Pesamento do Dia: Por Que o Brasil Precisa Criar um Ecossistema de NewSpace? (Parte II)
Prezados leitores e leitoras do BS!
No dia 5 de novembro, compartilhamos aqui no BS uma instigante provocação publicada no dia anterior (04/11), com o título "Por Que o Brasil Precisa Criar um Ecossistema de NewSpace?". O autor da provocação foi o Eng. Lucas Fonseca, CEO da startup espacial brasileira ARVANTIS, que a publicou em sua página pessoal no LinkedIn. Lembram-se? (acesse aqui).
Pois bem, no dia 6 de novembro, o Eng. Lucas deu continuidade ao debate, apresentando sua visão sobre como o Brasil pode responder a essa questão. A seguir, você confere na íntegra a sua opinião.
Acredito que o primeiro passo é espalhar micro hubs pelo país, pequenos polos que trabalhem a temática espacial em diversas regiões. Esses hubs seriam ideais para testar o mercado, entender rápido o que funciona e encontrar o famoso market fit. Foco total no cliente é essencial aqui — as soluções precisam resolver problemas reais para ganhar tração. Mais empreendedores, mais ideias inovadoras e capacidades de amadurecimento por trocas de experiências.
O governo também tem um papel essencial nessa jornada, não só como apoiador, mas assumindo um papel ativo de cliente. Isso ajuda a validar o mercado e fortalece o ecossistema, especialmente se houver leis que incentivem e protejam essa nova economia. Em outros países, o setor só deslanchou com a participação governamental forte, e aqui não seria diferente. NewSpace não se faz sem essa parceria estratégica.
Outro ponto é evangelizar o tema: precisamos levar esse assunto para tomadores de decisão, para o mercado de capital e para possíveis clientes em várias áreas. Quanto mais gente entendendo o potencial da economia espacial, mais força teremos para construir algo sólido e transformador no Brasil!
Tenho trabalhado na ideia e fiz um fluxograma com Dealflow e um Roadmap de atividades que considero como ponto de partida pra desenvolver o ecossistema.
Trabalho no tema há anos, e falo com convicção que precisamos discutir mais sobre o tema. Ideias e sugestões são bem vindas.
Opinião do Duda Falcão: Caros entusiastas do setor espacial, o Eng. Lucas Fonseca é um profissional admirável, cuja expertise e visão poderiam estar contribuindo de maneira ainda mais significativa para o desenvolvimento do Brasil. No entanto, essa contribuição plena de profissionais como o Eng. Lucas é constantemente impedida pela realidade política do país. Se realmente tivéssemos um governo comprometido com o progresso e o bem-estar da população, poderíamos ver a proposta pelo Eng. Lucas ganhando o apoio necessário para prosperar.
A proposta apresentada por ele é inovadora, exequível e, sem dúvida, digna de reconhecimento. Contudo, como o próprio Eng. Lucas mencionou, o papel do governo é crucial não apenas como apoiador, mas como um cliente ativo, engajado na implementação e no fomento dessa visão. E é nesse ponto que a ideia se esbarra com a dura realidade política brasileira.
Seja um governo de esquerda ou de pseudo-direita, o atual cenário político do Brasil demonstra um desinteresse absoluto por um verdadeiro projeto de nação. No campo das atividades espaciais, por exemplo, o governo não apenas falha em apoiar, mas também se mostra indiferente ao seu potencial transformador para o país.
Em minha opinião, a ideia do Eng. Lucas, embora essencial, enfrenta o que considero uma utopia, uma realidade impossível de ser alcançada nas condições atuais. No entanto, é fundamental que essa visão seja levantada e registrada. Isso não apenas preserva o legado de quem tentou fazer a sua parte, mas também servirá de reflexão para as futuras gerações, para que elas compreendam quem, de fato, foi responsável por atrasar ou até bloquear os avanços que poderiam ter transformado o Brasil em uma potência espacial e mundial.
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