Equipe Internacional de Astronomos e Entre Eles Brasileiros, Descobriu Dois Novos Tipos de Corpos Celestes Miteriosos no Coração da Nossa Via Lactea
Olá leitores e leitoras do BS!
No dia 29/01, foi publicado no site Inovação Tecnológica a notícia de que uma equipe internacional de astrônomos, e
entre eles brasileiros, descobriu dois novos
tipos de Corpos Celestes, ou seja, um novo tipo de estrela gigante
muito antiga, apelidada de "velha fumante", e uma série de
estrelas recém-nascidas muito "barulhentas". Acompanhe
os detalhes dessas novas descobertas na matéria abaixo.
Brazilian Space
ESPAÇO
Descoberto Um Novo Tipo de Estrela Que Solta Fumaça
Redação do Site
Inovação Tecnológica
29/01/2024
Fonte: Site
Inovação Tecnológica - https://www.inovacaotecnologica.com.br
[Imagem: P.
W. Lucas et al. - 10.1093/mnras/stad3929]
Estrelas Escondidas
Uma equipe
internacional de astrônomos, incluindo brasileiros, descobriu dois novos tipos
de corpos
celestes, objetos misteriosos incluindo um novo tipo de estrela gigante
muito antiga, apelidada de "velha fumante", e uma série de estrelas
recém-nascidas muito "barulhentas".
Os objetos
misteriosos estão no coração da nossa galáxia, a Via Láctea, e podem permanecer
quietos por décadas, ficando praticamente invisíveis aos nossos instrumentos,
até que repentinamente começam a expelir nuvens de fumaça.
A primeira
descoberta são "estrelas ocultas", escondidas da vista na luz visível
por grandes quantidades de poeira e gás. Mas sua luz infravermelha consegue
passar, permitindo que elas fossem vistas pela primeira vez usando um
telescópio instalado no Chile, chamado VISTA, sigla em inglês para telescópio
de pesquisa visível e infravermelho.
"O nosso
principal objetivo era encontrar estrelas recém-nascidas raramente vistas,
também chamadas protoestrelas, enquanto estão passando por uma grande explosão
que pode durar meses, anos ou mesmo décadas. Essas explosões acontecem no disco
de matéria que gira lentamente e que está formando um novo sistema solar. Elas
ajudam a estrela recém-nascida no meio a crescer, mas dificultam a formação de
planetas. Ainda não entendemos por que os discos ficam instáveis desta
forma," explicou o professor Zhen Guo, da Universidade de Valparaiso, no
Chile.
A equipe
descobriu 32 protoestrelas em erupção, cujo brilho aumentou pelo menos 40 vezes
e, em alguns casos, mais de 300 vezes. A maioria das erupções ainda está em
curso, permitindo aos astrônomos, pela primeira vez, analisar um grande lote
desses eventos misteriosos ao longo da sua evolução - desde o estado inicial de
repouso, passando pelo pico de brilho, até à fase de declínio.
"Essas estrelas
idosas permanecem quietas durante anos ou décadas e depois expelem nuvens de
fumaça de uma forma totalmente inesperada. Elas parecem muito escuras e
vermelhas por vários anos, a tal ponto que às vezes nem conseguimos
vê-las," disse o professor Dante Minniti, da Universidade Andrés Bello, no
Chile.
[Imagem: Philip
Lucas/University of Hertfordshire]
As explosivas "estrelas ocultas" ficam na parte mais interna da Via Láctea, conhecida como Disco Nuclear. |
Velha Fumante
O rastreio também
revelou algo completamente inesperado: 21 estrelas gigantes vermelhas com
mudanças ambíguas no brilho durante os 10 anos cobertos pela pesquisa. E
análises dos espectros de emissão de cada uma delas mostrou que pelo menos sete
são na verdade um novo tipo de estrela gigante vermelha.
Essas
"velhas fumantes" são estrelas que ejetam quantidades enormes de
poeira no espaço. É tanto fumaça que as estrelas ficam virtualmente invisíveis
se forem observadas de um ponto de vista no qual a poeira fique à sua frente em
relação ao observador.
Uma pista
adicional sobre estas estrelas emissoras de fumaça está em sua localização:
Elas estão fortemente concentradas na parte mais interna da Via Láctea,
conhecida como Disco Nuclear, uma região onde as estrelas tendem a ser mais
ricas em elementos pesados do que em qualquer outro lugar. Isso deve tornar
mais fácil a condensação de partículas de poeira a partir do gás nas camadas
externas relativamente frias das estrelas gigantes vermelhas. No entanto, como
isso leva à ejeção de nuvens de fumaça densa que a equipe observou permanece um
mistério.
Os astrônomos
afirmam que suas descobertas - as estrelas antigas escondidas e as "velhas
fumantes" - podem mudar o que sabemos sobre a forma como os elementos
químicos são distribuídos no espaço.
"A matéria
ejetada de estrelas antigas desempenha um papel fundamental no ciclo de vida
dos elementos, ajudando a formar a próxima geração de estrelas e
planetas," explicou o professor Philip Lucas, da Universidade de
Hertfordshire, no Reino Unido. "Acreditava-se que isso ocorria
principalmente em um tipo de estrela bem estudado chamado variável Mira. No
entanto, a descoberta de um novo tipo de estrela que emite matéria pode ter um
significado mais amplo para a disseminação de elementos pesados no Disco
Nuclear e nas regiões ricas em metal de outras galáxias."
O professor
Roberto Saito, da Universidade Federal de Santa Catarina, participou da
pesquisa.
Bibliografia:
Artigo: The
most variable VVV sources: eruptive protostars, dipping giants in the nuclear
disc and others
Autores:
P. W. Lucas, L. C. Smith, Z. Guo, C. Contreras. Peña, D. Minniti, N. Miller, J.
Alonso-García, M. Catelan, J. Borissova, R. K. Saito, R. Kurtev, M. G. Navarro,
C. Morris, H. Muthu, D. Froebrich, V. D. Ivanov, A. Bayo, A. Caratti o Garatti,
J. L. Sanders
Revista:
Monthly Notices of the Royal Astronomical Society
Vol.: 528,
Issue 2, Pages 1789-1822
DOI:
10.1093/mnras/stad3929
Artigo: Spectroscopic
confirmation of high-amplitude eruptive YSOs and dipping giants from the VVV
survey
Autores:
Zhen Guo, P. W. Lucas, R. Kurtev, J. Borissova, C. Contreras Peña, S. N.
Yurchenko, L. C. Smith, D. Minniti, R. K. aito, A. Bayo, M. Catelan, J.
Alonso-García, A. Caratti o Garatti, C. Morris, D. Froebrich, J. Tennyson, K.
Maucó, A. Aguayo, N. Miller, H. D. S. Muthu
Revista:
Monthly Notices of the Royal Astronomical Society
Vol.: 528,
Issue 2, Pages 1769-1788
DOI:
10.1093/mnras/stad3700
Artigo: On
the incidence of episodic accretion in Class I YSOs from VVV
Autores:
Carlos Contreras Peña, Philip W Lucas, Zhen Guo, Leigh Smith
Revista:
Monthly Notices of the Royal Astronomical Society
Vol.: 528,
Issue 2, Pages 1823-1840
DOI:
10.1093/mnras/stad3780
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