Sistema Antidesastres Começa Operar Ainda Esse Ano

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Segue abaixo uma matéria publicada hoje (18/03) no jornal “Valor Econômico” destacando que o “Sistema Antidesastres” do governo começará a operar ainda esse ano com verba de R$ 11 milhões.

Duda Falcão

Sistema Antidesastres Começa a
Operar Este Ano com Verba de R$ 11 milhões

Virgínia Silveira
De São José dos Campos
Valor Econômico
18/03/2011

O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) prevê um investimento de R$ 10,9 milhões este ano para dar início, em novembro, à operação do Sistema de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, lançado em janeiro pelo governo federal. A operação integral do sistema, prevista para ocorrer em quatro anos, exigirá investimentos muito superiores ao inicial, mas que ainda se encontram em fase de detalhamento, segundo informou o climatologista Carlos Nobre, secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCT.

A expectativa do governo, segundo Nobre, é que as melhorias, que serão implementadas na capacidade de observação e de monitoramento de fenômenos climáticos e meteorológicos extremos e, principalmente, na capacidade de dar alertas sobre riscos de deslizamentos e de inundações, contribuam para uma redução de 80% do número de vítimas dos desastres naturais para áreas cobertas pelo sistema e com levantamentos detalhados de vulnerabilidades. "Para o restante do Brasil, estima-se uma redução de 50% do número de vítimas e, em dez anos, para menos de 20% em relação aos números atuais", explicou Nobre.

O aprimoramento da rede de observação existente hoje, de acordo com o secretário do MCT, contempla a expansão da rede de Plataformas de Coleta de Dados Ambientais (PCDs). Atualmente, existe um total de 854 PCDs espalhadas pelo território nacional, mas 271 estão sem transmissão e outras 22 foram desativadas. O sistema utilizará todas as redes de dados meteorológicos existentes, como as quase 500 estações automáticas do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).

As PCDs fazem a coleta diária de informações meteorológicas (temperatura, pressão, direção e velocidade do vento, umidades) em territórios de difícil acesso e no mar. Essas informações são utilizadas nos modelos computacionais de previsão do tempo e permitem o acompanhamento, em tempo quase real, das condições ambientais.

Também está prevista a instalação de cerca de 700 pluviômetros em áreas de risco, escolas, igrejas e órgãos públicos, para serem operados pelas comunidades e com informações enviadas para centros de controle, via telefonia celular.

A rede de radares meteorológicos existente hoje também será ampliada, segundo Nobre, com a aquisição de 15 equipamentos em parcerias com Estados, que estarão integrados com os atuais radares, permitindo um monitoramento mais adequado de chuvas, em tempo real, para áreas de risco.

O novo sistema de alerta propõe ainda a instalação de um radar meteorológico no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), de Cachoeira Paulista, onde já está operando o novo supercomputador Tupã.

"Além de complementar a rede nacional de radares, este equipamento permitirá o avanço de pesquisas sobre meteorologia por radares. Essa capacitação poderá ser usada nos cursos de pós-graduação do INPE e no treinamento de pesquisadores e técnicos em meteorologia por radares", disse.

O governo também pretende, no curto prazo, fazer um levantamento dos municípios com mapeamento geomorfológico detalhado de áreas de risco em encostas e de áreas sujeitas a inundações. O secretário do MCT ressalta que a confiabilidade dos alertas de risco e de ações de prevenção de desastres naturais dependem da existência de sistemas e de tecnologias de observação e monitoramento em tempo real.

"As previsões atuais de riscos de deslizamentos em encostas e de vazões em bacias hidrológicas ainda se encontram na infância, a não ser para poucos municípios como Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo", diz o meteorologista.

A sede do sistema que, provavelmente, será instalada no campus do INPE, em Cachoeira Paulista (SP), vai abrigar, até novembro deste ano, uma equipe de 30 profissionais, que vão trabalhar 24 horas por dia, todos os dias do ano. A vantagem de a sede ficar no INPE, segundo já havia explicado o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, é que ali já existe toda uma infraestrutura logística, com supercomputadores de última geração, sistema de fibra óptica e técnicos altamente qualificados, o que reduziria grande parte dos custos de montagem do sistema.

Além de uma rede integrada de radares meteorológicos e pluviômetros, o MCT também coloca como prioridade para o novo sistema, o lançamento de uma constelação de satélites de monitoramento de precipitações, que está sendo feita com a NASA e a Agência Espacial Japonesa.

A médio prazo, diz o secretário Carlos Nobre, o objetivo do governo é contar com um satélite geoestacionário próprio para monitoramento ambiental e meteorológico. Também está prevista a modernização dos componentes do sistema de coleta de dados das PCDs, que recebe informações do satélite SCD-1 e SCD-2, ambos com vida útil vencida há mais de dez anos e operando de forma degradada.

O MCT avalia ainda a possibilidade de desenvolvimento de um sistema de coleta de dados novo, pela indústria nacional, para ser embarcado no satélite científico Lattes. O satélite está sendo desenvolvido pelo INPE e tem lançamento previsto entre os anos de 2014 e 2015.


Fonte: Jornal Valor Econômico via site ClippingMP - 18/03/2011

Comentário: A competente jornalista Virginia Silveira nos traz hoje grandes notícias para o sistema metrológico do país e para o setor espacial, caso o governo venha mesmo realizar tudo que foi exposto nesta matéria. Realmente se todas essas ações prometidas pelo governo forem cumpridas, em quatro anos o país terá um verdadeiro sistema de meteorologia capaz de prever e preparar a nossa sociedade para qualquer evento meteorológico. Assim sendo, o ministro Aloizio Mercante estará fazendo história e marcando sensivelmente a sua passagem e de sua equipe formada por gente competente como o senhor Carlos Nobre, Marco Antônio Raupp, entre outros. Parabéns ao MCT e agora chega de conversa é hora de ação.

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