Teoria Elaborada Por Grupo de Físicos do Reino Unido e da Alemanha Pode Ajudar na Detecção de Espaçonaves Alienígenas Com Propulsão de Dobra

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[Imagem: Gerado por IA/DALL-E]
Uma falha na propulsão de dobra irá gerar ondas gravitacionais com assinatura característica, que poderá ser detectada por observatórios suficientemente avançados.
 
No dia de ontem (02/08), o portal 'Inovação Tecnológica' publicou uma curiosa notícia destacando que um Grupo de físicos do Reino Unido e da Alemanha desenvolveu uma teoria inovadora. Essa teoria pode fornecer novas maneiras de detectar espaçonaves alienígenas que utilizam propulsão de dobra.
 
Os motores de dobra nasceram na ficção científica, ficando famosos ao impulsionar as naves da série Jornadas nas Estrelas, mas viraram assunto científico há exatos 30 anos, quando o professor Miguel Alcubierre lançou um modelo de como fabricar um motor de dobra na prática.
 
Bem, não exatamente na prática, já que o projeto envolve uma exótica "energia negativa", que nunca foi observada. Mas outros pesquisadores fizeram a ideia original de Alcubierre avançar, e hoje os físicos aceitam que um motor de dobra é possível, ainda que consuma muita energia.
 
A colaboração mais recente na área, feita por um trio de físicos do Reino Unido e da Alemanha, não vai ajudar os terráqueos a construir seus próprios motores de dobra, mas pode nos ajudar a detectar motores de dobra de civilizações mais avançadas que por acaso estejam circulando por aí.
 
Na verdade, a teoria elaborada por Katy Clough e seus colegas vai nos ajudar a detectar alguma espaçonave alienígena apenas se seu motor de dobra der defeito.
 
O que a equipe descobriu é que uma eventual "falha de contenção" do motor de dobra - que sempre apavorava o Sr. Scotty - irá gerar ondas gravitacionais que poderão ser eventualmente detectadas por sensores suficientemente avançados instalados aqui na Terra.
 
"Ainda que os propulsores de dobra sejam puramente teóricos, eles têm uma descrição bem definida na teoria da Relatividade Geral de Einstein e, portanto, as simulações numéricas nos permitem explorar o impacto que eles podem ter no espaço-tempo na forma de ondas gravitacionais," disse Clough.
 
[Imagem: Katy Clough et al. - 10.33232/001c.121868.]
A simulação mostra um anel de energia positiva se formando dentro da bolha de densidade de energia, inicialmente negativa, e a impulsionando para fora, gerando ondas gravitacionais.
 
As simulações mostraram que o colapso da dobra espacial gera uma explosão de ondas gravitacionais muito característica, uma ondulação no espaço-tempo que pode ser detectável por detectores de ondas gravitacionais que normalmente têm sua atenção voltada para fusões de buracos negros e estrelas de nêutrons.
 
Ao contrário dos "zumbidos" de baixa frequência gerados por objetos astrofísicos em fusão, o colapso da dobra espacial geraria uma explosão curta e de alta frequência. O processo emite uma onda de matéria de energia negativa, seguida por ondas positivas e negativas alternadas. Essa dança complexa resulta em um aumento líquido na energia geral do sistema e, em princípio, pode fornecer uma assinatura do colapso do motor quando as ondas resultantes interagirem com a matéria normal.
 
Já sabemos que detectar ondas gravitacionais de alta frequência pode mudar o modo como vemos o Universo, mas ainda não construímos nenhum detector desse tipo - na verdade, ainda não sabemos exatamente como construir um desses.
 
No entanto, futuros observatórios de frequência mais alta, eventualmente sucessores do LIGO e VIRGO, poderão ser capazes de detectar essas ondas gravitacionais, coletando evidências da tecnologia de propulsão de dobra mesmo antes que possamos construí-la nós mesmos.
 
"Em nosso estudo, a forma inicial do espaço-tempo é a bolha de dobra descrita por Alcubierre. Embora tenhamos conseguido demonstrar que um sinal observável poderia, em princípio, ser encontrado por detectores futuros, dada a natureza especulativa do trabalho, isso não é suficiente para endossar o desenvolvimento do instrumento," ressalva o professor Sebastian Khan.
 
Saiba mais:
 
Autores: Katy Clough, Tim Dietrich, Sebastian Khan
Revista: The Open Journal of Astrophysics
Vol.: 7, 2024
DOI: 10.33232/001c.121868.
 
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