Década Perdida Tragédia do VLS Faz 10 Anos Sem Que Brasil Avance no Setor
Segue abaixo um
artigo/opinião publicado hoje (23/08) no site do jornal “O VALE”, destacando a
Década Perdida após o acidente com o VLS-1.
Duda Falcão
IDÉIAS
Década Perdida
Tragédia do VLS Faz 10
Anos Sem Que Brasil Avance no Setor
Jornal O VALE
August 23, 2013 - 04:12
10 anos se
passaram desde o incêndio da plataforma do VLS em Alcântara e pouca coisa mudou
no panorama do programa espacial brasileiro.
Na cerimônia simbólica
que lembrou ontem tragédia que matou 21 pessoas em 2003, o clima entre
representantes da Aeronáutica e de familiares das vítimas era de revolta e
desolação.
Além das
evidentes dificuldades enfrentadas pelo programa espacial, contrariando as
promessas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à época da tragédia,
o governo federal tem imposto aos familiares das vítimas dificuldades em série,
como a ameaça de revisão das pensões pelo Ministério do Planejamento e o corte
de convênios e bolsas prometidas em 2003.
Embora o DCTA
reafirme o cronograma de lançamento de um novo protótipo do VLS para 2014,
incerteza e medidas protelatórias se tornaram marcas do programa espacial
brasileiro. A reconstrução da plataforma de Alcântara só foi concluída no ano
passado. O desenvolvimento do foguete lançador de satélites esbarra em
dificuldades financeiras e limitações técnicas e corre o risco de defasagem
tecnológica. A parceria com a Ucrânia para implementação de um programa
"paralelo" transformou-se em sorvedouro de recursos públicos e
rotundo fracasso.
São tantas as
metas frustradas que o governo federal tem cogitado até mesmo a retomada das
negociações com os Estados Unidos para o uso partilhado da base de Alcântara,
medida que, antes de o PT assumir o comando do Palácio do Planalto, causava
arrepio aos petistas.
A desesperança
que acomete os familiares das vítimas do VLS tem sua razão de ser. O tempo
passa e, enquanto outros países emergentes adquirem autonomia completa para o
desenvolvimento e lançamento de satélites, o programa espacial brasileiro
sobrevive quase como uma miragem no deserto da falta de verbas para a área de
ciência e tecnologia. Esta é uma tragédia que se repete ano após ano.
Fonte: Site do Jornal
“O VALE” - 23/08/2013
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