Delegação Japonesa Discute Micro/Nanosatélite com a AEB
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada hoje (22/09) no site da “Agência Espacial Brasileira (AEB)” destacando que uma delegação japonesa discutiu ontem (21/09) na sede da AEB em Brasília a possibilidade de desenvolvimento conjunto de micro e nanosatélites.
Duda Falcão
Delegação Acadêmica Japonesa
Discute Micro/Nanosatélite com a AEB
AEB
22/09/2011
Uma delegação japonesa composta por representantes da embaixada, do setor acadêmico e de pesquisa foi recebida, ontem (21/09), na Agência Espacial Brasileira (AEB), pelo diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento (Dsad), Thyrso Villela, e o chefe da Assessoria de Cooperação Internacional (ACI), José Monserrat Filho. O tema principal do encontro foi a possibilidade de desenvolvimento conjunto de micro/nanosatélites.
Segundo a comitiva japonesa a miniaturização de satélites já é uma tendência mundial por dois aspectos. O primeiro deles é o baixo custo de fabricação. Enquanto os de médio-grande porte podem custar algo em torno de US$ 200 a US$ 500 milhões, os de pequeno porte estão na faixa de US$ 2 a US$ 5 milhões, o que representa um centésimo do preço.
Outra vantagem é o tempo de desenvolvimento e fabricação dessa classe de satélite. Eles levam cerca de um ano e meio a dois anos para serem concluídos, algo em torno de um quinto do necessário para a finalização dos de médio porte.
Para a delegação, com estas vantagens, será possível lançar uma quantidade maior de satélites com custo reduzido, conformando uma rede de satélites que monitore determinada aéreo em tempo real em caráter quase que permanente. O grupo também acredita que esse programa permitirá a capacitação de recursos humanos para o setor espacial.
O programa de satélites de pequeno porte contemplaria áreas como agricultura, monitoramento florestal e monitoramento de desatres naturais. O desenvolvimento conjunto não se restringeria aos artefatos, mas abrangeria todos os sistemas envolvidos no seu emprego como: recepção e análise de imagens.
Durante a reunião, também foi discutida a possibilidade de uma cooperação sul-sul visando a montagem de uma rede de cooperação na área de micro/nanosatélites para emprego em diversas áreas. Essa rede global de monitoramento, que deverá cobrir a América Latina e outros países tropicais, contará não somente com satélites de pequeno porte, mas também com os de médio porte (portadores de radares), como o Asnaro e o ALOS2.
A comitiva fez, ainda, um convite ao Brasil para participar do projeto Uniform, que consiste em um programa de universidades japonesas para a capacitação de jovens engenheiros de outros países.
A visita da delegação já estava prevista em conformidade com as prioridades para cooperação entre os dois países, assinada em 2010, durante a III Reunião da Comissão Mista Japão-Brasil de Cooperação em Ciência e Tecnologia, realizada em Brasília.
Participaram do encontro o representante da Universidade de Wakayama, Hiroaki Akiyama e o representante da Next Generation Space System Technology Research Association, Yuki Saito.
Fonte: Site da Agência Espacial Brasileira (AEB)
Comentário: Poxa, como gostaríamos de acreditar que uma oportunidade como essa será aproveitada com o dinamismo que se exige pelo governo brasileiro e as instituições envolvidas com o programa espacial do país. Entretanto, vamos falar sério. Desenvolvimento de satélite com a participação brasileira em períodos de um ano e meio a dois anos nesse caso é pura fantasia nipônica. Não existe comprometimento e responsabilidade por parte do governo para que as instituições brasileiras possam se envolver em projetos com instituições japonesas permitindo a realização desses projetos com prazos tão curtos. Desenvolver satélite com a participação brasileira e um exercício complicado que serve como roteiro de novela. Os chineses e argentinos que o digam. No caso dos chineses, essa novela começou em 1988 e em 23 anos somente três satélites foram lançados e o governo brasileiro ainda tentou recentemente transferir a data de lançamento do quarto satélite da séria (CBERS-3), transferência essa não aceita pelos chineses. Já os argentinos assinaram um acordo para o desenvolvimento de um satélite conjunto (SABIA-Mar) em 1998 é só no final de 2010 é que o Brasil deu início às primeiras ações desse programa. O Microsatélite Fraco-Brasileiro (FBM), que estava em desenvolvido no começo da década com a França, esse nem teve chance de ser concluído com desculpas até hoje mal explicadas. Um grande exemplo de projeto que é uma verdadeira novela é Amazônia-1, esse de origem nacional que já conta com mais de 30 anos de desenvolvimento. Podemos incluir também o MAPSAR que depois de vários estudos não deu em nada e ainda teve a desistência dos alemães. Vale lembrar também os microssatélites científicos Mirax e Equars que acabaram virando missões a serem incluídas no minisatélite científico Lattes 1, previsto antes para 2014 e agora para não antes de 2016. E por fim não podemos esquecer os dois microssatélites do programa IBSA, que os ingênuos irmãos sul-africanos acreditavam que poderiam ser lançados em apenas quatro anos. Agora estão falando também num programa de satélites do grupo BRICS. Hummm, a verdade leitor é que, enquanto não houver seriedade do governo o programa espacial não irá para lugar nenhum.
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