Blue Origin Cancela o Primeiro Lançamento do Foguete Gigante New Glenn
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Imagem: Space Daily
No dia de hoje (13/01), o portal Space Daily noticiou que a tão aguardada tentativa de lançamento do Foguete New Glenn da Blue Origin, agendada para hoje (13), foi cancelado e adiado aos 12m:32s da contagem regressiva, para uma data ainda ser definida. A decisão de adiar o voo inaugural orbital ocorre enquanto a empresa prioriza a segurança e a análise cuidadosa antes de seguir em frente. "Ponta para cima!" havia postado o CEO Dave Limp no X mais cedo, destacando a empolgação em torno do lançamento do foguete de 320 pés (98 metros) de altura a partir da Estação Espacial da Força Espacial de Cabo Canaveral.
De acordo com a nota do portal, esta missão, chamada NG-1, seria a entrada da Blue Origin na corrida espacial orbital, desafiando diretamente o domínio da SpaceX no mercado de lançamentos comerciais. Com planos de implantar a nave protótipo Blue Ring do Departamento de Defesa e tentar um pouso do booster do primeiro estágio no navio-drone Jacklyn, a missão encapsula as ambições da Blue Origin de consolidar seu lugar como um grande player na exploração espacial. Uma nova data de lançamento ainda não foi anunciada.
Relatório Pré-Lançamento
Um quarto de século após sua fundação, a Blue Origin de Jeff Bezos finalmente está pronta para sua viagem orbital inaugural com um foguete novinho, que a empresa espera agitar a corrida espacial comercial.
Nomeado New Glenn em homenagem ao lendário astronauta John Glenn, o foguete tem 320 pés (98 metros) de altura, aproximadamente equivalente a um prédio de 32 andares, e está programado para decolar da Estação Espacial da Força Espacial de Cabo Canaveral em uma janela de lançamento que se abre à 1:00 da manhã (0600 GMT) de segunda-feira.
"Ponta para cima!" postou o CEO da empresa, Dave Limp, no X, acompanhado de fotos do gigante branco.
Com esta missão, chamada NG-1, o bilionário fundador da Amazon, Bezos, está mirando no único homem mais rico do mundo do que ele: Elon Musk, cuja empresa SpaceX domina o mercado de lançamentos orbitais com seus foguetes Falcon 9, essenciais para o setor comercial, o Pentágono e a NASA.
"A SpaceX tem sido, nos últimos anos, praticamente o único jogo na cidade, e ter um concorrente... isso é ótimo", disse G. Scott Hubbard, um ex-alto funcionário da NASA, à AFP.
Enquanto isso, a SpaceX está planejando o próximo teste orbital do Starship — seu foguete da nova geração gigantesco — nesta semana, aumentando a rivalidade de alto risco.
Tentativa de Pouso
Logo após o lançamento, a Blue Origin tentará pousar o booster do primeiro estágio em um navio-drone chamado Jacklyn, em homenagem à mãe de Bezos, estacionado a cerca de 620 milhas (1.000 quilômetros) ao largo, no Oceano Atlântico.
Embora a SpaceX já tenha tornado esses pousos uma espécie de espetáculo rotineiro, essa será a primeira tentativa da Blue Origin de um pouso em alto-mar.
Enquanto isso, o estágio superior do foguete acionará seus motores em direção à órbita da Terra, atingindo uma altitude máxima de cerca de 12.000 milhas acima da superfície.
Uma nave protótipo financiada pelo Departamento de Defesa chamada Blue Ring permanecerá a bordo para o voo de teste de cerca de seis horas.
A Blue Origin tem experiência no pouso de seus foguetes New Shepard — usados para turismo suborbital — mas são muito menores e pousam no solo, não em um navio no mar.
Fisicamente, o New Glenn é muito maior do que o Falcon 9, que tem 230 pés, e é projetado para cargas mais pesadas.
Ele se posiciona entre o Falcon 9 e seu grande irmão, o Falcon Heavy, em termos de capacidade de massa, mas tem uma vantagem com sua carenagem de carga útil mais larga, capaz de transportar o equivalente a 20 caminhões de mudança.
Desenvolvimento Lento vs Rápido
A Blue Origin já garantiu um contrato com a NASA para lançar duas sondas para Marte a bordo do New Glenn. O foguete também apoiará a implantação do Projeto Kuiper, uma constelação de satélites de internet projetada para competir com o Starlink.
Por enquanto, no entanto, a SpaceX mantém uma liderança dominante, enquanto outros concorrentes — United Launch Alliance, Arianespace e Rocket Lab — ficam bem atrás.
Assim como Musk, Bezos tem uma paixão de longa data pelo espaço. Mas enquanto Musk sonha em colonizar Marte, Bezos imagina transferir a indústria pesada para plataformas espaciais flutuantes para preservar a Terra, "a origem azul da humanidade".
Ele fundou a Blue Origin em 2000 — dois anos antes de Musk criar a SpaceX — mas adotou um ritmo mais cauteloso, em contraste com a filosofia "falhar rápido, aprender rápido" de seu rival.
Se o New Glenn tiver sucesso, ele dará ao governo dos EUA uma "redundância dissimilar" — um backup valioso caso um sistema falhe, disse Scott Pace, analista de políticas espaciais da Universidade George Washington.
A proximidade de Musk com o presidente eleito Donald Trump levantou preocupações sobre potenciais conflitos de interesse, especialmente com o astronauta privado Jared Isaacman — um associado de negócios de Musk — programado para se tornar o próximo chefe da NASA.
Bezos, no entanto, tem feito suas próprias investidas, prestando respeito a seu ex-inimigo durante uma visita à residência de Trump em Mar-a-Lago, enquanto a Amazon afirmou que doaria 1 milhão de dólares para o comitê de inauguração.
Lander da NASA Vai Demonstrar Coleta de Amostras Lunares com Base no Vácuo
A NASA está se preparando para demonstrar um método de coleta de amostras de ponta na Lua como parte de seus esforços contínuos para revolucionar a exploração planetária. O Lunar PlanetVac (LPV), uma carga útil de demonstração de tecnologia chave, será transportado para a superfície lunar a bordo do módulo de pouso Blue Ghost 1 da Firefly Aerospace. Esta missão faz parte da iniciativa Commercial Lunar Payload Services (CLPS) da agência, que visa avançar nas capacidades de entrega lunar comercial.
Desenvolvido pela Honeybee Robotics, uma empresa da Blue Origin com sede em Altadena, Califórnia, o LPV utiliza um sistema pneumático, alimentado por gás comprimido, para coletar e transferir solo lunar de forma eficiente. Funcionando como um aspirador autônomo, o LPV pode reunir e entregar amostras de solo para instrumentos científicos ou containers de retorno sem depender da gravidade. O sistema usa gás pressurizado para agitar o regolito lunar, criando uma nuvem de poeira que é canalizada em um tubo de transferência por jatos pneumáticos secundários e capturada em um recipiente de amostra. Este processo totalmente autônomo leva apenas segundos, obedecendo aos protocolos de proteção planetária.
O LPV é projetado para lidar com partículas de até 1 cm (0,4 polegadas) de tamanho, que são então peneiradas e fotografadas em tempo real. Os dados são transmitidos imediatamente para a Terra, permitindo que os pesquisadores analisem as amostras sem demora. "Não há escavação, não há braço mecânico para desgastar, exigir manutenção ou substituição — ele funciona como um aspirador de pó", disse Dennis Harris, gerente da carga útil do LPV no Centro de Voo Espacial Marshall da NASA em Huntsville, Alabama. Ele destacou o potencial dessa tecnologia para auxiliar na identificação de recursos, como água e hélio, e apoiar o desenvolvimento de habitats lunares e plataformas de lançamento.
Além do LPV, a missão Blue Ghost 1 da Firefly levará outras nove cargas úteis, muitas das quais são gerenciadas pelo Centro de Voo Espacial Marshall da NASA. Esses projetos destacam o compromisso da NASA em fomentar parcerias comerciais e possibilitar uma exploração lunar de longo prazo.
O Computador Radiante Tolerante da NASA (RadPC) é outra carga útil notável a bordo do módulo de pouso Blue Ghost. Desenvolvido pela Universidade Estadual de Montana, o RadPC visa enfrentar os desafios impostos pela radiação espacial, que pode desestabilizar sistemas a bordo. Usando processadores redundantes em arrays de portões programáveis em campo, o RadPC pode detectar, isolar e reparar falhas causadas por impactos de radiação, garantindo operação confiável. O sistema também possui três dosímetros para monitorar os níveis de radiação durante toda a missão, fornecendo dados valiosos para futuras missões Artemis e exploração da Lua para Marte.
"O RadPC, como carga útil do CLPS, é uma oportunidade empolgante para verificar uma opção de computador tolerante à radiação que pode tornar futuras missões da Lua para Marte mais seguras e econômicas", disse Harris. A tecnologia também fornecerá medições de radiação no local de pouso lunar em Mare Crisium, ajudando a proteger astronautas e equipamentos em futuras missões.
Além disso, o Escudo Eletrodinâmico de Poeira (EDS) da NASA fará sua estreia na superfície lunar como parte da missão. Projetado no Centro Espacial Kennedy, o EDS utiliza forças elétricas para remover a poeira abrasiva lunar das superfícies, enfrentando um grande risco para espaçonaves e astronautas. A tecnologia pode limpar painéis solares, radiadores térmicos e até mesmo trajes espaciais, garantindo eficiência operacional em ambientes empoeirados. "O regolito lunar é afiado, abrasivo e altamente carregado eletricamente, representando vários desafios", explicou o Dr. Charles Buhler, cientista-chefe do Laboratório de Eletrostática e Física de Superfície de Kennedy. O EDS oferece uma solução promissora para esses desafios, promovendo a campanha Artemis da NASA.
Essas cargas úteis inovadoras ilustram o investimento estratégico da NASA em parcerias comerciais e tecnologias avançadas para alcançar uma exploração lunar sustentável. Como principal cliente para as entregas do CLPS, a NASA planeja compartilhar voos com outros clientes no futuro, fomentando o crescimento da indústria e expandindo a presença da humanidade no espaço.
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