Projeto Pretende Por em Órbita Primeiro Satélite Gaúcho
Olá leitor!
Segue abaixo uma
matéria publicada ontem (14/09) no site do jornal “Zero Hora” de Porto Alegre
(RS), destacando que projeto pretende colocar em órbita o primeiro satélite
gaúcho.
Duda Falcão
Rumo ao Espaço
Projeto Pretende Por em Órbita
Primeiro Satélite Gaúcho
Empresas,
universidades e instituições públicas planejam
disputar verba
federal para projetar e lançar equipamento
Cadu Caldas e
Demétrio Rocha
Pereira
Jornal Zero Hota
14/08/2013 – 06h03
Foto: Arte ZH / Agencia RBS
Grupo pretende construir satélite de uso militar |
Uma parceria entre empresas e universidades
pretende criar um polo espacial no Estado e colocar em órbita o primeiro
satélite gaúcho. A velocidade com que o projeto vai sair do papel, no entanto,
depende de apoio do governo federal.
Propostas de várias regiões do país tentam abocanhar parte dos R$ 2,9 bilhões que a
Agência Brasileira da Inovação (FINEP) terá para financiar projetos na área de
defesa e aeroespacial. De olho nos incentivos do Planalto, um grupo de empresas
no Estado planeja construir um microssatélite de uso militar. O valor
solicitado é de R$ 43 milhões.
De pequeno porte – não muito maior
que uma caixa de sapato – e pesando cerca de 20 quilos, o equipamento
representa um grande desafio tecnológico. Poucos países dominam o conhecimento
para fabricação de estruturas tão compactas para atividade de defesa. No país,
a iniciativa é inédita. O polo de São José dos Campos (SP), maior centro de
excelência em ciência aeroespacial do país, se dedica à fabricação do primeiro
grande satélite brasileiro, voltado para a área de comunicações, como televisão
e banda larga. Ontem, o Ministério das Comunicações anunciou que o consórcio
europeu Thales Alenia Space foi o escolhido para a construção do equipamento,
que deve ser lançado em dois anos.
– Vamos apostar em um novo nicho, em
algo que ainda não é produzido no Brasil. Apesar de disputarmos recursos
federais, não somos concorrentes no mercado – explica Aloísio Nóbrega, diretor
de promoção comercial da Agência de Desenvolvimento e Promoção do Investimento
(AGDI), responsável por realizar o mapeamento das empresas que vão atuar no
polo gaúcho.
Composto, inicialmente por quatro
empresas e quatro universidades, o projeto será conduzido pela AEL, que atua no
ramo de sistema de segurança eletrônica há 30 anos. Serão pelo menos 50
profissionais envolvidos.
A expectativa é que 80% dos
componentes do satélite sejam produzidos por empresas instaladas no Rio Grande
do Sul. O restante pode vir de outros Estados, mas a tendência é que venha por
meio de parcerias internacionais. Em abril, uma comitiva gaúcha foi a Israel
para tratar do tema. Em setembro, está agendada uma viagem para o Canadá.
– O Ministério da Defesa vai se
tornar o primeiro cliente do satélite. Mais tarde, o objetivo é vender a
plataforma no mercado internacional – diz Marcos Arend, diretor de tecnologia
da AEL.
Confiante da vitória no edital, Arend
afirma que uma eventual derrota não enterra o projeto mas pode acarretar
mudanças no cronograma.
– Investimentos em tecnologia têm um
certo risco. Sem apoio fica mais complicado, mas a ideia é grande e iremos em
frente. É importante para o Estado investir em sistemas de defesa próprio e o
governo já entendeu isso – acrescenta.
Lançamento para 2015
Âncora de um projeto que deve
mobilizar oito PhDs, 32 engenheiros e três institutos, além de universidades e
empresas, a AEL Sistemas, de Porto Alegre, pretende lançar seu primeiro
microssatélite em 2015, na base de Alcântara (MA), considerada uma das melhores
do mundo pela localização próxima à Linha do Equador.
O MMM-1 não terá controle de órbita,
quer dizer, não poderá ser "manobrado" para garantir orientação
correta em relação à Terra. Ainda assim, os desafios são vários, entre os quais
o de lidar com a temperatura no vácuo: o satélite pode se aquecer por causa do
sol, mas o frio chega a -270°C, muito perto da temperatura considerada a menor
possível. Também não dá para deixar o satélite cair: o equipamento estará
sujeito a forças como a gravidade e a pressão solar, que o "empurram"
para baixo.
A ideia é projetar, depois, o MMM-2 e
o MMM-3, esse último com perspectiva de competir no Exterior.
O Projeto
O Microssatélite Militar Multimissão
(MMM-1) deve ser uma das primeiras iniciativas do polo espacial gaúcho. A
intenção é lançar o equipamento até o final de 2015, o que pode ser
concretizado com a colaboração de quatro universidades e de diversas empresas
nacionais e estrangeiras.
As Características
Massa (peso): cerca de 20 quilos
Tamanho aproximado: 30 cm de altura x
10 cm de largura x 10 cm de profundidade
Altitude de órbita: 700 quilômetros
Custo estimado: US$ 250 mil
Aplicação imediata: setor de defesa
Carro e Roda
Perto de um satélite regular — do tamanho
de um carro —, os microssatélites têm a proporção de uma roda.
Mas ainda há menores, veja a classificação:
Microssatélite: de 10 kg a 500 kg
Nanossatélite: de 1 kg a 10 kg
Picossatélite: menos de 1 kg
Os Parceiros
Universidades e instituições públicas
UFRGS: processamento de bordo e
análise de radiação
UFSM: oferecerá a estrutura para a
operação no solo
Unisinos: sensores e microeletrônica
PUCRS: antenas e transponder digital
Cientec: ensaios e testes elétricos e
ambientais
Ceitec: microeletrônica (chips)
Empresas
AEL: defesa eletrônica, componentes
espaciais e interface de comunicação
Digicom: fabricação de dispositivos
mecânicos e suprimento de energia
GetNet: serviços de comunicação
TSM: desenvolvimento, qualificação e
produção de antenas
Fonte: Jornal
Zero Hora - 14/08/2013
Comentário:
Bom caro leitor, já disse o que penso desse projeto, mas enfim... ta aí a
notícia.
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