Indenizações de Alcântara Só Devem Ser Definidas no STF
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria postada hoje (22/08) no “Portal
TERRA” destacando que das indenizações pelas mortes em Alcântara só devem ser
definidas no STF.
Duda Falcão
ESPAÇO
Indenizações Por Mortes em Alcântara
Só Devem Ser Definidas no STF
Dez anos após o acidente com o Veículo Lançador de
Satélite (VLS),
no Maranhão, familiares das vítimas ainda aguardam
indenização
Vagner Magalhães
Direto de São José dos
Campos (SP)
Portal Terra
22 de Agosto de 2013 - 09h10
Atualizado às 09h49
Foto: Bruno Santos / Terra
Sodero diz que os processos correm em segredo de Justiça e que todas as ações tiveram ganho de causa para os familiares das vítimas em primeira instância, mas a União recorreu de todas as decisões. |
Dez anos após o acidente com o Veículo Lançador de
Satélite (VLS), na base de Alcântara, no Maranhão, os familiares das vítimas
ainda aguardam a decisão da Justiça pelas indenizações. O advogado José Roberto
Sodero representa 20 das 21 vítimas envolvidas no caso. O processo, que está em
segunda instância, ainda deve demorar alguns anos até ser concluído. A decisão
final deve ser dada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. De todos
os casos, apenas três já estão sob análise do STF.
"O acidente ocorreu em agosto de 2003 e em 2004
entramos com as ações. Inicialmente foram 17. Optamos em fazer as ações
individuais porque envolve salário do servidor, idade... Então resolvemos fazer
isso individualmente para facilitar na hora de executar. Se você coloca muita
gente no processo, fica grande, volumoso e demora mais tempo do que um processo
menor", disse ele.
Sodero lembra que antes de advogar trabalhou no Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) na área de combustão e propulsão.
"Eu era o responsável pela instrumentação dos testes que eram feitos nos
laboratórios de combustão e propulsão lá no INPE. Cheguei a conhecer alguns
(dos que morreram). O INPE é parceiro do Centro Técnico Aeroespacial (CTA), de
onde eram as vítimas", afirmou.
Ele recorda ainda que a Aeronáutica, quando apurou a
questão criminal, não soube estabelecer os culpados. "Trabalharam com
sabotagem, não encontraram ninguém. Houve negligência na garantia da saúde
desse pessoal que estava lá. Hoje já criaram algumas alternativas para fuga,
por exemplo, que não existiam naquela época. Só não tinha porque o investimento
era pouco. Não se priorizou a segurança. Essa garantia da segurança dos
trabalhadores não foi feita", alega.
Foto: Bruno Santos /
Terra
Sodero diz que os processos correm em segredo de Justiça
e que todas as ações tiveram ganho de causa para os familiares das vítimas em
primeira instância, mas a União recorreu de todas as decisões. A maioria dos
processos permanece em segunda instância, no Tribunal Regional Federal, em São
Paulo.
"As decisões variam conforme o entendimento do juiz,
para o valor da indenização. Algumas questões são fáceis de discutir no valor.
Hoje há um padrão de condenação na Justiça que diz o seguinte: 'pegamos dois
terços da maior remuneração que ele tem e multiplicamos pela quantidade de
meses que ele tem para completar 70, 75 anos'. Por dano material é mais ou
menos fácil, porque ela é tarifada. A responsabilidade é muito difícil, porque
é o que se chama de responsabilidade objetiva, que gerou prejuízo".
Segundo ele, a principal questão a ser discutida é a do
dano moral. "Enquanto nos EUA o dano moral tem um caráter punitivo, aqui
no Brasil os juízes são meio medrosos nessa área. Se eu fixar um valor muito
alto, a vítima vai se enriquecer sem um justo motivo. Isso limita muito. Alguns
juízes foram muito firmes na condenação por dano moral. Mas você não consegue
vincular uma (decisão) com a outra".
Ainda de acordo com o advogado, as normas mínimas de
segurança não existiam. "O governo que cobra das empresas o cumprimento de
normas de segurança é o mesmo que não tinha norma de segurança nenhuma. Tinham
normas de escape apenas".
Após chegar ao Supremo Tribunal Federal, a previsão é de
que as decisões saiam a partir de um ano e meio. "Estamos esperando um ano
e meio mais ou menos. Enquanto isso não ocorre, as famílias vão tocando a vida.
Ela não é mais a mesma. O grande sonho delas é que (a morte dos familiares) não
tenha sido em vão. Todos querem que esse programa tenha uma continuidade".
Fonte: Portal Terra - 22/08/2013 -
http://noticias.terra.com.br/
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