Reestruturação do Programa Espacial Desafia Gov. DILMA
Olá leitor!
Segue uma noticia publicada dia (01/07) no site do jornal “Brasil Econômico” destacando que a reestruturação do Programa Espacial Brasileiro desafia o governo Dilma.
Duda Falcão
Tecnologia
Reestruturação do Programa Espacial
Desafia Governo Dilma
Atualmente, falta tudo ao projeto brasileiro: verba, gestão,
mão de obra e parceiro para transferir tecnologia
Martha San Juan França
Brasil Econômico
01-07-2011 – 17:37
Controladores na base da Alcântara, um dos principais sítios de pesquisa no Brasil |
Depende da presidente Dilma Rousseff a definição sobre um velho problema que o governo Lula não foi capaz de enfrentar.
Trata-se do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), que aborda, entre outras coisas, o que o Brasil almeja com o lançamento de foguetes, construção de satélites e uso de suas bases de lançamento, principalmente em Alcântara (MA).
Nos últimos anos, o programa foi "empurrado com a barriga", sendo severamente prejudicado por aspectos relacionados à gestão dos projetos, disponibilidade de recursos financeiros, redução de equipes técnicas e até por medidas polêmicas, como o investimento no primeiro astronauta brasileiro, Marcos Cesar Pontes, que passou uma temporada em um ônibus espacial da NASA em 2006, ao custo na época de US$ 10 milhões.
A tarefa espinhosa de reformular o programa está agora nas mãos de Marco Antônio Raupp, presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
"Para mudar os rumos do programa, temos que mexer em quase tudo: no orçamento, nos órgãos tecnológicos, aumentar a participação das empresas e construir uma estrutura organizacional mais forte do que temos hoje", afirma.
Raupp propõe uma junção de partes do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE), do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IEA), ligado ao Ministério da Defesa, e da AEB, para que o programa tenha mais "competência gerencial" e consiga tirar os anos de atraso. "Não faz muito sentido separar o planejamento das atividades do desenvolvimento", afirma.
Coordenação
Na estratégia atual, a AEB, formada por um corpo temporário, reforçado por critérios políticos, é responsável pela coordenação e orçamento do programa espacial, atualmente da ordem de R$ 300 milhões.
Na nova estrutura proposta, essa coordenação seria exercida com apoio dos principais interlocutores (INPE e CTA) dotados de técnicos experientes, portanto, que dominam o conhecimento sobre o mercado espacial, especialmente os bloqueios de outros países produtores, responsável em boa parte pelos embargos à importação de componentes para a fabricação da série CBERS de satélites, em parceria com a China.
"Este é um momento positivo para mudanças", afirma o diretor-geral do INPE, Gilberto Câmara. Ele é totalmente a favor de uma revisão do programa nos moldes propostos por Raupp. Nos corredores do INPE, porém, fala-se que a proposta deveria ser mais ampla e já se cogita a extinção da AEB. Para muitos técnicos, a agência adiciona burocracia e não agrega valor às instituições, como o INPE e o CTA, que são os órgãos mais habilitados para conduzir as atividades do programa e fazer contratos.
Com a nova estrutura, espera-se avançar principalmente no setor de lançamento. Documento da Sociedade Brasileira de Física afirma que "não apenas o IAE necessita investimentos e ampliação, mas seu isolamento também precisa ser revertido e incluir outras instituições brasileiras no esforço de projetar e construir o veículo lançador de satélites".´
Fonte: Jornal Brasil Econômico via site do Jornal da Ciência da SBPC
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