Brasileira Gerencia na NASA Projeto de Robô para Marte

Olá leitor!

Segue abaixo uma notícia postada hoje (08/03) no site do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), destacando que a engenheira mecânica brasileira Jaqueline Lyra gerencia na NASA uma equipe de profissionais envolvidos no projeto de uma espaçonave que levará um outro robô ao planeta Marte.

Duda Falcão

Brasileira Gerencia Projeto para Levar Outro Robô a Marte

08/03/2010 - 16:10

As brasileiras ocupam, cada vez mais, posição de destaque no Brasil e no exterior na área de ciência e tecnologia. Para isso, driblam diversos desafios e mostram que podem contribuir de forma significativa para novas descobertas e para a evolução do planeta.

Elas dão um toque nacional e de sensibilidade feminina e fazem o diferencial por onde passam. A engenheira mecânica, Jaqueline Lyra, por exemplo, gerencia uma equipe de profissionais envolvido no projeto de uma espaçonave que levará um outro robô a Marte.

O robô e astronauta é a esperança de descobertas importantes no planeta, onde já estão outros dois similares em busca de material e informações para auxiliar as equipes de pesquisadores da Agência Espacial dos Estados Unidos (NASA). “Vamos utilizar esse robô como se fosse um geólogo para estudar as pedras e a composição do planeta. Sempre à procura da água para verificar se existe possibilidade de vida em Marte”, explica.

A carioca Jaqueline Lyra, 48 anos, trabalha na NASA há 20 anos. Saiu do Brasil, em 1981, para fazer Faculdade de Engenharia Espacial nos Estados Unidos. A cientista conta que não tinha espaço para mulheres nesta área. “Na época, o campo de aeroespacial só tinha no Instituto Militar de Engenharia (IME) e no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), onde só podia entrar homens, então, eu não tinha como seguir essa profissão no Brasil”, justifica.

No exterior, Jackie, como é conhecida pelos colegas de equipe, afirma não haver desigualdade no tratamento. “Realmente, não tive nenhuma dificuldade no trabalho por ser mulher. Talvez por sorte ou não. As pessoas na NASA são respeitadas pelo que fazem. Se fizer um bom trabalho, garante o emprego e a carreira”, diz. Hoje, dos oito cientistas brasileiros que trabalham na NASA, quatro são mulheres.

Jaqueline ficou conhecida na mídia nacional em 1997 quando usou a música Coisinha do Pai, de Beth Carvalho, para acionar o Pathfinder, um dos robôs em Marte. “É tradição na Nasa acordar os astronautas com uma música, a nossa equipe resolveu fazer isso também com os robôs. Como estou sempre escutando músicas antigas do Brasil, achei que o samba era bem apropriada por dizer você vale ouro, coisinha tão bonitinha”.

O novo robô da NASA é maior e mais equipado. De acordo com Jaqueline, o lançamento está previsto para 2011 e a chegada em Marte para 2012. “Os que estão lá já fazem o trabalho e estão em locais diferentes. Esse agora tem o tamanho de um carro pequeno e levará por volta de 10 instrumentos científicos para estudar Marte”, informa.

Veja a Matéria do Jornal Nacional
da Rede Globo - 21/07/2009

Fonte: Site do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT)

Comentário: Quando leio uma notícia como esta me deixa feliz, pois o exemplo da Jaqueline Lyra e de outros já apresentados hoje aqui no blog é a comprovação de que com seriedade, competência e trabalho se alcança o sucesso, independente das dificuldades, pois para essas pessoas as mesmas são o combustível que as motiva na busca de seu lugar ao sol. No entanto, esta notícia também me deixa triste, pois também é a comprovação o quanto os governos e os gestores do PEB a eles subordinados foram incompetentes na condução desse importante programa para o país. Será que se o Brasil tivesse feito como a China (a partir do inicio dos anos 70 a China enviou mais de 1000 profissionais entre técnicos, cientistas, pesquisadores e administradores para serem preparados em centros mais avançados, visando assim dar o salto tecnológico alcançado por eles atualmente) o Programa Espacial Brasileiro não estaria em outra situação? Será que se houvesse uma Política Espacial de verdade nesse país o PEB não teria outra cara? Será que se houvessem condições adequadas no país para profissionais como a Jaqueline Lyra por em pratica seus conhecimentos em prol do PEB eles não se estimulariam a voltar para o Brasil? A verdade leitor é que o PEB é uma verdadeira bagunça, com objetivos que mudam constantemente de foco, falta de recursos financeiros e humanos adequados, falta de apoio político inclusive do governo e da sociedade (essencial para qualquer programa espacial no mundo) e tantos outros problemas estruturais que aos quase 50 anos de existência do programa espacial, parece inacreditável que esta situação ainda esteja acontecendo. Lamentável.