Satélite Reutilizável Chinês 'Shijian-19' Pousa em Segurança Após 2 Semanas no Espaço, Enquanto o Projeto Pioneiro do SARA Brasileiro Foi Abandonado Pela FAB

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Crédito: CNSA
Uma visão aérea da área de pouso do satélite recuperável Shijian-19, Dongfeng, Mongólia Interior.

No dia de ontem (11/10), o portal SpaceNews noticiou que o primeiro satélite recuperável e reutilizável da China retornou à Terra na noite de quinta-feira (10), após duas semanas de experimentos em órbita baixa da Terra.

É impossível neste momento esquecer que a ideia de um satélite como este foi concebida primeiramente pelo saudoso e visionário Dr. Paulo Moraes Junior, servidor do então outrora glorioso Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), que hoje se tornou uma caricatura do que já foi. A visão desse visionário brasileiro deu origem dentro desse instituto ao Projeto do Satélite de Reentrada Atmosférica (SARA). No entanto, infelizmente, após a conclusão da sua primeira versão suborbital (SARA Suborbital -1), o projeto sofreu um revés trágico quando o veículo lançador explodiu na plataforma de lançamento. Em decorrência desse acidente, a FAB e o IAE tomaram a estúpida decisão de interromper a sequencia do projeto. E agora, enquanto a VARDA SPACE dos EUA e os chineses já têm suas versões operacionais, mais uma vez o Brasil entrou pelo cano.

Pois então, de acordo com a nota do portal, o Satélite Shijian-19 pousou às 22h39, horário do leste dos EUA, em 10 de outubro (02h39 UTC, 11 de outubro) no local de pouso de Dongfeng, próximo ao Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, no deserto de Gobi. A equipe de recuperação abriu a espaçonave para recuperar suas cargas.

O Shijian-19 foi lançado em um foguete Longa Marcha 2D em 27 de setembro a partir de Jiuquan. Ele transportava cargas de cultivo de plantas e microrganismos, bem como cargas para verificação de novas tecnologias autônomas e controláveis, cargas para experimentos de ciência espacial e itens culturais, de acordo com uma declaração da Administração Nacional do Espaço da China (CNSA).

A missão também "verificou os indicadores técnicos da nova geração de plataformas de testes espaciais reutilizáveis de alto desempenho e alcançou vários resultados de teste esperados", afirmou a CNSA.

A missão também transportava cargas de cinco países, incluindo Tailândia e Paquistão, segundo uma declaração da CNSA após o lançamento.

A China tem um forte interesse no cultivo espacial de culturas. A exposição a condições espaciais é considerada capaz de acelerar mutações genéticas que podem aumentar a resiliência e a produtividade das culturas. Com relativamente pouca terra arável, a China busca aumentar a produção agrícola e os rendimentos das colheitas.

Oficiais da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST), fabricante da espaçonave, apresentaram a série de satélites Shijian reutilizáveis e recuperáveis em 2018. A CAST inicialmente planejou cerca de 15 missões para o período de 2019 a 2025. No entanto, o Shijian-19 foi a primeira missão desse tipo.

O satélite Shijian-19, pesando aproximadamente 3.500 quilos, possui diferentes configurações para diversas necessidades de missão. Esta missão utilizou uma versão "de curto prazo", projetada para missões de cerca de duas semanas. Uma configuração de longo prazo, equipada com painéis solares em seu módulo de propulsão e energia, é capaz de permanecer em órbita por mais tempo, apoiando experimentos prolongados. A parte recuperável pode transportar entre 500 a 600 quilos de carga.

A missão Shijian-19 faz parte do programa espacial mais amplo da China, que inclui planos ambiciosos para exploração do espaço profundo, uma variedade de experimentos a bordo da estação espacial Tiangong e avanços em tecnologias espaciais reutilizáveis.

O novo satélite Shijian se baseia na série anterior de satélites Fanhui Shi Weixing ("satélite recuperável") da China, lançada pela primeira vez na década de 1970. Esses satélites notavelmente usaram carvalho impregnado como escudo térmico para a parte de reentrada da espaçonave.

Atividade de Lançamento na China

O lançamento do Shijian-19 foi a 46ª missão orbital da China em 2024. Desde então, o país lançou um novo satélite de internet em alta órbita (10 de outubro) para fins não divulgados. O lançamento da missão tripulada Shenzhou-19 é atualmente esperado para o final de outubro, embora nenhuma data firme tenha sido fornecida. O primeiro indício de um lançamento iminente será o deslocamento do veículo lançador Longa Marcha 2F em Jiuquan nos dias anteriores ao lançamento.

Um segundo lote dos satélites da megaconstelação Qianfan/Thousand Sails da China pode ocorrer já na próxima semana. A missão será observada de perto por vários motivos, incluindo a potencial geração de detritos do Longa Marcha 6A, criada pelo primeiro lançamento do satélite Qianfan, e o brilho aparente dos satélites, que pode causar problemas para a astronomia.

A CASC disse no final de setembro que planeja realizar mais de 20 lançamentos até o final do ano.

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Comentários

  1. Na República Federativa do Brasil.

    No passado a Força Aérea Brasileira (FAB) e o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), tinha em mente o Projeto do Satélite de Reentrada Atmosférica (SARA). Não obtivemos um avanço significativo sobre o projeto (SARA). Hoje estamos presenciando novamente a (FAB), costurando a criação da Super ESTATAL ALADA. Que situação em nação Brasileira.

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