Equipe Internacional de Astrônomos Pode Ter Descoberto o ‘Elo Perdido’ Entre 'Estrelas de Nêutrons e Buracos Negros'
Olá leitores e leitoras do BS!
Segue abaixo uma notícia publicada
ontem (19/01) no
site “Inovação Tecnológica”, destacando que uma equipe internacional de
astrônomos pode ter descoberto o ‘Elo Perdido’ entre Estrelas de
Nêutrons e Buracos Negros. Entendam melhor essa história pela matéria
abaixo.
Brazilian Space
CIÊNCIA E
ESPAÇO
Elo Perdido Entre Estrelas de Nêutrons e Buracos Negros Pode Ter
Sido Descoberto
Redação do Site Inovação Tecnológica
19/01/2024
Via: Site Inovação Tecnológica - https://www.inovacaotecnologica.com.br
[Imagem: Daniëlle Futselaar
(artsource.nl)]
Mais Um Elo Perdido
Se, há poucos dias, descobrimos o elo
perdido entre as supernovas e as estrelas de nêutrons, agora podemos ter
preenchido o hiato que ainda existia entre essas estrelas supermassivas e os
ainda mais massivos buracos negros.
Uma equipe internacional de astrônomos
descobriu um corpo
celeste de um tipo desconhecido até agora: Ele é mais pesado do que as estrelas
de nêutrons mais pesadas que se considera possível e, ao mesmo tempo, mais
leve do que os buracos
negros mais leves já observados.
Usando o radiotelescópio MeerKAT, na
África do Sul, Ewan Barr e seus colegas queriam medir o período de um pulsar
binário de milissegundos conhecido como PSR J0514-4002E. Tendo em conta os
efeitos relativísticos, os astrônomos estimaram a massa total do sistema
binário e depois inferiram a massa do companheiro binário do pulsar.
Os resultados indicam que a companheira
binária é um objeto compacto com uma massa entre 2,09 e 2,71 massas solares,
situado na borda inferior da faixa de massa observada entre as estrelas de
nêutrons e os buracos negros. Assim, não é possível classificar com segurança
este objeto como uma estrela de nêutrons particularmente massiva ou como um
buraco negro de massa incomumente baixa.
"Qualquer uma das possibilidades
para a natureza do companheiro é emocionante. Um sistema pulsar-buraco negro
será um alvo importante para testar
as teorias da gravidade, e uma estrela de nêutrons pesada fornecerá novos
insights na física
nuclear em densidades muito altas," disse o professor Ben Stappers, da
Universidade de Manchester, no Reino Unido.
Estrelas de Nêutrons, Buraco Negro ou o Quê
[Imagem: Thomas Tauris (Aalborg
University/MPIfR)]
Quando uma estrela de nêutrons - por sua
vez o resto ultradenso de uma estrela morta - adquire muita massa, geralmente consumindo ou colidindo com outra estrela, ela entra em
colapso. O que elas se tornam depois de entrarem em colapso é causa de muita
especulação, mas os cientistas acreditam que elas possam se tornar buracos
negros, objetos tão fortes gravitacionalmente que nem mesmo a luz consegue escapar
deles - embora isto também seja objeto de muita controvérsia.
As teorias indicam que a massa total
necessária para o colapso de uma estrela de nêutrons é 2,2 vezes a massa do
Sol. A teoria também diz que os buracos negros mais leves criados por estas
estrelas são muito maiores, cerca de cinco vezes mais massivos do que o Sol,
dando origem ao que é conhecido como "lacuna de massa do buraco
negro" - e essa lacuna aparece nas observações.
A natureza dos objetos compactos nesta
lacuna de massa é desconhecida. A descoberta deste novo objeto poderá
finalmente permitir o estudo desses objetos, abrindo caminho para sua
compreensão e para o porquê de sua raridade.
Embora esta campanha de observações não
permita dizer de forma conclusiva se os astrônomos descobriram a estrela de
nêutrons mais massiva conhecida, o buraco negro mais leve conhecido, ou mesmo
alguma nova variante estelar exótica, o que é certo é que eles descobriram um
laboratório único para sondar as propriedades da matéria sob as condições mais extremas
do Universo.
Bibliografia:
Artigo: A pulsar in a binary with a compact object in the mass gap
between neutron stars and black holes
Autores: Ewan D. Barr, Arunima Dutta, Paulo C. C. Freire, Mario
Cadelano, Tasha Gautam, Michael Kramer, Cristina Pallanca, Scott M. Ransom,
Alessandro Ridolfi, Benjamin W. Stappers, Thomas M. Tauris, Vivek Venkatraman
Krishnan, Norbert Wex, Matthew Bailes, Jan Behrend, Sarah Buchner, Marta
Burgay, Weiwei Chen, David J. Champion, C.-H. Rosie Chen, Alessandro Corongiu, Marisa
Geyer, Y. P. Men, Prajwal Voraganti Padmanabh, Andrea Possenti
Revista: Science
Vol.: 383, Issue 6680 pp. 275-279
DOI: 10.1126/science.adg3005
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