A Rocket Lab Confirmou Plano de Disputar Contratos de Lançamento do Pentágono Com o Seu Novo Foguete Neutron
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Crédito: Rocket Lab
No dia de ontem (04/11) o portal SpaceNews informou que a Rocket Lab confirmou um plano de disputar contratos de lançamento do Pentágono com novo foguete de médio porte. Para tanto, a empresa apresentará uma proposta para incluir seu Veículo Neutron no programa National Security Space Launch (NSSL) Fase 3, Faixa 1.
De acordo com a nota do portal, a Rocket Lab estaria mirando reduzir a dominação da SpaceX no setor de lançamentos espaciais militares, confirmando sua intenção de disputar contratos com o Pentágono com seu novo foguete de médio porte Neutron.
“Estamos empolgados em disputar desta vez o NSSL Faixa 1, e acreditamos que o Neutron é um veículo muito adequado para isso”, disse Peter Beck, fundador e CEO da Rocket Lab, ao SpaceNews.
Na semana passada, a Força Espacial dos EUA divulgou um pedido de propostas de empresas de lançamento que buscam desafiar a SpaceX, United Launch Alliance (ULA) e Blue Origin no programa National Security Space Launch (NSSL) Fase 3, Faixa 1.
O programa NSSL Fase 3, Faixa 1, é estruturado como um contrato Indefinite Delivery, Indefinite Quantity (IDIQ), permitindo à Força Espacial incluir fornecedores anualmente e conceder ordens de tarefas individuais conforme necessário.
A Força Espacial exige que os próximos concorrentes da Faixa 1 estejam prontos para um primeiro lançamento até dezembro de 2025, prazo que Beck afirma que o Neutron pode cumprir.
“Acreditamos que podemos chegar lá, mas, no final, o governo decidirá isso”, disse ele.
Apesar das dúvidas em curso sobre a prontidão do Neutron e o estado da sua infraestrutura de lançamento, a Rocket Lab entraria na competição do NSSL em um momento em que os militares estão ansiosos por novos fornecedores de lançamento para atender às crescentes demandas de segurança nacional.
A Faixa 1 é projetada para missões que podem aceitar maiores riscos e tem como objetivo facilitar lançamentos mais rápidos de cargas úteis menos sensíveis. Isso contrasta com a Faixa 2, que será voltada para missões mais críticas, exigindo veículos de lançamento de grande capacidade e totalmente certificados. O programa Faixa 1 está avaliado em US$ 5,6 bilhões ao longo de cinco anos e já concedeu suas primeiras ordens de tarefa à SpaceX.
Paisagem Competitiva
A possível entrada da Rocket Lab na competição do NSSL ocorre em meio a uma pressão sobre a capacidade na indústria de lançamentos. Atualmente, a SpaceX alcançou quase a dominância no setor, com a United Launch Alliance (ULA) realizando menos lançamentos, à medida que aposenta o foguete Atlas 5 e lida com os atrasos na certificação do Vulcan Centaur. A Blue Origin também enfrentou obstáculos no desenvolvimento de seu foguete New Glenn.
“Não é polêmico dizer que há um monopólio no lançamento de médio porte no momento”, disse Beck. “O governo dos EUA e os clientes comerciais querem mais diversidade de fornecedores.”
Beck afirmou que o histórico da Rocket Lab com seu veículo de lançamento de pequenos satélites, o Electron, confere credibilidade à sua proposta. Desde sua estreia em 2017, o Electron foi lançado 53 vezes para órbita, a partir de sites de lançamento na Nova Zelândia e na Virgínia, com 49 sucessos e 4 falhas.
Acelerando o Desenvolvimento
Beck disse que se mantém confiante, mas pragmático, quanto ao cronograma do Neutron. “No geral, as coisas estão seguindo bem”, acrescentou. “Mas é um programa de foguete.”
Revelado há apenas três anos, o foguete Neutron é projetado para transportar cargas úteis de médio porte para a órbita baixa da Terra (LEO), com capacidade para carregar cerca de 13.000 quilos. O primeiro estágio, impulsionado por nove motores Archimedes, foi projetado para reutilização frequente.
Em agosto, a Rocket Lab alcançou um marco importante ao realizar o primeiro teste de ignição estática do motor Archimedes, movido a metano e oxigênio líquido. O teste ocorreu no Stennis Space Center da NASA, no Mississippi.
Beck observou que a Rocket Lab tem produzido motores para a campanha de qualificação do Neutron, que está em andamento no centro de testes da empresa em Stennis. “Estamos constantemente executando motores”, disse ele. A produção dos motores ocorre em uma antiga instalação da Virgin Orbit, em Long Beach, Califórnia, que a Rocket Lab adquiriu após a falência da Virgin.
A Rocket Lab recebeu apoio do governo para o desenvolvimento do Neutron, incluindo US$ 24 milhões da Força Espacial para apoiar o trabalho no segundo estágio do foguete. De forma geral, a Rocket Lab espera que o custo de desenvolvimento do Neutron fique entre US$ 250 milhões e US$ 300 milhões.
A Rocket Lab está construindo a plataforma de lançamento do Neutron nas instalações Wallops Flight Facility da NASA, na Virgínia. A empresa também está trabalhando com a Administração Federal de Aviação (FAA) para obter uma licença de lançamento.
“Contrariamente a outros, temos uma relação fantástica com a FAA”, disse Beck, em uma referência aparente às recentes disputas regulatórias da SpaceX.
Soluções de Defesa “de Ponta a Ponta”
Os objetivos da Rocket Lab no mercado de defesa vão além dos serviços de lançamento. A divisão Space Systems da empresa, que constrói componentes de satélites e naves espaciais completas, quer fornecer “soluções de ponta a ponta” para o governo, disse Beck.
No ano passado, a Força Espacial selecionou a Rocket Lab para construir e lançar um satélite de vigilância espacial. Conhecida como Victus Haze, a missão de 2025 demonstrará operações de encontro e proximidade, ou seja, o satélite da Rocket Lab se aproximará e observará outro satélite em órbita, fabricado pela startup True Anomaly.
Atualmente, a divisão de sistemas espaciais da Rocket Lab tem uma lista de 42 projetos de satélites para diversos clientes, incluindo a Space Development Agency da Força Espacial e a empresa de comunicações comerciais Globalstar.
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