aérea
Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão.

“As pessoas até falam que eu sou meio obcecado por educação, o que é verdade. A ideia é levar ciência e tecnologia para educação, [nos níveis] fundamental, técnico e médio. Isso vai ser feito em parceria com o Ministério da Educação. Isso significa levar robótica, astronomia, aprendizagem por projetos. A importância disso é motivar jovens para as carreiras de ciência e tecnologia e também mostrar a importância da ciência e tecnologia desde pequenininho. A ciência e a tecnologia são estratégicas para o país, disse Pontes.

O ministro viajará no final do mês para Israel. Segundo ele, haverá conversas sobre “inovações” científicas, visitas a “centro de inovações que eles têm, museus interativos”.

Outro tema, segundo ele, serão as técnicas de dessalinização. Em dezembro, o então presidente eleito Jair Bolsonaro disse que esse tipo de técnica poderia ser usada para conter a seca no nordeste brasileiro. No dia 29 de janeiro, Pontes participará de uma homenagem ao astronauta israelense Ilan Ramon, que morreu em 2003 no acidente com a nave espacial Columbia.

“[Ramon] foi o primeiro astronauta israelense, ele era de minha turma na NASA e faleceu no acidente do Columbia. Então eu vou estar lá também nesse dia para prestar uma homenagem a ele”, disse o ministro.


Fonte: Site do Jornal Folha de São Paulo - 11/01/2019

Comentários

  1. Qual são as vantagens que o ( Brasil ) ganharia com essa façanha?

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    1. Olá Adavilson!

      Bom matéria já explica as vantagens e eu acrescentaria também a qualificação profissional que os profissionais do centro ganhariam com a sucessiva tarefa de lançar satélites e carga uteis no espaço. Essa qualificação só vem com a pratica e quanto maior a qualificação, mais credibilidade, e quanto mais credibilidade, maior a possibilidade de atrair missões para o CLA e com ela recursos para o PEB. Tá ok amigo? Mas repito, o acordo tem de ser bem elaborado em todos os aspectos.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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