Sátelites de Comunicações Serão Parte do PEB
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada hoje (28/09) no site da Agência Espacial Brasileira (AEB) destacando que Satélites de Comunicações serão parte agora do Programa Espacial Brasileiro.
Duda Falcão
Notícias
Satélites de Comunicações Serão
Parte do Programa Espacial Brasileiro
AEB
28-09-2011
Está decidido nas mais altas esferas: o Brasil deve lançar em 2014 seu primeiro satélite geoestacionário de comunicações, comprado no exterior, mas – e essa é a grande diferença – construído com ativa participação da indústria brasileira. O segundo tem seu lançamento previsto para 2019, com inserção ainda maior da nossa indústria.
Sim, o Brasil já teve, nos anos 80 e 90, satélites geoestacionários – aqueles que voam a 35.786 km da Terra, no plano da Linha do Equador, e que, por se deslocarem com a mesma velocidade do nosso planeta, ficam como que parados, estacionados, sobre um mesmo ponto da superfície terrestre. O que constitui o cerne dos fantásticos avanços das telecomunicações no mundo inteiro.
A primeira geração de satélites brasileiros geoestacionários começou com o satélite BRASILSAT A1, orbitado em 1985. Vários outros vieram depois: BRASILSAT A2, em 1986; BRASILSAT B1, em 1994; BRASILSAT B2, em 1995; e BRASILSAT B3, em 1998.
Todos eles adquiridos pela Embratel – até então pertencente ao nosso Ministério das Comunicações – de empresas privadas do Canadá e dos EUA, e lançados a partir de Kourou, na Guiana Francesa, pelo foguete europeu Ariane.
Sem nenhuma ligação com o Programa Espacial Brasileiro
Em 29 de julho de 1998, dentro do programa de abertura neoliberal da economia brasileira, o Governo privatizou a Embratel – apesar de ser reconhecidamente lucrativa e eficiente –, com todos os seus satélites. Todo esse patrimônio foi transferido à empresa Star One, que lançou só mais um satélite, o BRASILSAT B4, em 2000.
Cometemos um erro histórico. Poderíamos ter aberto o mercado das comunicações, mantendo uma grande empresa estatal brasileira. Pagamos um preço alto: desde 1998, há 13 anos, o Brasil não dispõe de seus próprios satélites de comunicações e sente muita falta deles para comunicações estratégicas do governo e das Forças Armadas.
Hoje, a Star One conta com cinco dos satélites referidos, localizados nas excelentes longitudes de 75, 70 e 65 graus oeste, vendendo serviços de comunicações domésticas e internacionais, com alta taxa de uso. É deles e de outros satélites de empresas privadas que se servem hoje nossas instituições oficiais civis e militares.
Tal dependência é inaceitável. Por isso, os dois satélites a serem construídos a partir de agora com máxima presteza virão preencher importantíssimas lacunas, inclusive a de levar internet em banda larga às populações das zonas mais remotas do país.
Mas, o mais relevante de tudo é o fato de que os satélites não serão simplesmente comprados em caixas pretas, como se fazia no passado. Essa segunda geração de satélites geoestacionários brasileiros enriquecerá a política nacional de desenvolvimento tecnológico efetivo. Fator essencial do negócio será a maior integração possível de, pelo menos, uma grande empresa brasileira.
A empresa estrangeira contratada para produzir os satélites terá, necessariamente, que atender à exigência de dar acesso à tecnologia utilizada e de preparar especialistas qualificados, capazes amanhã de contribuírem na criação de outros satélites semelhantes.
É o esforço decisivo de valorizar a prata da casa e de priorizar a capacitação nacional em área estratégica, promovido pelos Governos Lula e Dilma Rousseff e conduzido com afinco pelo Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação.
Isso é inédito entre nós no campo das telecomunicações.
Significa também que os satélites geoestacionários brasileiros passam a compor um capítulo especial do Programa Espacial Brasileiro, que agora inclui as telecomunicações por satélite, em trabalho conjunto com a Telebrás, do Ministério das Comunicações, e com o Ministério da Defesa.
Há, portanto, grandes novidades a comemorar.
Fonte: Agência Espacial Brasileira (AEB)
Comentário: Não sei quem escreveu essa nota, pois demonstra ter um conhecimento histórico muito bom. Entretanto, permita-me discordar de que haja algo a se comemorar, já que até agora não houve qualquer ação e sim a promessa de se realizar o lançamento desse satélite em 2014 e de promessa caro autor a comunidade espacial tem 50 anos de experiência. Além do mais, já estamos no final de setembro de 2011 e mesmo que o satélite seja integralmente desenvolvido no exterior sem qualquer participação brasileira (modelo que não é o descrito) exigiria comprometimento, seriedade e competência em vários níveis que infelizmente nunca existiram no governo brasileiro e nem no Congresso, e não será no Governo DILMA que isso acontecerá. Se o autor dessa nota realmente acredita nessa possibilidade, perdoe-me, mas ou o senhor está mal intencionado (coisa que não acreditamos), ou está muito mal assessorado ou é um completo ingênuo. 2014 está ai as portas, e esperamos estar online até lá para que o senhor e os políticos envolvidos com essa notícia possam nos provar de que estávamos errados, seremos os primeiros a reconhecer o erro, mas esteja certo também que seremos os primeiros a lembrá-los de nossa previsão.
A privatização em 1998, feita com a participação da WorldCom manteve o direito do Brasil a uma Golden Share e ao uso gratuito pelas forças armadas de um canal da banda X. Com a reprivatização feita em 2004 no governo Lula, bdeneficiando a TELMEX de Slim, o Brasil perdeu a Golden Share e passou a pagar 12 milhões por ano pelo uso da banda X pelas forças armadas.
ResponderExcluirObs. José Dirceu é consultor de Slim da TELMEX.