Balões do Governo Levarão Internet a Áreas Remotas
Olá leitor!
Segue abaixo uma
matéria postada ontem (14/10) no site do jornal “O Estado de São Paulo” destacando que Balões
de tecnologia nacional resultante de uma parceria entre a Telebrás e o
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), levarão internet a áreas remotas
do país.
Duda Falcão
ECONOMIA
Balões do Governo Levarão
Internet a Áreas Remotas
Projeto foi
feito com tecnologia nacional após parceria entre Telebrás e
Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais, que agora trabalham com
cronograma que
prevê os primeiros testes para novembro e
aplicação dos
modelos para o mercado até 2015
Murilo Roncolato
O Estado de
S.Paulo
14 de outubro de
2013 | 2h 08
Na última semana, quando representantes da Google X
aterrissaram em Brasília para apresentar o projeto da empresa de usar balões
para levar sinal de internet e telefonia a regiões isoladas do País, eles não
sabiam, mas o assunto não era novidade. Em maio, o governo brasileiro acatou
proposta formulada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE),
especialista em balões, e da Telebrás, responsável pela estrutura de internet
no Brasil, de fazer o mesmo.
Desde então, sem alarde, o governo contatou
empresas brasileiras da área e já agendou o primeiro teste de transmissão de
dados para o início de novembro. "Usaremos um protótipo feito pela Altave,
uma empresa de São Jose dos Campos", disse o presidente da Telebrás, Caio
Bonilha. "Vamos usar equipamentos 'de prateleira', ou seja, teremos que
nos adaptar ao que vier. Depois, vamos definir os parceiros que farão um modelo
nosso, adequado para o que queremos."
Sem se referir ao Google, Bonilha disse que o governo
costuma "privilegiar" empresas nacionais e que evita importar
equipamentos de eletrônica, mas defendeu a plena competição, a fim de se chegar
a um produto de melhor qualidade.
Independentemente de qual fabricante for escolhido,
a intenção de levar conexão a áreas rurais distantes dos grandes centros é
muito bem vista pelo governo. "O custo é muito menor do que o de uma torre
de transmissão. A instalação é mais fácil e o alcance é maior", disse o
secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações (MiniCom),
Maximiliano Martinhão.
Em geral, torres usadas em telecomunicações chegam
a até 70 metros de altura; já os balões podem ser içados até uma altura de 300
metros e de lá cobrir áreas dentro de um raio de quase 100 quilômetros.
"Poucas estruturas dessas cobrem uma área rural ampla, sem grandes gastos
e de forma ágil", pontua.
Pelo cronograma do governo, os testes serão
realizados nos dias 12 e 13 de novembro, em Cachoeira Paulista, interior de São
Paulo, onde o INPE possui uma unidade específica de balões. Lá, um balão ora
fixado na terra, ora ancorado em um automóvel em movimento, emite sinal de
internet para a prefeitura local e para uma escola.
A fabricante do balão deste projeto é também a
Altave, startup formada há dois anos por dois engenheiros do Instituto
Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Um deles, Bruno Avena de Azevedo, fez
mestrado em um dos laboratórios da NASA e aprofundou suas pesquisas com balões
para exploração planetária. Os sistemas da empresa equipados com câmera já
foram utilizados pela Polícia Militar carioca durante o carnaval e a Copa das
Confederações.
"Trabalhamos experimentalmente com gás
hidrogênio e estudamos formas de alimentar o balão por mais tempo. Hoje, a
carga dura uma semana", contou Azevedo. "Por isso, recebemos
financiamento da FAPESP para pesquisar formas de prolongar esse período em
áreas de zonas remotas e pretendemos aplicá-las assim que concluirmos o
projeto, provavelmente daqui a um ano."
Segundo Azevedo, o projeto já é viável hoje. Sua
empresa chegou a fazer testes simulando a oferta de serviços de
telecomunicações a partir de balões em caso de grandes desastres. "Isso já
está maduro, mas depende de o Ministério definir o que exatamente vai
querer", diz.
Após a realização dos testes, as etapas seguintes
para o governo serão escolher o modelo mais adequado, as empresas participantes
que desenvolverão o protótipo "pré-industrial" (provavelmente até
2014) e, caso seja aprovado, o desenvolvimento do produto final para o mercado
(em 2015). "Vamos fazer essa apresentação piloto e ver se a ideia
realmente é válida. Se tivermos sucesso, montaremos uma política para balões no
Brasil", garantiu Martinhão.
"O balão vai ampliar a área de cobertura a
partir de onde conseguimos chegar com a rede terrestre, como as regiões de
fronteira", diz Bonilha. "O que faltar, atenderemos com
satélite."
Rubens Paiva/Estadão
Clique em cima da imagem para ampliar |
Fonte: Site do
jornal O Estado de São Paulo - 14/10/2013
Sou obviamente, leigo no assunto, mas morando num município vizinho ao Rio de Janeiro, e entre outros monopólios sendo atendido pela única provedora existente (que nos obriga a contratar telefone fixo mesmo que não usemos), fico na dúvida.
ResponderExcluirSe aqui já sofremos MUITO com a qualidade sendo servidos pelas tais torres que são mais difíceis de cair, que dirá com balões.
Não é uma conexão muito mais frágil para resistir às intempéries que estamos sujeitos? Ou é pra simplesmente dizer que tem internet e quando vierem os temporais recolhem os balões (se é que vão ter esse tipo de preocupação).
Realmente estranho.