Novo Estudo de Equipe Internacional de Pesquisadores Sugere Que a 'Busca Por Vida Fora da Terra' Está Sendo Conduzida de Forma Errada
Olá leitores e leitoras do BS!
Pois é, foi postado ontem (03/01) no site Olhar Digital uma notícia de um
novo estudo publicado na ‘Revista Nature Astronomy’ de uma Equipe Internacional de
Pesquisadores, que sugere que a Busca Por Vida Fora da Terra está sendo
conduzida de forma errada. Entendam melhor essa história pela matéria
abaixo.
Brazilian Space
CIÊNCIA E
ESPAÇO
Busca Por Vida Fora da Terra Está Errada, Sugere Estudo
Equipe defende que a chave para
encontrar vida no espaço é procurar pela ausência, ao invés de presença, de um
elemento químico
Por Pedro Spadoni
03/01/2024 - 11h10
Via: Site Olha Digital - https://olhardigital.com.br
(Imagem: IvaFoto/Shutterstock)
A vida na Terra existe graças
a cinco elementos: carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e fósforo. Nesta
receita, o carbono é um dos ingredientes mais importantes. Por isso, cientistas
se atentam à sua presença na busca pela vida no espaço. Mas
isso está errado, segundo um artigo escrito por uma equipe interdisciplinar.
Para Quem Tem Pressa:
* Cientistas propõem que, na
busca por vida em outros planetas, astrônomos devem procurar pela ausência de
carbono nas atmosferas em vez de sua presença;
* A equipe também aponta que o
telescópio espacial James Webb, da NASA, consegue identificar essa
característica – a única detectável atualmente;
* A equipe descreve uma
estratégia para detectar planetas habitáveis: focar em sistemas onde planetas
do mesmo tamanho orbitam próximos uns dos outros, procurar por CO2 para
confirmar atmosferas e, então, buscar por ozônio (sinal de atividades
biológicas em grande escala).
Cientistas do MIT, da
Universidade de Birmingham e de outros lugares afirmam que a melhor chance dos
astrônomos encontrarem vida em outros planetas é procurar pela ausência, em vez
da presença, de carbono nas atmosferas. A revista Nature
Astronomy publicou o artigo no final de dezembro.
Busca Pela Vida no Espaço
(Imagem: Governo dos EUA)
Os pesquisadores propõem o
seguinte: se um planeta terrestre tem substancialmente menos dióxido de carbono
(CO2) em sua atmosfera comparado a outros planetas no mesmo sistema, isso
poderia ser sinal de água líquida (e vida) na superfície desse planeta.
Além disso, o telescópio
espacial James Webb, da NASA, consegue identificar essa característica. A
equipe aponta que dióxido de carbono relativamente esgotado é o único sinal de
habitabilidade detectável atualmente.
“O Santo Graal da ciência de
exoplanetas é procurar por mundos habitáveis e a presença de vida, mas todas as
características que foram discutidas até agora estavam além do alcance dos
observatórios mais recentes”, diz Julien de Wit, professor assistente de
ciências planetárias em entrevista ao portal do MIT. “Agora temos uma maneira de descobrir se há
água líquida em outro planeta. E é algo que podemos alcançar nos próximos
anos.”
Em seu estudo, a equipe traça
uma estratégia para detectar planetas habitáveis procurando por uma assinatura
de dióxido de carbono esgotado. Tal busca funcionaria melhor para sistemas
estilo “ervilhas numa vagem”, nos quais planetas terrestres aproximadamente do
mesmo tamanho orbitam relativamente próximos uns dos outros.
O primeiro passo que a equipe
propõe é confirmar que os planetas têm atmosferas, simplesmente procurando pela
presença de dióxido de carbono, que se espera dominar a maioria das atmosferas
planetárias.
Uma vez que os astrônomos
determinem que múltiplos planetas em um sistema possuem atmosferas, eles podem
passar a medir seu conteúdo de dióxido de carbono, para ver se um planeta tem
significativamente menos do que os outros. Se sim, o planeta provavelmente é
habitável.
Porém…
(Imagem: NASA/ESA)
O artigo faz a seguinte
ressalva: condições habitáveis não necessariamente significam que um planeta é
habitado. Para ver se a vida pode realmente existir, a equipe propõe que os
astrônomos procurem por outra característica na atmosfera de um planeta: ozônio.
Na Terra, os pesquisadores
observam que plantas e alguns micróbios contribuem para a absorção de dióxido
de carbono, embora não tanto quanto os oceanos. No entanto, como parte desse
processo, os seres vivos emitem oxigênio, que reage com os fótons do sol para
se transformar em ozônio.
Os pesquisadores dizem que se a
atmosfera de um planeta mostrar sinais de ozônio e de dióxido de carbono
esgotado, é provável que seja um mundo não só habitável, mas habitado.
“Se vemos ozônio, as chances
são bastante altas de que ele esteja relacionado ao dióxido de carbono sendo
consumido pela vida”, diz Triaud. “E se é vida, é uma vida gloriosa. Não seriam
apenas algumas bactérias. Seria uma biomassa em escala planetária capaz de
processar uma enorme quantidade de carbono e interagir com ele.”
A equipe estima que o
telescópio James Webb seria capaz de medir dióxido de carbono e possivelmente
ozônio em sistemas multiplanetários próximos, como TRAPPIST-1 – sistema de sete
planetas que orbita uma estrela brilhante, a “apenas” 40 anos-luz da Terra.
Comentários
Postar um comentário