Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) Desenvolve Bateria Nuclear Que Poderá Durar Até 200 Anos
Olá leitores e leitoras do BS!
No dia 22/01, uma notícia intrigante foi veiculada no
site Inovação Tecnológica. Pois
então, enquanto uma empresa chinesa anunciou recentemente o desenvolvimento de uma
Bateria Nuclear com uma durabilidade
de 50 anos,
uma equipe de pesquisadores do Instituto
de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), em São Paulo (SP), divulgou
ter alcançado um marco ainda mais extraordinário, apresentando um protótipo de Bateria Nuclear capaz de se manter
operacional por até 200 anos. Acompanhe os detalhes dessa fascinante
notícia na matéria a seguir.
Pois é entusiastas do BS, essa notícia provocante
despertou particular interesse do Prof.
Rui Botelho, que levanta questões pertinentes para reflexão:
1. De que
maneira a tecnologia mencionada pode contribuir para as atividades espaciais?
2. Ao
considerar que o Níquel é substancialmente mais abundante do que o Amerício,
como essa disparidade impacta os custos e a escala de produção de produtos
derivados do projeto chinês em comparação com o nosso?
Estas são ponderações que serão abordadas e discutidas na
nossa aguardada centésima edição da coluna Espaço Semanal, que ocorrerá nesta
noite de hoje (24). Fiquem atentos!
Brazilian Space
ENERGIA
Bateria Nuclear Brasileira Poderá Durar 200 Anos
Redação do Site
Inovação Tecnológica
22/01/2024
Fonte: Site
Inovação Tecnológica - https://www.inovacaotecnologica.com.br
[Imagem: E.R.
Paiva/IPEN-CNEN]
Medições do rendimento do protótipo da bateria nuclear brasileira - o dispositivo quadrado cinza dentro da câmara amarela, à direita. |
Bateria Atômica de Amerício
Enquanto uma
empresa chinesa anunciava uma bateria
nuclear com duração de 50 anos, pesquisadores brasileiros divulgaram seu
próprio feito, mostrando uma bateria que poderá durar quatro vezes mais.
A bateria nuclear
brasileira está sendo desenvolvida por uma equipe do Instituto de Pesquisas
Energéticas e Nucleares (IPEN), em São Paulo (SP).
Enquanto a
bateria chinesa é baseada no isótopo radioativo níquel-63 (63Ni),
que tem meia-vida de 100,1 anos, a bateria nuclear brasileira usa o isótopo
amerício-241 (241Am), que tem meia-vida de 432 anos.
Meia-vida é o
período de tempo necessário para que metade de uma dada quantidade de um
radioisótopo transforme-se em outro elemento devido à emissão de uma partícula.
Assim, a bateria nuclear baseada em amerício-241 tem potencial para continuar
fornecendo pelo menos metade de sua carga original por mais de dois séculos.
Diversos
radionuclídeos têm sido utilizados no desenvolvimento de baterias nucleares,
dependendo do tempo de duração da carga e potência desejados. Entre os mais
utilizados estão o estrôncio-90, plutônio-238 e o próprio amerício-241, que são
materiais obtidos por meio do reprocessamento de combustível nuclear utilizado
em reatores.
Essa etapa do
ciclo do combustível nuclear não é realizada no país, mas o IPEN possui o
material como rejeito radioativo, o que o torna particularmente interessante
para uma aplicação de longa duração - o amerício-241 tem diversos usos, como
nos medidores de densidade do combustível dos aviões.
Fraca Por Falta de Combustível
[Imagem: E.R.
Paiva/IPEN-CNEN]
As fontes radioativas (Am-241) são postas junto com um material termoelétrico (TEGs), que transforma o diferencial de temperatura em energia elétrica. |
No protótipo da
bateria nuclear foram usadas 11 fontes de amerício-241, com cerca de 2,9 Curies
(Ci). O calor gerado pelo decaimento radioativo é então passado para um
material termoelétrico, o qual transforma um diferencial de temperatura em
eletricidade.
Em razão da
limitação da quantidade de material radioativo disponível para a construção do
protótipo, o aumento de temperatura gerado pela bateria é pequeno, de cerca de
6 ºC. Em conjunto com o material termoelétrico utilizado pela equipe, a bateria
gera uma tensão elétrica de apenas 20 milivolt.
Apesar do baixo
rendimento, o protótipo serviu para demonstrar a viabilidade do conceito.
Segundo a pesquisadora Maria Alice Ribeiro, com materiais de maior atividade
será possível construir uma bateria com capacidade suficiente para energizar
sensores e pequenos dispositivos da internet
das coisas - por exemplo, cita ela, uma estação meteorológica remota.
A equipe agora
está lidando com os trâmites legais para viabilizar o licenciamento das
baterias nucleares e regulamentar seu uso.
Comentários
Postar um comentário