Problemas no Programa Espacial da Coreia do Sul
Olá leitor,
Segue abaixo um resumo traduzido da matéria "South Korea faces hurdles with space projects", publicada em 06 de agosto de 2020 pelo jornal sul-coreano "The Korea Times", aonde destacamos os principais pontos da matéria original.
Problemas no Programa Espacial da Coreia do Sul
O primeiro satélite de comunicação da Coreia do Sul, o ANASIS-II, em 20 de Julho último a bordo do Falcon-9 da SpaceX. Fonte: Koreantimes, Administração do Programa de Aquisição de Defesa. |
Autor: Jung Da-min
Postagem: 2020-08-06 13:46
Última atualização: 2020-08-06 17:26
Traduzido e resumido por: Brazilian Space
Novos acordos entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul trouxeram alívio à décadas de restrições à Coreia do sul em utilizar combustíveis sólidos em seus veículos lançadores. A expectativa é que a Coreia possa agora lançar seus próprios satélites em órbitas baixas a partir de seus próprios lançadores.
A Coreia do Sul ocupa a posição 0,35 na escala de desigualdades da OCDE, o que a coloca acima dos Estados Unidos (0,39). Esse país pequeno (100.000 km2 de área, ou o equivalente ao estado de Pernambuco), resolveu investir 25,2 bilhões de dólares no desenvolvimento de seus lançadores. Desse total, cerca de 1/3 será para o desenvolvimento do sistema Naro-1 e os outros 2/3 para o Nuri, um segundo lançador.
Segundo Jung Da-min do Koreatimes, a iniciativa está a cargo da KARI (Instituto de Pesquisa Aeroespacial da Coreia) e os custos são bem superiores aos realizados por programas como os da SpaceX. Repercutindo uma entrevista com Kim Seung-jo, presidente anterior da KARI, "uma estrutura industrial administrada pelo governo é a razão para os alto custos e a baixa celeridade dos desenvolvimentos dos foguetes".
Ainda segundo o então presidente:
"Quando os governos lideram projetos de desenvolvimento espacial, eles recebem mais críticas por suas falhas - tal como lançamentos que não tiveram sucesso - especialmente porque esses projetos são pagos por contribuintes, mas, mais falhas nas etapas iniciais de desenvolvimento representam economias no longo prazo, uma vez que os pesquisadores aprendem muito com os desafios."
A Coreia, entretanto, tem planos ambiciosos de aplicações para o espaço, o que inclui, por exemplo, sua própria constelação de satélite de geoposicionamento (o equivalente ao GPS), o que está planejado para 2035.
Um ponto fraco da Coreia é que ela foi impedida de utilizar combustível sólido desde 1979, mas agora, com um novo acordo, as esperanças se renovaram. Com ele será possível desenvolver tanto lançadores que usam esse combustível, como combustível líquido ou híbridos.
Os atrasos provavelmente não justificam uma comparação entre os gastos do país com a SpaceX. Essa empresa americana se beneficiou de décadas de desenvolvimento em propulsão da NASA, valores que não aparecem hoje, quando se trata de fazer comparações simplistas, baseadas em investimentos recentes.
Rui Botelho
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