Pesquisadores da Universidade de Glasgow Trabalham no Desenvolvimento de Um 'Foguete Autoconsumível' Que Queima a Si Próprio Como Combustível
Olá leitores e leitoras do BS!
Pois então, no dia de ontem (18/01) foi postada uma curiosa
notícia no site Inovação Tecnológica
destacando que uma equipe de
pesquisadores da Universidade de Glasgow, na Escócia, estão
desenvolvendo um Foguete Autoconsumível, que queima a si próprio como combustível
enquanto sobe. Entendam melhor essa
história pela matéria abaixo.
Brazilian Space
ESPAÇO
Foguete Autoconsumível Queima a Si Próprio Como Combustível
Redação do Site
Inovação Tecnológica
18/01/2024
Fonte: Site
Inovação Tecnológica - https://www.inovacaotecnologica.com.br
[Imagem: University
of Glasgow]
Foguete Autofágico
Há quase um
século engenheiros tentam construir um foguete
autoconsumível, que queima a si próprio como combustível enquanto sobe -
isso seria muito mais barato e permitiria levar mais carga útil ao espaço.
Uma equipe da
Universidade de Glasgow acaba de fazer progressos nesse conceito, tendo
construído e disparado o primeiro motor de foguete autofágico sem suporte, que
consome partes de seu próprio corpo como combustível.
O motor-foguete
funciona usando o calor residual da combustão do seu combustível normal para
derreter sequencialmente sua própria fuselagem de plástico conforme sobe. O
plástico derretido é injetado na câmara de combustão do motor como combustível
adicional, para queimar junto com seus propelentes líquidos comuns.
Isto significa
que um foguete autofágico exige menos propelente nos tanques a bordo, e a massa
liberada pode ser alocada para carga útil.
O consumo da
fuselagem também poderia ajudar a evitar o agravamento do problema dos detritos
espaciais, resíduos descartados que orbitam a Terra e podem dificultar missões
futuras, ou simplesmente caem de volta, provocando medo na população. Por outro
lado, os gases liberados pela combustão do plástico na atmosfera são uma
preocupação a ser considerada.
Testes Promissores
O conceito de
motor de foguete autoconsumível foi proposto e patenteado em 1938. No entanto,
nenhum projeto de motor autofágico voou de maneira controlada até que uma
parceria entre as universidades de Glasgow (Escócia) e Nacional de Dnipro
(Ucrânia) alcançou
esse marco em 2018.
[Imagem: University
of Glasgow]
O conceito é promissor para o envio ao espaço de nanossatélites, que poderiam dispensar as longas esperas e o alto custo das caronas nos foguetes maiores. |
Agora, com o
apoio da Universidade de Kingston (Reino Unido), os engenheiros de Glasgow
demonstraram que podem ser utilizados propulsores líquidos mais energéticos e
que a fuselagem de plástico pode suportar as forças necessárias para ser
injetada no motor sem entupir tudo - estas são etapas essenciais no
desenvolvimento de um conceito de voo viável.
O motor, chamado
Ouroborous-3, usa tubos plásticos de polietileno de alta densidade como fonte
de combustível autofágico, queimando-os junto com os principais propelentes do
foguete - uma mistura de oxigênio gasoso e propano líquido.
A equipe testou
com sucesso seu motor autofágico produzindo 100 newtons de empuxo em uma série
de experimentos controlados. Esses experimentos mostraram que o Ourobourous-3
queima de forma estável - um requisito fundamental para qualquer motor de
foguete - durante todo o estágio autofágico, com a fuselagem de plástico
fornecendo até um quinto do propelente total utilizado. Nos testes, contudo, a
parte final da queima da fuselagem foi catastrófica, uma questão de segurança
que deverá ser considerada nas próximas etapas do desenvolvimento.
"Estes
resultados são um passo fundamental no caminho para o desenvolvimento de um
motor de foguete autofágico totalmente funcional. A estrutura de um foguete
convencional representa entre cinco e 12 por cento de sua massa total. Nossos
testes mostram que o Ouroborous-3 pode queimar uma quantidade muito semelhante
de sua própria massa estrutural como propulsor. Se pudermos disponibilizar pelo
menos parte dessa massa para carga útil, isso seria uma perspectiva atraente
para futuros projetos de foguetes," disse o professor Patrick Harkness,
coordenador do projeto.
Bibliografia:
Artigo: Investigation
of the Operating Parameters and Performance of an Autophage, Hybrid Rocket
Propulsion System
Autores:
Krzysztof Bzdyk, Patrick Harkness, Peter Shaw, Jack Tufft
Revista:
Proceedings of the AIAA SciTech Forum
Vol.: AIAA
2024-1604
DOI:
10.2514/6.2024-1604
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