Experimentos de Estudantes Serão Lançados ao Espaço a Bordo da Missão de Suprimento da SpaceX
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Crédito: Portal Space Daily
No dia de ontem (01/11), o portal Space Daily informou que quando a 31ª missão de Serviços Comerciais de Suprimento (CRS) da SpaceX estiver se dirigindo à Estação Espacial Internacional (ISS), estudantes de toda a América do Norte estarão assistindo enquanto seus projetos científicos embarcam em uma jornada extraordinária. Esta missão inclui 39 experimentos criados por estudantes de 38 comunidades, todos parte do Programa de Experimentos de Voo Espacial de Estudantes (SSEP). O SSEP é um parceiro educacional do Laboratório Nacional da ISS, focado em envolver os estudantes diretamente no processo de pesquisa científica para inspirar futuros engenheiros e cientistas.
Caros entusiastas do espaço, a pergunta que permanece é: será que o Brasil, apesar de seu pífio programa espacial, não poderia oferecer aos nossos estudantes uma experiência semelhante, mesmo que não chegasse à Linha de Kármán? A resposta é sim, e poderíamos até mesmo ultrapassá-la, pois já dispomos de tecnologia adequada no país. O que realmente falta é a vontade de fazer, seriedade, comprometimento político e recursos financeiros disponibilizados para isso.
Lembro que, no Diário Oficial da União (DOU) de 26 de junho de 2023, foi publicado um Aviso de Homologação da Seleção Pública nº 6/2022, que formalizou a contratação da startup brasileira PION Labs para desenvolver um pequeno foguete de sondagem voltado para cargas úteis educacionais e experimentais. Essa iniciativa culminou na 'Missão PESL-1', que, em 8 de dezembro de 2023, lançou na atmosfera sete pequenos satélites educacionais, conhecidos como cansats, com um peso total de 3,9 kg. Entre as instituições participantes estavam escolas de ensino fundamental, médio e técnico, além de uma universidade. Entretanto amigos e amigas, desde então, nada foi feito, e não podemos esquecer que a própria Piada Espacial Brasileira (AEB) tem um Programa de Microgravidade com foguetes suborbitais que é uma tremenda farsa, pois nunca funcionou com uma frequência de voos minimamente aceitável
Lançamento do foguete PESL-1 - 08/12/2023.
"A ideia central da educação é preparar nossos alunos para o mundo real", disse Jeff Goldstein, diretor do Centro Nacional de Educação em Ciência da Terra e do Espaço (NCESSE), que administra o SSEP. Goldstein enfatizou que a experiência prática em atividades de pesquisa reais é crucial para preparar os alunos para carreiras em ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM). "Uma maneira muito eficaz de fazer isso é trazer experiências profissionais para a sala de aula e pedir aos nossos alunos que sejam cientistas e engenheiros agora."
Nas comunidades participantes, equipes de alunos se envolveram em um currículo estruturado de ciência em microgravidade antes de propor seus próprios experimentos. Os projetos selecionados utilizarão Mixstix—um tipo de tubo flexível contendo compartimentos separados, que permite misturar diferentes substâncias no espaço para experimentação. Nesta missão, quase 1.900 propostas foram submetidas, com um experimento de destaque escolhido de cada comunidade para ser enviado ao espaço.
Aqui estão alguns projetos destacados da missão:
* Mesa, AZ: Estudantes do 4º ao 12º ano da Zaharis Elementary, Red Mountain Ranch Elementary e Red Mountain High School estudarão o crescimento de biofilmes de Staphylococcus epidermidis no espaço. Esta pesquisa visa entender como essa bactéria, muitas vezes uma fonte de infecção, forma aglomerados em microgravidade, oferecendo novas perspectivas sobre a segurança dos astronautas.
* Lamont, CA: Alunos do oitavo ano da Mountain View Middle School examinarão a germinação de Spinacia oleracea (espinafre) no espaço em comparação com a Terra. Como o espinafre é uma planta nutritiva, os resultados podem ajudar a melhorar a dieta dos astronautas durante missões espaciais.
* Pickerington, OH: Estudantes do último ano da Pickerington High School North investigarão como o Liquid I.V., um produto de hidratação em pó, se comporta no espaço. Este projeto busca entender quão efetivamente as células vegetais podem ser hidratadas com essa mistura em microgravidade, o que poderia apoiar a hidratação dos astronautas durante as missões.
* Grantsburg, WI: Alunos do nono ano da iForward Public Online Charter School observarão o crescimento de camarões de salmoura no espaço. A equipe hipotetiza que os camarões de salmoura, conhecidos por sua resiliência, podem crescer maiores em microgravidade, com implicações para a aquicultura e a pesquisa ambiental.
* Sandy, UT: Estudantes do décimo ano da Hillcrest High School estudarão como os nematoides entomopatogênicos—vermes pequenos usados no controle de pragas—infectam um hospedeiro inseto no espaço. Este projeto pode levar a métodos práticos de controle de pragas na agricultura espacial.
Vários alunos compartilharam como a participação no SSEP influenciou suas aspirações. Elizabeth Miller, uma aluna do nono ano de Mesa, disse: "Isso fortaleceu muito minhas habilidades de pesquisa, escrita, apresentação, trabalho em equipe e liderança." Victor Morris, também do nono ano em Grantsburg, observou: "Participar do programa nos dá uma ideia de como é ser um verdadeiro cientista. Enviar camarões de salmoura para o espaço faz com que ter uma carreira como engenheiro espacial pareça muito mais próximo e realista."
"Um dos pontos comuns que ouvimos dos professores é que este foi o programa STEM mais difícil e mais gratificante que eles já realizaram", acrescentou Goldstein. "Através do SSEP, vemos que os alunos mudam sua visão do que a ciência e o STEM realmente são, e muitos alunos dizem: 'Sim, quero considerar isso como uma carreira.'"
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