Cientistas Capturam a Maior Explosão Cósmica Já Vista Que Veio de Matéria e Antimatéria Se Aniquilando

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[Imagem: NASA Goddard]
Quando o núcleo de uma estrela fica sem combustível, ela colapsa em um buraco negro, produzindo jatos opostos de partículas se movendo quase à velocidade da luz, que podem carregar consigo parte da matéria girando em direção ao buraco negro. Vemos uma explosão de raios gama quando um desses jatos aponta diretamente para a Terra.
 
No dia de hoje (30/07) o portal Inovação Tecnológica noticiou que no dia 9 de outubro de 2022, um intenso pulso de radiação de raios gama varreu nosso Sistema Solar, um pulso tão forte que cegou nossos telescópios que monitoram o Universo em busca das explosões de raios gama, ou GRBs (gamma-ray bursts).
 
De acordo com a nota do portal, embora seu nome oficial seja GRB 221009A, os cientistas chamam essa explosão de BOAT, que não é um nome, mas uma sigla para "mais brilhante de todos os tempos" (Brightest Of All Times). Mas essa que foi a explosão mais intensa já observada continua desafiando as explicações.
 
E, ao observar com mais cuidado os dados do telescópio Fermi, Maria Ravasio e colegas da Universidade Radboud, nos Países Baixos, observaram uma particularidade que ninguém havia notado antes.
 
"Poucos minutos após a erupção do BOAT, o Monitor de Explosão de Raios Gama do Fermi registrou um pico de energia incomum que chamou nossa atenção," contou a pesquisadora. "Nossa análise desde então mostra que esta é a primeira linha de emissão de alta confiança já vista em 50 anos de estudo de GRBs."
 
"Embora alguns estudos anteriores tenham relatado possíveis evidências de características de absorção e emissão em outras GRBs, o exame subsequente revelou que todas elas poderiam ser apenas flutuações estatísticas. O que vemos no BOAT é diferente," disse Om Salafia, do Observatório INAF-Brera, na Itália. "Determinamos que as chances de essa característica ser apenas uma flutuação de ruído são menores do que uma chance em meio bilhão."
 
E aí vem o mais interessante: Esse evento é compatível com partículas de matéria e antimatéria se aniquilando a 99,9% da velocidade da luz.
 
[Imagem: NASA Goddard/Fermi]
É assim que a explosão de raios gama (ilustração artística à esquerda) aparece aos nossos telescópios (dados observacionais à direita).
 
Quando a matéria interage com a luz, a energia pode ser absorvida e reemitida de maneiras características. Essas interações podem clarear ou escurecer cores (ou energias) específicas, produzindo características-chave visíveis quando a luz é espalhada, como um arco-íris, em um espectro - esta é a linha de emissão.
 
Essas características podem revelar uma riqueza de informações, como os elementos químicos envolvidos na interação. Em energias mais altas, as características espectrais podem revelar processos específicos de partículas, como a aniquilação de matéria e antimatéria para produzir raios gama.
 
As GRBs são as explosões mais poderosas do cosmos e emitem grandes quantidades de raios gama, a forma de luz de mais alta energia. O tipo mais comum ocorre quando o núcleo de uma estrela massiva esgota seu combustível, colapsa e forma um buraco negro de rotação rápida. A matéria que cai no buraco negro alimenta jatos de partículas em direções opostas que atravessam as camadas externas da estrela quase na velocidade da luz. Nossos observatórios detectam as GRBs quando um desses jatos aponta quase diretamente para a Terra.
 
Mas o BOAT foi tão forte que saturou quase imediatamente a maioria dos detectores de raios gama em órbita, incluindo os do telescópio Fermi, o que nos impediu de medir a parte mais intensa da explosão. Mas observações reconstruídas, juntamente com argumentos estatísticos, sugerem que o BOAT foi provavelmente a explosão mais brilhante a aparecer nos céus da Terra em 10.000 anos.
 
[Imagem: NASA Goddard/Fermi]
Esta é tão celebrada linha de emissão, detectada pela primeira vez em uma explosão de raios gama.

Para felicidade dos astrofísicos, a linha de emissão apareceu quase 5 minutos após a explosão ter sido detectada e bem depois de ter escurecido o suficiente para acabar com os efeitos de saturação nos sensores dos telescópios. A linha persistiu por pelo menos 40 segundos, e a emissão atingiu um pico de energia de cerca de 12 MeV (milhões de elétron-volts) - para comparação, a energia da luz visível varia de 2 a 3 elétron-volts.
 
A questão é: O que produziu essa característica espectral? A equipe acredita que a fonte mais provável é a aniquilação de elétrons e suas contrapartes de antimatéria, os pósitrons. E essa aniquilação cria raios gama.
 
"Quando um elétron e um pósitron colidem, eles se aniquilam, produzindo um par de raios gama com uma energia de 0,511 MeV," detalhou Gor Oganesyan, do Instituto de Ciências Gran Sasso, na Itália.
 
Se essa interpretação estiver correta, para produzir uma linha de emissão com pico de 12 MeV, as partículas aniquiladoras teriam que estar se movendo em nossa direção a cerca de 99,9% da velocidade da luz, o que é muito rápido, muito mais rápido do que o esperado.
 
"Após décadas estudando essas incríveis explosões cósmicas, ainda não entendemos os detalhes de como esses jatos funcionam," observou Elizabeth Hays, da equipe do telescópio Fermi. "Encontrar pistas como essa notável linha de emissão ajudará os cientistas a investigar esse ambiente extremo mais profundamente."
 
Saiba mais:
 
Autores: Maria Edvige Ravasio, Om Sharan Salafia, Gor Oganesyan, Alessio Mei, Giancarlo Ghirlanda, Stefano Ascenzi, Biswajit Banerjee, Samanta Macera, Marica Branchesi, Peter G. Jonker, Andrew J. Levan, Daniele B. Malesani, Katharine B. Mulrey, Andrea Giuliani, Annalisa Celotti, Gabriele Ghisellin
Revista: Science
Vol.: 385, Issue 6707 pp. 452-455
DOI: 10.1126/science.adj3638
 
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Comentários

  1. Com minha teoria posso explicar e calcular matematicamente o que aconteceu:
    A aplicação da Teoria de Tudo (DEC) sugere que a alta emissão espectral de 12 MeV observada no evento BOAT poderia ser explicada por um processo de aniquilação elétron-pósitron. Aproximadamente 12 pares de elétrons e pósitrons aniquilando simultaneamente poderiam gerar a energia necessária. Esse mecanismo, em um ambiente de alta energia como o entorno de um buraco negro ou durante um colapso estelar, é consistente com a duração e o atraso observados.

    Consistência com ObservaçõesEnergia: Consistente com aniquilações relativísticas.Direção das Partículas: Se as partículas vêm em nossa direção a 99,9% da velocidade da luz, o efeito Doppler e a amplificação relativística são consistentes com a energia observada.Comparação com Aniquilação Elétron-Pósitron: A aniquilação com partículas a essa velocidade explica a alta emissão espectral.ConclusãoA Teoria de Tudo (DEC), aplicada com ajustes relativísticos, demonstra que a alta emissão espectral de 12 MeV observada no evento BOAT pode ser explicada por partículas aniquiladoras viajando a 99,9% da velocidade da luz. Este resultado é consistente com as observações, reforçando a teoria e sua capacidade de prever fenômenos complexos no universo.Valores CalculadosEnergia Relativística das Partículas: ( 20.4 , \text{MeV} )Fator de Lorentz: ( 22.366 )Energia Observada Consistente: ( 12 , \text{MeV} )

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