Segundo Pesquisadores Alemães e Indianos, Compostos Orgânicos e Depósitos de Sal Foram Detectados no Planeta Anão Ceres
Olá
leitores! Olá leitoras!
Por Duda
Falcão
Segue abaixo
uma matéria postada dia (23/02) no site da 'Revista Galileu' destacando que segundo um estudo apresentado por pesquisadores alemães e indianos no
periódico Nature
Communications , ‘Compostos Orgânicos’ e ‘Depósitos de Sal’ foram detectados
no ‘Planeta Anão CERES’.
Pois é amigos leitores, esta é uma grande
notícia para aqueles que como eu, se interessam pela exploração espacial planetária.
Na verdade, desde que a Sonda Espacial Dawn
fez suas descobertas sobre este planeta anão, este que vos fala, sempre colocou
o CERES como um dos alvos mais intrigantes
(ao lado das luas ‘Titan’ e ‘Encélado’ de Saturno e da lua ‘Europa’
de Júpiter) a serem ainda explorados em nosso Sistema Solar, inclusive, devido
a sua distancia da Terra ser bem menor do que desses outros alvos, o coloca
como um desafio viável e muito interessante para toda Comunidade Espacial e Astronômica
Brasileira.
Fotos: ESA/NASA
Além do que, fora o inegável fato do ganho científico e tecnológico que uma missão como esta proporcionaria em médio e
longo prazos ao Brasil, colocaria também as nossas atividades espaciais em
outro patamar perante a Comunidade Internacional, e justamente no momento em
que a exploração espacial humana chega ao seu terceiro nível, momento este que
precisaremos participar cada vez mais com desafios maiores.
ESPAÇO
Compostos Orgânicos e Depósitos de Sal São Detectados no Planeta Anão
Ceres
Pesquisadores alemães e indianos descobriram que uma das crateras de
Ceres, chamada Urvara, foi geologicamente ativa ao menos uma vez desde sua
formação.
Por Redação Galileu
23 Fev 2022 - 15h51
Atualizado em 23 Fev
2022 - 15h51
Fonte: Site Revista Galileu - https://revistagalileu.globo.com
(Foto:
Reprodução/Missão Dawn NASA)
Pesquisadores
da Alemanha
e da Índia publicaram nesta terça-feira (22), no periódico Nature Communications,
um estudo detalhado sobre Urvara, a terceira maior cratera
do planeta anão Ceres.
Nessa investigação, a maior sobre essa formação até hoje, descobriu-se que ela
foi geologicamente
ativa pelo menos uma vez milhões de anos depois de que se formou. Além disso, o
estudo aponta que um oceano
salino se estendia pela crosta de Ceres – que pode apresentar espaços líquidos
até hoje.
Para essa
análise, cientistas do Instituto Max
Planck para Pesquisa do Sistema Solar (MPS) em Göttingen, da Universidade
de Münster, ambos na Alemanha, e do Instituto Nacional de Educação e Pesquisa
Científica (Niser) em Bhubaneswar, na Índia,
avaliaram imagens de câmeras da missão Dawn,
da NASA. A sonda da agência espacial americana entrou em órbita ao redor de
Ceres em 2015 e o estudou por cerca de três anos e meio.
Localizada
no hemisfério sul de Ceres – o maior corpo celeste do cinturão
de asteroides entre Marte e Júpiter –, a cratera Urvara é a
terceira maior do planeta anão, com 170 quilômetros de diâmetro. Os
pesquisadores acreditam que o impacto que a formou há cerca de 250 milhões de
anos tenha revelado material de profundidade
de até 50 quilômetros. Segundo Andreas Nathues, pesquisador do MPS e autor do
estudo, a topografia
atual e a composição
mineralógica de algumas das grandes crateras de Ceres são resultado de
processos complexos que alteraram a superfície do planeta anão.
As imagens
de alta resolução da Urvada, obtidas durante a missão Dawn, revelam uma paisagem
geológica diversa. A característica mais proeminente da cratera que se
eleva um pouco longe de seu centro é uma cadeia
de montanhas com cerca de 25 quilômetros de comprimento e três de altura.
Seu flanco sul apresenta penhascos
escarpados, áreas salpicadas de pedregulhos – e ocasional material brilhante.
Além disso, as imagens mostram uma profunda depressão
central, áreas com superfícies notavelmente lisas e algumas pontilhadas com
numerosas depressões menores e arredondadas.
A análise
dos pesquisadores alemães e indianos revela que as diferentes áreas da cratera
têm idades muito distintas. “A diferença de idade é de até 100 milhões de anos.
Isso sugere que os processos
estavam em ação e duraram até muito tempo depois que a cratera foi realmente
formada”, explicou Nico Schmedemann, da Universidade de Münster, em comunicado.
Para esses estudos,
os pesquisadores contam as crateras pequenas que cobrem as superfícies dos
corpos sem atmosfera.
Como as superfícies mais antigas tiveram mais tempo para “acumular” impactos de
asteroides menores, elas têm mais crateras que as superfícies mais jovens.
A partir
das análises, determinaram que as áreas mais primitivas
da Urvara têm cerca de 250 milhões de anos. As superfícies mais jovens incluem
extensas áreas
lisas e escuras, bem como poços que provavelmente foram formados pelo escape de
gás
no subsolo.
Imagens
tiradas usando os filtros de cores do sistema de câmeras
também fornecem pistas sobre o histórico
da cratera. O material brilhante que aparece nas imagens são os sais.
Há também a indicação de compostos
orgânicos depositados junto com sais – combinação que não fora observada
antes. Os depósitos de compostos orgânicos também parecem ser mais jovens.
Segundo
Guneshar Thangjam, cientista do Instituto Nacional de Educação e Pesquisa
Científica da Índia, a origem
e a formação desses compostos orgânicos em Ceres são questões interessantes
ainda em aberto que têm implicações importantes para a história
geológica do planeta anão. “Os orgânicos que encontramos em Urvara são diferentes
das áreas ricas em matéria orgânica na cratera Ernutet, no hemisfério norte,
por exemplo.”
A cratera
de Urvara apresenta uma imagem complexa que os cientistas ainda não entenderam
completamente e que deixa espaço para interpretações,
afirma Andreas Nathues. Por exemplo, o impacto que formou a cratera Urvara pode
ter transportado sais do interior do planeta anão para a superfície.
No entanto, algumas evidências
sugerem que uma salmoura, uma solução de sais, estava envolvida, subindo do
interior e iniciando outros processos. Mas ainda não está claro se a salmoura
atingiu a superfície ou apenas se acumulou logo abaixo.
Independentemente
da interpretação exata, os resultados atuais reforçam a imagem que a missão
Dawn desenhou de Ceres nos últimos anos: um corpo geologicamente ativo com camadas
salinas que se estendem sob sua crosta em várias profundidades.
Esse quadro
pode estar relacionado a um oceano
subsuperficial anterior que também continha compostos orgânicos. Apesar da
grande distância de Ceres do Sol,
graças aos sais dissolvidos, essa salmoura ainda pode sobreviver hoje em
grandes reservatórios
líquidos em profundidades de cerca de 40 quilômetros.
Comentários
Postar um comentário