Esferas de Vidro Translucidos São Encontradas Pelo Rover Chinês ‘Yutu-2’ no Lado Afastado da Lua
Olá leitores! Olá leitoras!
Segue abaixo uma curiosa notícia publicada dia (23/02) no
site “Canaltech”, destacando que o rover chinês ‘Yutu-2’ encontrou ‘esferas
de vidro translúcido’ no lado afastado da Lua.
Pois é, a China mais uma vez mostra ao mundo que não está
pra brincadeira e repete assim, usando um robô, o feito dos astronautas
americanos da antiga Missão Apollo.
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Rover Chinês Encontra Esferas de Vidro Translúcido no
Lado Afastado da Lua
Por Danielle Cassita
Editado por Patrícia Gnipper
23 de Fevereiro de 2022 às 10h53
Fonte: Science Bulletin; Via: Science
Alert
Via: Web Site Canaltech - https://canaltech.com.br
Há pequenas esferas de vidro translúcido em meio à poeira
do lado
afastado da Lua. As esférulas foram identificadas em meio a imagens
produzidas pelo rover Yutu-2, da China, e podem conter informações importantes
sobre o passado do nosso satélite natural — incluindo a composição do manto e
de impactos passados. Apesar de o rover não ter conseguido coletar dados, as
bolinhas podem ser objetos importantes de pesquisas futuras.
As esférulas encontradas pelo Yutu-2 têm entre 15 e 25 mm de extensão. Isso não as torna únicas, já que esferas
de vidro com até 40 mm já foram encontradas na superfície lunar durante a missão
Apollo 16. As da nova descoberta parecem ser translúcidas ou
semi-transparentes, com um brilho vítreo; outras quatro esférulas foram
encontradas, mas a equipe do estudo não conseguiu confirmar se também são
translúcidas.
(Imagem: Reprodução/Xiao et al., Science Bulletin, 2022)
Para formar vidro, o material de silicato precisa ser
exposto a altas temperaturas. Isso ocorreu na Lua no passado durante o período
de intensa atividade vulcânica, que resultou na formação de vidro
vulcânico — mas, por outro lado, o vidro também pode ser formado por
impactos de pequenos objetos, como meteoritos, que geram altíssimo calor. E, na
verdade, uma equipe de cientistas liderada por Zhiyong Xiao, geólogo
planetário, sugere que este seja o processo por trás das esférulas.
Como as Esferas de Vidro na Lua Podem Ter Se Formado
As outras quatro esférulas foram encontradas perto de
crateras de impacto recém-formadas, sugerindo que, talvez, tenham se formado
durante impactos de meteoritos na superfície da Lua. Por outro lado, também é possível que elas já
estivessem por lá o tempo todo, enterradas sob a superfície; depois, os
impactos dos meteoritos escavaram-nas até a superfície.
Mesmo assim, a equipe acredita que a explicação mais
plausível é que elas se formaram a partir da anortosita, um vidro
vulcânico. Elas teriam sido derretidas após o impacto, e depois, formaram
as esférulas translúcidas. “Coletivamente, a morfologia peculiar, a geometria e
o contexto local dos glóbulos de vidro são consistentes com os vidros
anortosíticos de impactos”, escreveram os autores
(Imagem: Reprodução/CNSA/CLEP)
Se este for o caso, os objetos podem ser considerados o
equivalente lunar dos tectitos, pequenos objetos de vidro formados quando
materiais presentes na Terra são derretidos e espalhados pelo ar, em spray.
Depois, eles se solidificam e retornam ao solo em esferas, como se fossem
versões maiores das esférulas encontradas na Lua. Caso as esférulas sejam tectitos,
é possível que elas sejam comuns na superfície lunar.
Não é possível saber ao certo as origens dos objetos sem
estudar sua composição, mas os autores consideram haver possibilidades
interessantes para pesquisas futuras. “Como é a primeira descoberta de glóbulos
de vidro macroscópicos e translúcidos na Lua, este estudo prevê que os glóbulos
sejam abundantes no planalto lunar, proporcionando alvos promissores para a
coleta de amostras que revelem a história
inicial dos impactos na Lua”, concluíram.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na
revista Science Bulletin.
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