CNPq e AEB buscam revitalizar o Programa UNIESPAÇO

Olá, leitor!

Segue abaixo a notícia postada no site da Agência Espacial Brasileira (AEB), que agora não divulga mais a data de publicação, sobre a parceria entre a AEB e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ambos vinculados ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), para a reativação e melhoria do programa UNIESPAÇO.

Imagem: AEB em https://www.gov.br/aeb/pt-br/assuntos/noticias/parceria-entre-cnpq-e-aeb-promovera-ciencia-tecnologia-e-inovacao-no-setor-espacial

A ideia é promover e ampliar a pesquisa científica, o desenvolvimento tecnológico e a formação de recursos humanos na área espacial.

Apesar de existirem pontos em aberto, como esse estímulo vai reverter em spin-offs e desbordar para o viés do empreendedorismo não está claro, essa é uma boa oportunidade para as universidades e institutos federais poderem sustentar alguns projetos vinculados a tecnologias espaciais.

Por outro lado, ainda existe uma lacuna muito grande na formação de mão de obra de alto nível para o setor espacial, no que concerne a bolsas de estudos para pós-graducação stricto sensu. Não existe um programa no CNPq ou na CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) para estudantes de mestrado e doutorado brasileiros no exterior. 

Como exemplo cito o caso dos estudantes que vão fazer o mestrado (MASTA) e doutorado (DOCSTA) na Universidade de Beihang, na China, custeadas quase que na totalidade pelo Governo Chinês, exceto as passagens aéreas. 

Tabela 1. Custos estimados por participante dos cursos ofertados.
Fonte: Nota Técnica S/N DSAD/AEB, de 14 de março de 2017. Autor: Rui Botelho.

Origem dos dados: http://is.buaa.edu.cn/index.php/Overseas/info/id/23.html (Último acesso: 14/03/2017 16:50h) 

* 1 Real = 1,8 Yuan


Antes de 2017, a AEB fazia um "malabarismo criativo" para pagar as passagens dos estudantes com o seu próprio orçamento, o que muitas vezes gerou situações em que o estudante viajava com passagens "pagas" pela AEB, mas não tinha a garantia da volta.

Certa vez, uma mãe de um estudante que estava concluindo seus estudos na China, chegou a ameaçar a AEB de denunciá-la para que a o órgão pagasse também a passagem de volta do seu filho.

No final, deram um "jeitinho" por lá e o rapaz voltou.

Em 2017, quando ainda estava na AEB e era Presidente da Comissão de Seleção para Cursos no Exterior, apresentei um projeto na CAPES demonstrando a vantajosidade para o Brasil apoiar esses estudantes, o que foi resolvido utilizando o Edital CAPES de Demandas Expontâneas. 

Nesse ano os 5 estudantes selecionados foram para a China com a certeza do retorno, sem sobressaltos.

No entanto, é preciso tem um programa específico para o setor espacial, assim como temos editais para outras áreas de pesquisa de interesse nacional, não só para a China, mas para outros países também.

Voltando ao UNIESPAÇO, vejam a matéria na integra no link a seguir: https://www.gov.br/aeb/pt-br/assuntos/noticias/parceria-entre-cnpq-e-aeb-promovera-ciencia-tecnologia-e-inovacao-no-setor-espacial.

Saudações,

Rui Botelho
(Brazilian Space)




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