Ultima Thule. E tudo Começou Assim
Olá leitor!
Um interessante artigo foi postado ontem (05/01) no website
português “Sol.Sapo” tendo como destaque o objeto ‘Ultima Thule’ que foi sobrevoado nas
primeiras horas no novo ano pela sonda espacial da NASA “New Horizons”.
Duda Falcão
CULTURA
Ultima Thule. E tudo Começou Assim
Por Marta F. Reis
Sol.Sapo
05 de janeiro 2019
Foi uma semana de ouro para a exploração espacial. Às
primeiras horas de 2019, a NASA sobrevoou um asteroide nos confins no Sistema
Solar e recolheu dados inéditos sobre o tipo de blocos que formaram planetas
como a Terra. Os chineses chegaram à face da Lua que nunca vemos e prometem dar
cada vez mais cartas. Bons voos
New horizons to explore, New horizons no one’s ever seen
before. Limitless wonder in a neverending sky. We may never, never reach them.
That’s why we have to try». Brian May, que até aqui muitos só associavam aos
Queen, vestiu a sua camisola de astrofísico e compôs a banda-sonora. A ciência
fez tudo o resto, e não foi pouco. Às primeiras horas do Novo Ano, a NASA
cumpriu com sucesso a primeira resolução de 2019: sobrevoar um objeto celeste
para lá de Plutão, no Cinturão de Kuiper – uma região gelada onde estão
preservadas formações do início do sistema solar. A confirmação de que tudo
tinha corrido bem e que a sonda New Horizons estava de boa saúde chegou 10
horas depois e o Ultima Thule entrou para a História: é o objeto celeste mais
primitivo alguma vez alcançado pela Humanidade e um vislumbre do que terão sido
os blocos na origem de planetas rochosos como a Terra.
Os dados completos deverão demorar 20 meses a chegar, mas
a NASA, cada vez mais empenhada (e criativa) na comunicação dos seus feitos –
mesmo com os escritórios em shutdown na já típica paralisia dos EUA enquanto o
orçamento do novo ano não é aprovado – não poupou nas imagens para sublinhar a
importância e dificuldade da missão. «O Ultima Thule tem apenas o tamanho de
Washington DC, é tão refletivo com a terra do jardim e está iluminado por um
Sol que lhe chega 1900 vezes mais fraco do que num dia aberto aqui na Terra.
Basicamente estávamos a persegui-lo às escuras a uma velocidade de 51 mil
quilómetros por hora», descreveram os investigadores na conferência de
imprensa. A New Horizons, sonda que há três anos já tinha encantado o mundo ao
revelar a geologia a formar uma espécie de coração na superfície de Plutão,
passou a 3500 quilómetros do Ultima Thule, três vezes mais perto do que tinha
passado do último alvo. São por isso esperadas imagens de enorme resolução do
encontro a 6 mil milhões de quilómetros da Terra, mesmo que as primeiras tenham
parecido algo turvas. Chegou a pensar-se que seria um único bloco em forma de
pino, mas afinal trata-se de um sistema binário de contacto, uma espécie de
‘boneco de neve’, com dois blocos juntos. Como os cientistas são pouco
inventivos com as palavras, justificou Alan Stern, investigador principal da
missão, o corpo ficou a chamar-se ‘Ultima’ e a cabeça ‘Thule’.
A descrição da união teve alguma poesia. Há 4,5 mil
milhões de anos, nos primórdios da formação do Sistema Solar, rochas de
diferentes tamanhos giraram umas sobre as outras até que duas se aproximaram
lentamente, ficaram coladas «como duas naves que acoplam» e assim permaneceram
a «descansar» uma na outra, num ambiente gelado e praticamente na mesma
posição, até hoje. Os dois blocos, praticamente esféricos, terão encostado um
ao outro a uma velocidade de 1 ou 2 quilómetros/hora. «A velocidade a que
estacionaríamos o carro. Se batessem a essa velocidade nem seria preciso
preencher a declaração amigável», comparou Jeff Moore, responsável pela equipa
que trata dos aspetos geológicos da missão New Horizons. Sobre este novo mundo
gelado sabe-se para já que tem uma superfície avermelhada, poucas crateras e
diferentes formações geológicas, aspetos que serão estudados a fundo nos
próximos meses. As expectativas estão altas. «Vai revolucionar o nosso
conhecimento sobre ciência planetária», disse Stern.
Fonte: Website português Sol.Sapo - https://sol.sapo.pt
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