Simulação Computacional de Dois Astrofísicos de Universidade do Reino Unido Demostra Que Não Há a Menor de Chance de Planetas Rochosos Como a Terra Terem Nascido Planos
Olá leitores e leitoras do BS!
Ontem dia 07/02, foi publicado no site Inovação Tecnológica uma interessante
notícia sobre a formação de planetas, destacando que dois astrofísicos fizeram uma simulação computacional sobre
como os planetas se formam e descobriram que planetas gigantes gasosos, como
Júpiter e Saturno, podem começar a se formar meio achatados, parecidos com a
roda de um carro, só aos poucos ganhando sua esfericidade. Entendam
melhor essa história pela matéria abaixo.
Brazilian Space
ESPAÇO
A Terra Nasceu Plana? Sem Chance
Redação do Site Inovação Tecnológica
07/02/2024
Fonte: Site
Inovação Tecnológica - https://www.inovacaotecnologica.com.br
[Imagem: Adam
Fenton et al. - 10.1051/0004-6361/202348753]
Nem na Teoria a Terra Teria Nascido Plana
Dois astrofísicos
fizeram uma simulação computacional sobre como os planetas se formam e
descobriram que planetas gigantes gasosos, como Júpiter e Saturno, podem
começar a se formar meio achatados, parecidos com a roda de um carro, só aos
poucos ganhando sua esfericidade.
É importante
salientar que a simulação foi feita usando uma das teorias de formação
planetária, chamada de instabilidade gravitacional, que tem capacidade
explicativa sobre a formação desse tipo de planeta - gigantes gasosos - mas não
tem poder explicativo sobre a formação de planetas rochosos como a Terra.
Além disso, a
simulação não diz que o planeta "nasce" achatado: O achatamento é
verificado em uma etapa muito inicial da formação planetária. Tão logo a
gravidade passa a imperar como principal atrator de material para terminar de
formar o planeta - quando então se convenciona dizer que o planeta
"nasceu" - a estrutura rapidamente ganha sua esfericidade.
"Muitos
exoplanetas, que são planetas que orbitam estrelas em outros sistemas solares
fora do nosso, foram descobertos nas últimas três décadas. Apesar de
observarmos muitos milhares deles, como eles se formam permanece
inexplicável," comentou o professor Adam Fenton, da Universidade de
Lancashire Central, no Reino Unido.
Teorias de Formação dos Planetas
Atualmente
existem duas teorias principais sobre como os planetas se formam.
A preferida dos
cientistas é conhecida como acreção nuclear, ou acreção central, que propõe um
crescimento gradual das partículas que restaram do disco que inicialmente
formou a estrela do sistema. Inicialmente meras partículas de poeira, elas vão
se aglomerando até formar pedras maiores e assim por diante. Garantida uma
escala de tempo longa o suficiente, a gravidade logo começa a representar a
força principal, aumentando a atração sobre as demais partículas do disco
protoplanetário, até formar o núcleo do planeta.
[Imagem: Adam
Fenton et al. - 10.1051/0004-6361/202348753]
Uma consequência
natural desse processo é que o planeta nasce redondo - e todos os planetas que
já vimos até hoje são esféricos, com achatamentos nos pólos quase
imperceptíveis.
Mas há uma outra
teoria, que diz que os planetas podem se formar de modo diferente. Chamada de
teoria da instabilidade do disco, ou instabilidade gravitacional, essa hipótese
sugere que os grandes discos giratórios que restam em torno das estrelas jovens
podem sofrer instabilidades gravitacionais, o que pode gerar bolsões de gás e
poeira que então se aglomeram. Essa teoria pode explicar a formação de um
planeta gigante gasoso em tempos extremamente curtos, na faixa dos poucos
milhares de anos. Mas ela não explica a formação de planetas rochosos, como a
Terra.
[Imagem: Adam
Fenton et al. - 10.1051/0004-6361/202348753]
Ninguém Havia Olhado Para Isso
Para tentar
entender o mecanismo de formação dos planetas gigantes gasosos, Fenton e seu
colega Dimitris Stamatellos fizeram agora uma simulação computacional para ver
em maiores detalhes como esse processo de formação planetária baseado na
instabilidade do disco poderia ocorrer.
Foi aí que eles
observaram um detalhe bastante óbvio, mas ao qual ninguém havia prestado atenção:
O planeta gasoso nasce seguindo o perfil do disco protoplanetário do qual se
origina. Assim que começa a crescer porém, ele perde esse aspecto mais
achatado, rapidamente ganhando sua esfericidade. O resultado não é
surpreendente, dada a espessura inicial do disco, mas é algo que ninguém havia
pensado em checar.
"Há muito
tempo que estudamos a formação de planetas, mas nunca antes tínhamos pensado em
verificar a forma dos planetas à medida que eles se formavam nas simulações.
Sempre assumimos que eram esféricos. Ficamos muito surpresos ao descobrir que
eram esferoides achatados, muito parecidos com uma pastilha de doce,"
disse Stamatellos.
Contudo, a
simulação também mostra que os novos planetas gasosos crescem à medida que mais
material cai sobre eles, e que isto ocorre predominantemente nos seus pólos e
não nos seus equadores.
Para verificar se
a simulação computadorizada está correta, os astrônomos agora terão que
vasculhar os discos protoplanetários em busca de estruturas achatadas, em forma
de roda de carro, o que é uma tarefa difícil de ser feita com os instrumentos
atuais. Se algo desse tipo for encontrado, então será necessário dar mais
atenção à teoria da instabilidade do disco, que tem pouca popularidade na
comunidade científica.
Bibliografia:
Artigo: The 3D structure of disc-instability protoplanets
Autores: Adam Fenton, Dimitris Stamatellos
Revista: Astronomy & Astrophysics Letters
Vol.: 682, L6
DOI: 10.1051/0004-6361/202348753
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