A Sonda Espacial Voyager 1 da NASA, Se Encontra Nesse Momento a Quase "Um Dia-Luz" de Distância da Terra

Prezados leitores e leitoras do BS!
 
Imagem: Space Daily
Ilustrativo.
 
No dia 05/11, o portal Space Daily informou que a Sonda Espacial Voyager 1 da NASA, que se encontra a  quase "Um Dia-Luz" de distância, retornou recentemente a comunicação com a Terra após uma breve pausa que chamou a atenção para os desafios contínuos da missão e sua notável resiliência. No dia 24 de outubro, os engenheiros restabeleceram o contato depois que a sonda desligou inesperadamente um de seus dois transmissores de rádio, um problema provavelmente causado pelo sistema de proteção contra falhas da Voyager. Esse sistema gerencia de forma autônoma as funções a bordo, reduzindo o uso de energia ao desativar sistemas não essenciais para proteger as operações centrais da sonda.
 
De acordo com a nota do portal, o incidente recente ocorreu quando a equipe de voo, localizada no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA no Sul da Califórnia, ordenou que a Voyager 1 ligasse um aquecedor em 16 de outubro. Embora a sonda parecesse ter energia suficiente, o comando acionou inesperadamente o sistema de proteção contra falhas, e em 18 de outubro, a Rede de Espaço Profundo da NASA não conseguiu detectar seu sinal.
 
Inicialmente, os engenheiros hipotetizaram que o sistema de proteção contra falhas havia reduzido a taxa de transmissão de dados no transmissor de rádio na banda X, o que requer menos energia, mas complica a detecção do sinal. Eles conseguiram detectar o sinal enfraquecido, sugerindo que a sonda permanecia em um estado estável.
 
No entanto, em 19 de outubro, toda a comunicação aparentemente cessou completamente, levando a equipe a suspeitar que o sistema de proteção contra falhas da Voyager tivesse sido ativado novamente, fazendo a transição do transmissor principal na banda X para um transmissor na banda S. Esta banda S não é utilizada desde 1981, emite um sinal mais fraco e apresenta um desafio muito maior para a detecção à distância da Voyager 1, que está a quase 25 bilhões de quilômetros da Terra — equivalente a pouco menos de 23 horas-luz. Após ajustes cuidadosos, os engenheiros da NASA conseguiram captar o sinal da banda S e confirmaram que a Voyager 1 continua operável, embora a funcionalidade completa ainda não tenha sido restaurada.
 
Enquanto a equipe continua a analisar o problema e garantir operações estáveis na Voyager 1, este incidente é o mais recente exemplo das complexas exigências de engenharia da missão, especialmente à medida que as sondas gêmeas Voyager, lançadas em 1977, se aproximam de seu 50º aniversário. A Voyager 1 entrou no espaço interestelar em 2012, seguida pela Voyager 2 em 2018, marcando-as como as primeiras embaixadoras da humanidade além da heliosfera. A Voyager 1 deverá alcançar uma distância nominal de um dia-luz da Terra no início de janeiro de 2027, a aproximadamente 25.879.000.000 quilômetros.
 
Operando com hardware e software da década de 1970, a missão Voyager é um exemplo de resistência técnica extraordinária, impulsionada por uma filosofia de projeto da missão que prioriza redundância e confiabilidade. Cada sonda é equipada com três geradores termoelétricos de radioisótopos, ou "baterias nucleares", que permitiram que elas avançassem mais no espaço, onde a energia solar é ineficaz. No entanto, essas fontes de energia perdem cerca de 4 watts a cada ano, o que exige que a equipe desligue estrategicamente sistemas não essenciais para manter as funções vitais em operação.
 
Suzanne Dodd, atual gerente do projeto Voyager no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, explicou que o sucesso contínuo da missão está em sua capacidade de inovar soluções dentro das limitações dos equipamentos envelhecidos.
 
Recentemente, os engenheiros adaptaram-se a um bloqueio de combustível nos propulsores da Voyager 1, que são cruciais para manter o alinhamento das comunicações. Engenheiros aposentados que trabalharam no desenvolvimento da missão até retornaram para colaborar com os membros mais novos da equipe, combinando o conhecimento histórico com novas perspectivas para superar os desafios crescentes da missão.
 
À medida que as sondas Voyager se aventuram mais longe no espaço interestelar, elas enfrentam riscos crescentes de anomalias inesperadas e diminuição da energia. No entanto, a NASA espera estender suas operações até o final da década de 2020, permitindo que a missão continue revelando insights sobre os limites do nosso sistema solar e a natureza do espaço interestelar. A equipe Voyager, composta por engenheiros veteranos e jovens cientistas entusiastas, continua dedicada a gerenciar essa missão icônica, que se mantém como um testemunho da engenhosidade humana e do impulso para explorar o cosmos.
 
Brazilian Space
 
Brazilian Space 15 anos
Espaço que inspira, informação que conecta!

Comentários