Brasil e Argentina Vão Construir Telescópio em Parceria
Olá leitor!
Segue abaixo uma
pequena matéria publicada ontem (13/08) na no site do jornal “Folha de São
Paulo” destacando que o Brasil e a Argentina irão construir telescópio
conjunto.
Duda Falcão
CIÊNCIA
Brasil e
Argentina Vão Construir
Telescópio em Parceria
MARIANA NERY*
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
13/08/2013 – 14h52
Uma ideia
nascida em um encontro científico de astronomia resultou, cinco anos depois, em
um festejado acordo entre Brasil e Argentina para a construção de um novo
telescópio.
O projeto
representa uma oportunidade única para astrônomos brasileiros, que hoje têm de
disputar outras antenas com cientistas do mundo todo.
O Llama (sigla
em inglês para Arranjo Milimétrico Latino-americano), como foi batizado, será
construído a 5.000 metros de altitude em San Antonio de los Cobres, no norte da
Argentina, a 200 quilômetros do Alma (Chile), o maior observatório astronômico
do mundo.
Assim como o
Alma, o Llama vai operar na faixa de frequência mais altas de ondas de rádio
--que não são absorvidas pela poeira interestelar e, portanto, permite que o
observador possa enxergar mais longe, até a borda do universo. Atualmente
poucos observatórios no mundo operam nessa frequência.
A proximidade
entre os dois é outro diferencial, porque permitirá a observação em rede de um
mesmo fenômeno com mais detalhes.
No Alma, a
possibilidade de cooperação também é vista com bons olhos. O diretor do observatório,
Thijs de Graauw reconheceu a iniciativa como uma ótima oportunidade para o
próprio projeto e para que pesquisadores brasileiros e argentinos participem
das pesquisas no Alma.
Segundo uma das
coordenadoras do projeto, Zulema Abraham, foram necessários muitos anos, um
workshop científico, visitas a outros telescópios e o aval dos dois governos e
de cientistas estrangeiros para que a proposta fosse aprovada, no ano passado.
Pelo acordo, o
Brasil ficará responsável pela construção da antena --cujo orçamento estimado
em 6 milhões de euros será financiado pela FAPESP-- enquanto o país vizinho
cederá o local e fornecerá a infraestrutura necessária, como obras viárias e
fornecimento de energia, com um investimento equivalente.
Segundo Abraham,
após a assinatura do convênio, que deve ocorrer nos próximos meses, a
expectativa é que o telescópio esteja pronto em cerca de dois anos e meio.
"Já era
hora de Brasil e Argentina estreitarem seus laços. Se for inviável para um país
construir sozinho um equipamento de última geração, é necessária uma
união", afirma o astrônomo Pedro Beakilini, pós-doutorando da USP
envolvido no projeto.
Do lado
argentino, a expectativa também é grande. "O Llama é um sonho transformado
em realidade. Não foi fácil, mas fizemos um bom trabalho com os colegas
brasileiros. Pessoalmente, é uma grande responsabilidade e um enorme orgulho
poder contribuir para melhorar as condições de investigação astronômica para as
gerações atuais e futuras de ambos os países" ressaltou Marcelo Arnal,
responsável pelo projeto no país vizinho.
Ao que tudo
indica, a construção desse novo telescópio em terras argentinas promete colocar
ambos os países em um lugar de maior importância em um contexto internacional.
O céu, nesse caso, não é o limite.
* MARIANA NERY participou do 1º Programa de Treinamento em Ciência e Saúde, que tem patrocínio
institucional da Pfizer
Fonte: Site do Jornal
Folha de São Paulo - 13/08/2013
Comentário:
Bom leitor, a notícia é muito boa e demonstra mais uma vez o quanto a
astronomia brasileira tem crescido nos últimos dez anos. Entretanto, com o
governo que temos, será que esse telescópio será mesmo construído em cerca de dois anos
e meio? Tenho cá minhas dúvidas quanto a isso. Além disso, € 12 milhões não me
parece um orçamento realista para um telescópio, a não ser que seja um projeto
bem pequeno, mas enfim... Sabe leitor, o que eu realmente gostaria de ver era um
projeto conjunto entre o Brasil, a Argentina e o Chile na área de Astronomia
Espacial. Como por exemplo, o desenvolvimento de um telescópio espacial para
ser posicionado após a órbita da LUA. Isso sim seria um projeto muito
significativo e que traria enormes benefícios de ordem tecnológica, científica,
de formação profissional e de envolvimento de diversas empresas dos três
países. É um desafio? Claro que é, mas é aí que está a motivação das grandes
realizações. As comunidades astronômicas dos três países parecem-me que já
estão preparadas para algo assim, e o único empecilho é a falta de visão e de
atitude de nossas sociedades e de nossos governos, uma pena.
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