Segundo Pesquisadores Alemães e Indianos, Compostos Orgânicos e Depósitos de Sal Foram Detectados no Planeta Anão Ceres

Olá leitores! Olá leitoras! 
 
Por Duda Falcão 
 
Segue abaixo uma matéria postada dia (23/02) no site da 'Revista Galileu' destacando que segundo um estudo apresentado por pesquisadores alemães e indianos no periódico Nature Communications , Compostos Orgânicos’ e ‘Depósitos de Sal’ foram detectados no ‘Planeta Anão CERES’. 
 
Pois é amigos leitores, esta é uma grande notícia para aqueles que como eu, se interessam pela exploração espacial planetária. Na verdade, desde que a Sonda Espacial Dawn fez suas descobertas sobre este planeta anão, este que vos fala, sempre colocou o CERES como um dos alvos mais intrigantes (ao lado das luas ‘Titan’ e ‘Encélado’ de Saturno e da lua ‘Europa’ de Júpiter) a serem ainda explorados em nosso Sistema Solar, inclusive, devido a sua distancia da Terra ser bem menor do que desses outros alvos, o coloca como um desafio viável e muito interessante para toda Comunidade Espacial e Astronômica Brasileira. 
 
Fotos: ESA/NASA 
Algumas das últimas imagens tiradas pela nave Dawn em 1 de novembro de 2018.

Além do que, fora o inegável fato do ganho científico e tecnológico que uma missão como esta proporcionaria em médio e longo prazos ao Brasil, colocaria também as nossas atividades espaciais em outro patamar perante a Comunidade Internacional, e justamente no momento em que a exploração espacial humana chega ao seu terceiro nível, momento este que precisaremos participar cada vez mais com desafios maiores. 

ESPAÇO 
 
Compostos Orgânicos e Depósitos de Sal São Detectados no Planeta Anão Ceres 
 
Pesquisadores alemães e indianos descobriram que uma das crateras de Ceres, chamada Urvara, foi geologicamente ativa ao menos uma vez desde sua formação. 
 
Por Redação Galileu 
23 Fev 2022 - 15h51 
Atualizado em 23 Fev 2022 - 15h51
Fonte: Site Revista Galileu - https://revistagalileu.globo.com 
 
(Foto: Reprodução/Missão Dawn NASA) 
Superfície acidentada: Numerosas crateras são encontradas na superfície do planeta anão Ceres.

Pesquisadores da Alemanha e da Índia publicaram nesta terça-feira (22), no periódico Nature Communications, um estudo detalhado sobre Urvara, a terceira maior cratera do planeta anão Ceres. Nessa investigação, a maior sobre essa formação até hoje, descobriu-se que ela foi geologicamente ativa pelo menos uma vez milhões de anos depois de que se formou. Além disso, o estudo aponta que um oceano salino se estendia pela crosta de Ceres – que pode apresentar espaços líquidos até hoje. 
 
Para essa análise, cientistas do Instituto Max Planck para Pesquisa do Sistema Solar (MPS) em Göttingen, da Universidade de Münster, ambos na Alemanha, e do Instituto Nacional de Educação e Pesquisa Científica (Niser) em Bhubaneswar, na Índia, avaliaram imagens de câmeras da missão Dawn, da NASA. A sonda da agência espacial americana entrou em órbita ao redor de Ceres em 2015 e o estudou por cerca de três anos e meio. 
 
Localizada no hemisfério sul de Ceres – o maior corpo celeste do cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter –, a cratera Urvara é a terceira maior do planeta anão, com 170 quilômetros de diâmetro. Os pesquisadores acreditam que o impacto que a formou há cerca de 250 milhões de anos tenha revelado material de profundidade de até 50 quilômetros. Segundo Andreas Nathues, pesquisador do MPS e autor do estudo, a topografia atual e a composição mineralógica de algumas das grandes crateras de Ceres são resultado de processos complexos que alteraram a superfície do planeta anão.
 
 As imagens de alta resolução da Urvada, obtidas durante a missão Dawn, revelam uma paisagem geológica diversa. A característica mais proeminente da cratera que se eleva um pouco longe de seu centro é uma cadeia de montanhas com cerca de 25 quilômetros de comprimento e três de altura. Seu flanco sul apresenta penhascos escarpados, áreas salpicadas de pedregulhos – e ocasional material brilhante. Além disso, as imagens mostram uma profunda depressão central, áreas com superfícies notavelmente lisas e algumas pontilhadas com numerosas depressões menores e arredondadas. 
 
A análise dos pesquisadores alemães e indianos revela que as diferentes áreas da cratera têm idades muito distintas. “A diferença de idade é de até 100 milhões de anos. Isso sugere que os processos estavam em ação e duraram até muito tempo depois que a cratera foi realmente formada”, explicou Nico Schmedemann, da Universidade de Münster, em comunicado. 
 
Para esses estudos, os pesquisadores contam as crateras pequenas que cobrem as superfícies dos corpos sem atmosfera. Como as superfícies mais antigas tiveram mais tempo para “acumular” impactos de asteroides menores, elas têm mais crateras que as superfícies mais jovens. 
 
A partir das análises, determinaram que as áreas mais primitivas da Urvara têm cerca de 250 milhões de anos. As superfícies mais jovens incluem extensas áreas lisas e escuras, bem como poços que provavelmente foram formados pelo escape de gás no subsolo. 
 
Imagens tiradas usando os filtros de cores do sistema de câmeras também fornecem pistas sobre o histórico da cratera. O material brilhante que aparece nas imagens são os sais. Há também a indicação de compostos orgânicos depositados junto com sais – combinação que não fora observada antes. Os depósitos de compostos orgânicos também parecem ser mais jovens. 
 
Segundo Guneshar Thangjam, cientista do Instituto Nacional de Educação e Pesquisa Científica da Índia, a origem e a formação desses compostos orgânicos em Ceres são questões interessantes ainda em aberto que têm implicações importantes para a história geológica do planeta anão. “Os orgânicos que encontramos em Urvara são diferentes das áreas ricas em matéria orgânica na cratera Ernutet, no hemisfério norte, por exemplo.” 
 
A cratera de Urvara apresenta uma imagem complexa que os cientistas ainda não entenderam completamente e que deixa espaço para interpretações, afirma Andreas Nathues. Por exemplo, o impacto que formou a cratera Urvara pode ter transportado sais do interior do planeta anão para a superfície. No entanto, algumas evidências sugerem que uma salmoura, uma solução de sais, estava envolvida, subindo do interior e iniciando outros processos. Mas ainda não está claro se a salmoura atingiu a superfície ou apenas se acumulou logo abaixo. 
 
Independentemente da interpretação exata, os resultados atuais reforçam a imagem que a missão Dawn desenhou de Ceres nos últimos anos: um corpo geologicamente ativo com camadas salinas que se estendem sob sua crosta em várias profundidades. 
 
Esse quadro pode estar relacionado a um oceano subsuperficial anterior que também continha compostos orgânicos. Apesar da grande distância de Ceres do Sol, graças aos sais dissolvidos, essa salmoura ainda pode sobreviver hoje em grandes reservatórios líquidos em profundidades de cerca de 40 quilômetros.

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