Após a Desastrosa Barganha Política do Governo, Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA) Debate em Reunião Estratégica os Impactos no CLA

Prezados leitores e leitoras do BS!

Fotos: Revista Maranhão Hoje

No dia de ontem(10/10), o portal da Revista Maranhão Hoje informou que a Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA) sediou reunião estratégica, na última quarta-feira (9), para discutir os possíveis impactos da recente titularização de terras para comunidades quilombolas na região do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). O encontro contou com a presença de diversas autoridades e especialistas do setor, incluindo o diretor do CLA, Cel. Aviador Clóvis Martins de Souza, que apresentou como essa mudança territorial pode afetar o desenvolvimento e as operações do centro espacial.

De acordo com a nota do portal, a formalização da posse das terras para as comunidades quilombolas levanta preocupações sobre o impacto no Programa de Desenvolvimento Integrado (PDI) do CLA. Com uma localização estratégica para o lançamento de foguetes, o centro já realizou 150 operações, lançou mais de 500 foguetes e contribuiu para a economia local, gerando empregos e fomentando o desenvolvimento da região. Com a diminuição de 78,1 mil hectares de terras da área, o CLA mantém 9,2 mil hectares destinados ao seu funcionamento, limitando futuras expansões, lançamentos e parcerias com empresas brasileiras e multinacionais, o que afeta diretamente a economia local.

Outro ponto abordado foi a Lei 14.946/24, que prevê novas regras para a exploração espacial no Brasil e possibilita a criação de novos centros de lançamento, aumentando a concorrência para Alcântara. O que também coloca o CLA em desvantagem em relação a outras regiões são a falta de conectividade e a infraestrutura limitada da cidade, que depende das marés para locomoção e transporte de equipamentos entre Alcântara e São Luís.

O Cel. Clóvis Martins destacou as iniciativas do CLA junto à comunidade local, como ações na área da saúde e a importância do centro para a cidade, que depende do atracadouro próprio do CLA para transporte. Durante o encontro, o assessor da Diretoria de Inovação da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Ronaldo Carmona, elogiou a FIEMA pela iniciativa de debater o tema e enfatizou a necessidade de investimentos para garantir a autonomia espacial do Brasil.


Carmona também ressaltou que a redução da área do CLA limita o lançamento de grandes veículos espaciais, prejudicando o potencial do centro. “O Estado precisa resolver problemas estruturais para que o CLA não perca seu espaço e importância”, afirmou.

Para o presidente da Associação Comercial do Maranhão (ACM), Cristiano Barroso Fernandes, a situação traz incertezas para os empresários da região, que tinham grandes expectativas em relação ao potencial do CLA. “A gente tinha um planejamento pelo potencial que o CLA trouxe para a região, que diante dessa situação frusta muitos dos projetos que temos em mente ou em implantação”, afirmou.

O empresário do setor aeroespacial, Oswaldo Loureda, destacou a localização privilegiada de Alcântara para missões de espaço profundo e reforçou a importância de investimentos para transformar o CLA em uma referência mundial. “É importante deixar claro que esse tipo de missão, esse tipo de atividade, não é possível você fazer só trazendo foguete de avião, colocando aqui e lançando. É necessário investimento e comprometimento para realmente transformá-lo em referência mundial”, enfatizou.

NOVOS LANÇAMENTOS – Apesar das limitações territoriais, o CLA ainda possui áreas para futuras operações e o Cel. Clóvis Martins anunciou que cinco lançamentos estão programados para 2025, incluindo missões coreanas e canadenses. “O impacto não será sentido a curto prazo, ainda temos boas áreas para serem utilizadas nos lançamentos. O CLA ainda continuará com as suas missões se adequando a realidade atual”, frisou.

O vice-presidente da FIEMA, Luiz Fernando Renner, reforçou o compromisso do setor industrial com o desenvolvimento de Alcântara, mencionando projetos de qualificação profissional e iniciativas na área de saúde e educação conduzidas pelo SESI e SENAI. Ele enfatizou que o poder público precisa atuar para garantir que o CLA continue a impulsionar o avanço científico e tecnológico do Maranhão.

A reunião teve a participação de diversas autoridades e representantes de entidades maranhenses. Entre os presentes estavam os vice-presidentes executivos da FIEMA, Luiz Fernando Renner — que representou o presidente Edilson Baldez — Cláudio Azevedo e Fábio Nahuz; a coordenadora regional do IEL-MA, Michele Frota; o superintendente regional do SESI e superintendente interino da FIEMA, Diogo Lima; o diretor regional do SENAI, Raimundo Arruda; e o secretário da SEDEPE, José Reinaldo Tavares. Também participaram o assessor da Diretoria de Inovação da Finep, Ronaldo Carmona; o diretor-presidente da Gasmar, Allan Kardec; o presidente da ACM, Cristiano Barroso; o empresário do setor aeroespacial, Oswaldo Loureda; e o diretor da Fecomércio, Antônio Sousa. Além disso, estiveram presentes líderes sindicais, empresários, acadêmicos e representantes de entidades parceiras, que reforçaram a importância de uma articulação conjunta para fortalecer o Centro Espacial de Alcântara e seu papel no progresso do estado.

Aproveitamos para agradecer ao nosso leitor maranhense e membro do canal do BS no youtube, Edvaldo Coqueiro, pelo envio dessa notícia. 

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Comentários

  1. República Federativa do Brasil.

    Meu Deus do Céu! Que país é este?

    É difícil acreditar que essa situação se repete. Mais uma vez estamos testemunhando a falta de competência do governo e a ausência de clareza por parte da Força Aérea Brasileira (FAB), que nunca incluiu representantes das COMUNIDADES QUILOMBOLAS nas discussões. Enquanto outras nações avançam na nova era espacial, NEW SPACE, o BRASIL permanece estagnado, atrasado em pelo menos seis décadas em relação a outros países.

    -> Até quando aguentaremos essa situação?

    É hora de parar com essa farsa. Exigimos transparência, deixem de jogar a responsabilidade nas costas de outros e assumam a tarefa de resolver esse problema que aflige o Brasil há mais de 60 anos.

    Que isso BRASIL!

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  2. Olhando um mapa (maps) do Cabo Canaveral, há uma boa área para outros pontos de lançamento. Assim como seria possível em Alcântara. A questão é que lá, tal como a área original de Alcântara, tem áreas imensas para a parte administrativa, laboratórios, centros de recepção de visitantes, área do Ônibus Espacial etc.
    Enfim, se o Brasil tem aspirações maiores, ou alguém nesse país têm, é melhor rever esse acordo ou buscar uma outra área. Mas, aí certamente virá alguma ONG inventando alguma tribo ancestral para barrar o empreendimento. O país tem que enfrentar esses desafios, de forma soberana, respeitando os direitos de comunidades, mas não se acovardando para os ditames do Departamento de Estado, ou seja lá o que for que sabota os interesses nacionais há décadas.

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