Parceria com Europa Divide Astrônomos Brasileiros
Olá leitor!
Segue uma noticia publicada hoje (15/03) no jornal “Brasil Econômico” destacando que a parceria com o European Southern Observatory (ESO) proposta pelo ministro "Sérgio Rezende" divide a opiniões dos astrônomos brasileiros.
Duda Falcão
Parceria com Europa Divide Astrônomos
Idéia é ampliar recursos na área, mas pesquisadores
temem que leve a retrocesso na estratégia atual do país
Martha San Juan
Brasil Econômico
15-03-2010
A proposta do ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, de estabelecer uma parceria com o European Southern Observatory (ESO), divide a comunidade astronômica brasileira.
O ministro esteve no Chile no mês passado a convite do ESO e manifestou seu interesse ao seu diretor Tim Dzeeuw. O ESO coordena uma série de observatórios no Hemisfério Sul, entre eles, o VLT, um dos conjuntos mais avançados de instrumentos ópticos do mundo.
Segundo o diretor do Laboratório Nacional de Astrofísica, Albert Bruch, que acompanha as negociações, a idéia é ampliar os recursos na área de astronomia, que teve uma evolução enorme nos últimos anos.
"Ao mesmo tempo, queremos desenvolver tecnologia de aplicação de ponta", afirmou.
Parceria Custosa
Bruch disse que a indústria nacional participaria de novos projetos do ESO. Os europeus esperam construir nos Andes um conjunto de telescópios ainda mais potente, o European Extremely Large Telescope (E-ELT). Mas, como parceiros do consórcio, o Brasil teria de pagar uma anuidade de 12 milhões de euros, ou 10% dos custos operacionais, além de uma taxa de entrada.
Para o astrônomo João Steiner, da Universidade de São Paulo, "não haveria recursos para pagar nossos compromissos e muito menos para as parcerias que já temos com outros observatórios, como o Gemini e o Soar, que tão plenamente têm nos servido". O LNA, que administra todos os telescópios usados pelo Brasil no território nacional e no exterior, recebe R$ 4 milhões por ano.
Steiner frisa que "o desenvolvimento da tecnologia de ponta ligada à instrumentação no ESO é alocado a institutos e universidades europeias; a participação brasileira se limitaria à parte da construção".
Fonte: Jornal Brasil Econômico via site do Jornal da Ciência da SBPC
Comentário: Ministro, ouça a comunidade astronômica, não seja precipitado, fale com quem é do ramo e se possível até promova um debate com a comunidade, mas não tome qualquer decisão sem antes ouvir o que a comunidade astronômica brasileira pensa sobre esta sua idéia. Tenha responsabilidade, pois estamos em ano de eleição e qualquer acordo mal feito pode representar um desastre a mais na imagem do país. Exemplos não faltam.
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