A 'Sonda Espacial Juice' da ESA, Captura Imagem Mais Nítida do Cinturão de Radiação da Terra

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[Imagem: ESA/NASA/Johns Hopkins APL/Josh Diaz]
Esta ilustração mostra a trajetória da Juice durante sua assistência gravitacional lunar-terrestre, incluindo a imagem de alta resolução do halo de plasma quente (mais de um milhão de graus) circundando a Terra. Os anéis brancos mostram a distância equatorial de 4 e 6 raios da Terra. O detalhe mostra medições feitas pelos instrumentos JENI e JoEE durante sua passagem pelos cinturões de radiação, revelando um ambiente de íons e elétrons altamente estruturado e energético.
 
No dia de ontem (01/10), o portal Inovação Tecnológica informou que há pouco mais de uma semana, a Sonda Espacial Juice (sigla em inglês para Explorador das Luas Geladas de Júpiter) da Agência Espacial Europeia (ESA) fez história ao realizar pela primeira vez uma manobra de assistência gravitacional dupla, usando tanto a Terra quanto a Lua.
 
Mas os técnicos da ESA queriam mais, e por isso acionaram os instrumentos científicos da sonda para realizar um teste do que eles farão quando chegarem a Júpiter.
 
Foram feitos vários testes, mas um deles já gerou um resultado científico históricos: Dois dos instrumentos capturaram a imagem mais nítida já feita dos cinturões de radiação da Terra, faixas de partículas carregadas presas no escudo magnético da Terra, ou magnetosfera.
 
Nenhum astronauta consegue ver o que foi capturado pelos instrumentos JENI (Neutros e Íons Energéticos Jovianos) e JoEE (Elétrons Energéticos Jovianos), mas o cinturão de plasma, que interage com o hidrogênio na fronteira da atmosfera terrestre, desempenha papéis ainda não totalmente compreendidos pela ciência - é nesses cinturões de radiação que ocorrem as auroras boreais e austrais.
 
"Assim que vimos as imagens novas e nítidas, comemorações circularam pela sala," disse Matina Gkioulidou, responsável pelo instrumento JENI. "Ficou claro que tínhamos capturado o vasto anel de plasma quente circundando a Terra com detalhes sem precedentes, uma conquista que despertou entusiasmo pelo que está por vir em Júpiter."
 
Além de trazer novas informações sobre a Terra, a informação é importante porque funciona como uma referência para a interação que os cientistas esperam ver nas luas de Júpiter, que deve ser muito maior do que o que o novo mapa mostra em relação à Terra e da Lua, já que a magnetosfera de Júpiter é muito mais forte e deve exercer um papel igualmente maior sobre suas diversas luas.
 
[Imagem: ESA/ATG]
A Juice leva o mais poderoso conjunto de instrumentos de sensoriamento remoto, geofísico e carga útil já enviado ao Sistema Solar externo - vários deles são melhorias em relação aos instrumentos da Sonda Cassini.
 
Agora, após usar a gravidade da Lua e da Terra, a trajetória da sonda Juice foi ajustada para um futuro encontro com Vênus, em agosto de 2025.
 
Esse sobrevoo por Vênus servirá como um estilingue gravitacional, impulsionando a Juice de volta à Terra e preparando-a para dois sobrevoos adicionais, em setembro de 2026 e janeiro de 2029. Só então a sonda terá ganho a aceleração necessária para iniciar de fato sua jornada rumo a Júpiter, onde deverá chegar em julho de 2031.
 
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