Sinais de Rádio Oriundos da 'Nebulosa de Orion' e Captados Recentemente Pelo Very Large Array (VLA), Revelam Novos Dados Sobre os Misteriosos JuMBOs
Olá leitores e leitoras do BS!
Uma notícia veiculada ontem 23/02 no site
"Olhar Digital", destacando
que Sinais de Rádio oriundos da Nebulosa de Orion, que foram captados
recentemente pelo Very Large Array (VLA), revelam novos dados
sobre os chamados Objetos Binários da Massa de Júpiter (JuMBOs). Entendam melhor esta história lendo
a matéria abaixo.
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CIÊNCIA E
ESPAÇO
Sinais de Rádio Revelam Novos Dados Sobre Objetos Cósmicos Misteriosos
Pouco se sabe sobre os JuMBOs, objetos
misteriosos descobertos na nebulosa de Orion – novo estudo traz respostas ou
mais perguntas?
Por Mateus Dias
Editado por Flavia Correia
23/02/2024 - 14h03
Via: Site Olha Digital - https://olhardigital.com.br
(Crédito: Observatório Gemini/Jon
Lomberg)
Em 2023, o Telescópio
Espacial James Webb encontrou objetos gasosos muito estranhos, com massa
planetária e que estão sempre em dupla, flutuando na nebulosa
de Orion. Conhecidos como objetos binários da massa de Júpiter (JuMBOs),
eles desafiam o que sabemos sobre a formação de estrelas e planetas. Agora, uma
nova pesquisa pode ter deixado tudo ainda mais confuso.
Para Quem Tem Pressa:
* Os JuMBOs são objetos misteriosos que
não parecem nem estrelas, nem planetas;
* A descoberta de ondas de rádio sendo
emitidas por eles deixou tudo ainda mais confuso;
* Os pesquisadores esperam realizar mais
observações para entender a origem das emissões e desses objetos misteriosos.
Os JuMBOs foram inicialmente
identificados pelo conselheiro científico sênior da Agência Espacial Europeia
(ESA), Mark McCaughrean, na nebulosa de Orion, a cerca de 1350 anos-luz de
distância da Terra. Agora, no novo estudo publicado no The
Astrophysical Journal Letters, um grupo de pesquisadores usou dados
coletados pelo Karl G. Jansky Very Large Array (VLA), no Observatório Nacional
de Radioastronomia da Fundação Nacional de Ciência dos EUA, para observar
sinais de rádio vindos da região.
As novas observações revelaram que entre
os 42 pares de JuMBOs descobertos, apenas um foi visto emitindo ondas de rádio,
e os pesquisadores não sabem o que está produzindo as emissões.
O sinal de rádio foi detectado no JuMBO 24, no qual ambos
os objetos que o compõem possuem cerca de 11 vezes a massa de Júpiter, sendo o
maior desses corpos detectado pelo James Webb. Os outros têm, no geral, entre 3
a 8 massas jovianas. As emissões são mais fortes do que as de anãs marrons, que
têm entre 15 e 75 massas de Júpiter, mas nas estrelas fracassadas existem
mecanismos que explicam as ondas de rádio.
Crédito da
imagem: J. Olmsted (STScI)
Dois planetas se formam ao redor de uma estrela infantil, mas será que foi assim que os JuMBOs nasceram? |
Nem Estrela, Nem Planeta
Os pesquisadores acreditam que as estrelas massivas geralmente preferem vidas binárias, e aquelas com menos massas
geralmente preferem estar sozinhas. Na verdade, cerca de 75% das estrelas massivas
são binárias. Entre aquelas com massa parecida com a do Sol, essa taxa cai para
50%, e em estrelas menores é de 25%.
Nas anãs marrons, a probabilidade de existirem objetos
binários é praticamente zero, assim, os JuMBOs, sendo menos massivos que estrelas
fracassadas, não deveriam existir de forma binária caso se formem como
estrelas. A não ser que a frequência de corpos estelares binários aumente em
objetos com massa inferior às anãs marrons, o que desafia o que sabemos sobre a
formação estelar.
Como planetas, os JuMBOs também parecem
não se adequar. O provável seria que eles fossem mundos ejetados de seus
sistemas estelares devido a efeitos gravitacionais. No entanto, esses eventos
de ejeção são muito violentos, sendo pouco provável que pares de planetas
permaneçam ligados gravitacionalmente.
A teoria de ejeção gravitacional pode
até explicar como os JuMBOs surgiram individualmente, mas não como são
binários. Além disso, mesmo que fosse o caso, seriam eventos raríssimos, com
poucos pares de JuMBOs sendo descobertos, mas na nebulosa de Orion, a
ocorrência é relativamente alta.
Outra grande questão que intriga os pesquisadores é que
alguns dos binários dos JuMBOs estão separados por distâncias maiores que todo
diâmetro do Sistema Solar, ou seja, estão fracamente ligados
gravitacionalmente.
Ondas de Rádio Emitidas Por Um JuMBO
Alguns dos pesquisadores envolvidos na
nova pesquisa já estão observando a nebulosa de Orion a partir do VLA há algum
tempo. Assim, quando os JuMBOs foram descobertos nela, eles decidiram revisitar
os dados coletados pelos radiotelescópios para verificar se algum desses
objetos misteriosos já haviam sido detectados.
Avaliar esses dados novamente revelou
que o JuMBO 24 aparece nas observações anteriores e estava emitindo ondas de
rádio, enquanto nos outros, emissões não foram detectadas. Acredita-se que eles
também estão emitindo ondas de rádio, mas por serem menores, elas não são
detectadas.
Agora, os pesquisadores pretendem fazer
observações mais aprofundadas dos JuMBOs para descobrir o processo da criação
das ondas de rádio. Além disso, focar radiotelescópios nesses objetos pode
revelar se eles estão se movimentando rapidamente, o que indicaria que eles se
formaram como planetas e foram eventualmente ejetados, ou se eles estão parados,
o que indicaria que eles se formaram como estrelas.
Qualquer uma das possibilidades que se
confirme irá mudar completamente o que sabemos sobre a formação de planetas e
estrelas.
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