O Telescópio Espacial James Webb Detectou 'Auroras Misteriosas' em 'Estrela Anã Marrom' Que Está Intrigando Cientistas
Olá leitores e leitoras do BS!
Segue abaixo uma matéria publicada ontem (11/01) no
site “Olhar Digital”, destacando que o ‘Telescópio Espacial James Webb
(JWST)’ da NASA encontrou uma Estrela Anã Marrom, que parece possuir Auroras.
Entendam melhor essa história pela matéria abaixo.
Brazilian Space
CIÊNCIA E
ESPAÇO
Auroras Misteriosas Detectadas em Anã Marrom Intrigam Cientistas
As auroras se formam a partir de
partículas carregadas emitidas por estrela, no entanto, não existe nenhuma
fonte próxima à anã marrom
Por Mateus Dias
Editado por Lucas Soares
11/01/2024 - 06h40
Via: Site Olha Digital - https://olhardigital.com.br
(Crédito: NASA, ESA, CSA, Leah Hustak
(STScI)
O Telescópio Espacial James Webb (JWST) da NASA encontrou uma
anã marrom, ou estrela fracassada, que parece possuir auroras. Essa descoberta deixou os astrônomos intrigados
por não saberem exatamente como elas estão se formando.
Para Quem Tem Pressa:
* As
auroras se formam a partir da interação de partículas carregadas emitidas pelo
Sol com a atmosfera da Terra
* No
entanto, a anã marrom está isolada, não possuindo nenhuma fonte de partículas
carregadas próximo;
* Os
pesquisadores acreditam que as auroras se originam de algum processo interno
que acontece na estrela fracassada.
Aqui na Terra, as auroras são
formadas à partir de partículas carregadas emitidas pelo Sol que interagem com
o campo magnético terrestre e as moléculas da atmosfera. Esse fenômeno já foi
observado em outros planetas, e até mesmo luas, do Sistema Solar, como Júpiter,
Saturno, Io e Encélado, e todos eles possuem uma origem semelhante à que
acontece na Terra.
Na anã marrom, chamada de
W1935, o James Webb detectou emissões infravermelhas de metano semelhante às
formações de auroras em Júpiter e Saturno. Nos planetas do Sistema Solar, elas
são o resultado do aquecimento das atmosferas à medida que partículas
carregadas descem pelas linhas do campo magnético e atingem as partículas
atmosféricas.
No entanto, a anã marrom é misteriosa,
pois não possui nenhuma estrela próxima que possa emitir partículas carregadas
para formar as auroras.
Anãs Marrons
As anãs marrom são conhecidas
como estrelas fracassadas porque possuem a mesma origem de outras estrelas, a
partir do colapso de uma nuvem de poeira e gás. No entanto, elas não têm massa
suficiente para desencadear a fusão de hidrogênio em hélio em seu núcleo.
Por possuírem a mesma origem
que as estrelas convencionais, estão frequentemente isoladas, longe das
emissões de partículas carregadas de suas irmãs bem sucedidas. A W1935 é uma
delas, e os pesquisadores acreditam que suas auroras se originam a partir de
algum processo interno que fornece energia à atmosfera da anã marrom. Outras
alternativas é que o plasma interestelar pode estar atingindo a estrela
fracassada, ou ela pode não estar totalmente isolada quanto pensamos.
Emissões de Metano e Auroras
A descoberta,
apresentada na 243ª reunião da Sociedade Astronômica Americana em Nova Orleans,
foi feita a partir de investigações lideradas por Jackie Faherty, astrônomo do
Museus Americano de História Natural, enquanto analisava 12 anãs marrons com
dados coletados pelo James Webb. A W1935 chamou atenção dos pesquisadores
porque ela era muito semelhante a outra estrela fracassada que estava sendo
investigada, a W2220.
As duas anãs marrons, possuem
praticamente a mesma temperatura, brilho e composição. No entanto, as
observações do James Webb encontrou uma diferença que chamou atenção dos
pesquisadores. Enquanto o metano da W2220 estava absorvendo luz, o da W1935
estava emitindo.
Ao modelar as atmosferas para
entender porque isto estava acontecendo, os astrônomos descobriram que a
atmosfera da W2220 esfria com a altitude, enquanto a da W1935 parecia esquentar
em altas altitudes. A hipótese é que o mesmo processo que causa isso e
desencadeia a aurora.
“Essa inversão de temperatura é realmente intrigante. Vimos este tipo de
fenômeno em planetas com uma estrela próxima que pode aquecer a estratosfera,
mas vê-lo num objeto sem nenhuma fonte externa de calor óbvia é uma loucura.“
Ben Burningham, principal autor da
pesquisa, em comunicado
Auroras já haviam sido anteriormente
utilizadas para justificar emissões de rádio incomuns emitidas por anãs marrom.
No entanto, essa foi a primeira vez que uma emissão de metano indicando uma
aurora em uma estrela fracassada foi observada. Com mais observações do James
Webb, poderíamos ter mais informações sobre esse fenômeno para além do Sistema
Solar.
Comentários
Postar um comentário