Sonda Interestelar Pode Ser Lançada em 2030 Para Observar Além do Sistema Solar
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada ontem (01/11) no
site “Canaltech”, destacando que Sonda Interestelar pode ser lançada em 2030
para observar além do Sistema Solar.
Duda Falcão
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Sonda Interestelar Pode Ser Lançada em 2030 Para Observar Além do Sistema Solar
Por Felipe Junqueira
Canaltech
Fonte: Wired
01 de Novembro de 2019 às 21h10
Um grupo de pesquisadores da NASA quer explorar mais o
espaço para além da área de influência do Sol. Uma região que é tratada quase
exclusivamente em produções de ficção científica poderia se tornar objeto de
estudos mais profundos a partir de 2030, se a NASA topar essa ideia ousada.
O físico Pontus Brandt explicou ao site Wired um
pouco sobre o projeto, que pretende utilizar tecnologia atual para dar “o
primeiro passo explícito da humanidade para o espaço interestelar”. Há um ano,
o Johns Hopkins Applied Physics Laboratory, que Brandt integra, faz estudos de
uma sonda interestelar.
Em 2021, a equipe planeja submeter o projeto à NASA para
ser incluído na lista de missões prioritárias para os 10 anos seguintes. O
projeto está bastante adiantado, mas a equipe acredita que ainda faltam algumas
evoluções no campo da engenharia.
“É hora de termos uma visão que possamos realmente
executar”, observou Ralph McNutt, que também trabalha no laboratório de física
aplicada. “Até agora, as pessoas não pensaram nisso como um problema de
engenharia. Elas ficam chutando uma latinha enquanto caminham na rua, dizendo,
‘Bem, nós só precisamos de um pouco mais de tecnologia’”, acusou.
O Sol Como “Estilingue”
(Foto: NASA)
Na heliosfera, partículas do Sol dominam sobre
partículas de outros sistemas.
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A ideia da missão é lançar uma nave usando algum objeto
bastante massivo, talvez Júpiter ou quem sabe o próprio Sol, como “estilingue”
para alcançar velocidade superior a 160.000 km/h. A opção pela estrela traz
algumas complicações extras, como garantir que a estrutura aguente altas
temperaturas, já que precisará se aproximar bastante da estrela para alcançar a
maior velocidade possível.
Até hoje, a sonda Parker Solar Probe foi o objeto
artificial que mais se aproximou do Sol. Mas a sonda interestelar precisaria
chegar ainda mais perto. O desafio é encontrar o ponto em que a aproximação
seja segura sem que o escudo de proteção seja pesado demais de modo a reduzir a
velocidade do veículo.
Se tudo funcionar, a expectativa é que essa sonda se
distancie, em 50 anos, a 150 bilhões de quilômetros da Terra, o equivalente a
1.000 vezes a nossa distância até o Sol. A sonda Voyager 1, um dos únicos
objetos que construímos que chegou ao espaço interestelar, atualmente está a 13
bilhões de quilômetros da Terra, e levou quase 40 anos para chegar a essa
distância.
Mistérios do Espaço Sideral
(Foto: B.Tafreshi/ESO)
Via Láctea sobre o VLT: que mistérios podemos
descobrir para além da heliosfera?
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Além da diferença na velocidade, a sonda a ser lançada em
2030 também estaria bem mais preparada para observar o espaço interestelar do
que a Voyager 1 e sua “irmã” Voyager 2, que começou a sair do Sistema Solar no
ano passado. A NASA deve equipar o novo veículo com
instrumentos mais adequados; afinal, as Voyager foram construídas para analisar
planetas, não o espaço entre as estrelas.
E, mesmo que ambas continuem a enviar dados para a Terra,
elas estão levantando mais dúvidas do que solucionando problemas. Um deles é
sobre a heliosfera, uma espécie de bolha na qual todo o Sistema Solar está
inserido. “Estamos posicionados em uma bolha, tentando entender qual é a sua
forma, o que é muito difícil”, disse Brandt. “A singularidade de uma sonda
interestelar é que podemos ir lá fora e tirar uma foto dessa nossa pequena
bolha habitável no espaço”, justificou.
Para além da heliosfera, está a heliopausa, onde o vento
solar é parado por conta da influência de muitas outras partículas de todo o
resto do universo. Essa transição da bolha da heliosfera para a helipausa e,
por fim, o espaço interestelar, é um dos maiores mistérios da humanidade.
Porém, claro, a sonda interestelar não estudaria apenas essa
região do espaço. Outros objetos de estudo incluem a nuvem de poeira
interplanetária, que pode ter pistas sobre a formação do Sistema Solar, e as
luzes infravermelhas de galáxias mais antigas, que são bloqueadas dentro da
heliosfera.
Além de numerosos outros mistérios que desconhecemos
hoje, Brandt diz ser impossível imaginar o que uma sonda interestelar bem
equipada poderia encontrar, e acredita que a missão pode ser crucial para
compreendermos o universo e nosso lugar na existência. Mesmo assim, o físico
observa que não há ainda garantia alguma de que a missão seja aprovada. Teremos
que esperar para ver!
Fonte: Site Canaltech -
https://canaltech.com.br
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