Rússia Destinará US$ 8,3 Bilhões à Exploração Espacial

Olá leitor!

Segue abaixo uma pequena nota postada ontem (24/09) no site “Diário da Rússia” informando que a Rússia destinará US$ 8,3 bilhões para a exploração espacial.

Duda Falcão

TECNOLOGIA

Rússia Destinará US$ 8,3 Bilhões
à Exploração Espacial

Governo russo quer criar novos módulos na ISS

24/09/2014 - 10h16

O governo russo alocará 321 bilhões de rublos, aproximadamente US$ 8,3 bilhões, para projetos de voos tripulados e exploração do espaço até 2025, segundo informou na terça-feira, 23, o Vice-Primeiro-Ministro do país, Dmitri Rogozin. O anúncio aconteceu durante uma visita ao Centro de Treinamento de Cosmonautas, onde o vice-premier russo explicou que o montante proposto para o programa espacial federal será aplicado no período de 2016 a 2025 e, particularmente, no desenvolvimento e na exploração da Estação Espacial Internacional (ISS), com a criação de novos módulos e de uma nave espacial automática, projetada para a realização de experimentos em alto vácuo.

Atualmente, os experimentos a bordo da base orbital se efetuam de acordo com o atual programa russo de longo prazo de pesquisas aplicadas, que envolvem a investigação de processos físicos, químicos e biológicos no ambiente espacial.

A Rússia quer aumentar suas pesquisas na
Estação Espacial Internacional.


Fonte: Site Diário da Rússia - 24/09/2014

Comentário: Isto leitor significa pouco mais de US$ 922 milhões por ano e só aplicado no programa tripulado de exploração espacial russo ligado ao Programa da Estação Espacial Internacional. Confesso que não pretendia postar esta noticia que me foi enviada pelo leitor Bernardino Coelho da Silva (ao qual eu aproveito para agradecer publicamente), pois como cidadão brasileiro estou me sentindo envergonhado, decepcionado, triste e revoltado com as inverdades que se tem publicado sobre o PEB na mídia nos últimos dois anos, principalmente as que tem como fonte o presidente de nossa Agência Espacial de Brinquedo (AEB). Note leitor que somente nesta área do Programa Espacial Russo será aplicado um valor que supera em muito os valores que envolveram todas as atividades espaciais brasileiras nos últimos dez anos. Isto é um absurdo, principalmente se levarmos em conta que o Brasil é hoje a sétima economia do mundo, a importância deste programa para o futuro de nosso país, seus modestos objetivos e seus resultados pífios alcançados em 53 anos de atividades. Encarar os problemas de frente é o primeiro passo de qualquer gestor bem intencionado, especialmente de um gestor público que tem por obrigação ser transparente e ter sempre em mente de que primeiramente ele está a serviço da nação e do órgão sob a sua gestão e não dos interesses conflitantes do governo que ele representa. Ontem fui procurado por um profissional que admiro que me perguntou o porquê em minha opinião o Brasil sendo um dos integrantes do BRICS (com exceção da África do Sul) é o mais atrasado na área de veículos lançadores? Já disse aqui por diversas vezes que Programa Espacial é uma questão de estado, porém excepcionalmente no Brasil é um programa de governo e como tal está sujeito aos interesses políticos de governos que se alternam no poder. O ponto de partida de qualquer programa espacial do mundo é o comprometimento do seu governo, expressado no apoio político e logístico, na cobrança por resultados e no financiamento dessas atividades. Resumindo, o Brasil hoje está nesta situação porque em momento algum desde Fernando Collor de Mello houve qualquer interesse do governo em implantar no país um verdadeiro programa espacial, não sendo por acaso que hoje o seu órgão responsável é mais conhecida como Agência Espacial de Brinquedo (AEB).

Comentários

  1. " EIS A QUESTÃO: NEGLIGENCIAMENTO, A A.E.B AO ANVERSO (B.E.A.)”

    Segundo alguns dicionários, significa: desleixo; abandono; descaso; esquecimento; incúria; falta de cuidados; falta de gerenciamento e responsabilidade, etc. assim negligenciar é, segundo essas compreensões, trata o PEB com: descuidado, desatender os objetivos dos programas, atrasar suas prioridades. Partindo desse entendimento, o que é omitir o programa? Porque isso acontece constantemente? Quais os fatores e/ ou determinantes, que explique essa questão NEFASTA contra a decolagem imediata do nosso Programa Espacial? Será que testemunharemos o lançamento de um HERMANOSNAUTA em seu solo pátrio? Essas são algumas perguntas que nós deixam bastante apreensivos?
    Ao refletir sobre esses aspectos e questionamentos, considero que o conceito de "NEGLIGENCIAR", está fortemente ligado ao caráter de cada cidadão, em torno de suas formações, lógico! hoje em dia, o objetivo de cada cidadão ( não são todos ! toda regra tem exceções), é angariar de forma cômoda, uma estabilidade financeira, que garanta uma poupança futura sem STRESSES e extrema preocupação, ainda de forma bastante COMODA ou ILÌCITA.
    Na maioria todos os políticos e seus delegados ( Presidentes dos Institutos e Agências), estão contidos nesta plêiade de oportunistas , (bezerros que mama nas tetas da nossa nação). Na realidade todos "NÃO ESTÃO NEM AÍ COM O PEB", estão na pura essência da contínua verdade, aproveitando das regalias e das facilidades que as comportas das injustiças, da corrupção coletiva e do laraparismo, evidenciam a muito TEMPO, em fim : FARINHA FACIL, MEU PIRÃO PRIMEIRO........., está é a pura realidade que muitas vezes, deixamos de evidenciar.
    Pressupomos que determinado administrador que assume uma Agência, Instituto , Universidade, ou até mesmo o STF , se descuidou de alguma coisa, ortogando veredictos inadequados ou omissão com os propósitos das suas entidades , em suma, pisaram na bola, perante a sociedade em geral, oh! que desleixo. Será que estes cidadões esqueceram dos seus JURAMENTOS SOLENES , quando receberam seus primeiros canudos, no dia de suas FORMATURAS? Será que suas personas , nos momentos de fraqueza humana, foram influenciadas pela maioria no poder, ou no próprio meio em que vive ? Será que estes indivíduos dormem com as consciências tranqüilas, com os deveres extremamentes cumpridos em prol da nação? Ou morrerão na praia, onde a dor da TRAIÇÃO como JUDAS, induzirão mais tarde em suas massas cefálicas , trazendo a tona, a RAZÃO da VERDADE.
    Em fim, estes são questionamentos que nos deixam perplexos, diante de tais acontecimentos e aberrações, em que a nosso BRASIL vive. Desejo sucesso ao nosso Programa Espacial Brasileiro, SALVE A NOSSA NAÇÃO! das células cancerígenas, que encontra- se em fase de MESTATÁSE em todo país.”

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  2. Só lembrando que uma possível mudança de governo não necessariamente trará soluções para o PEB. Nosso programa é essencialmente estatal, com baixo envolvimento das empresas. O passo lógico para um governo economicamente liberal é reduzir o peso do estado em suas atividades, o que resultaria em cada vez menos investimentos governamentais no programa espacial. Por essa doutrina econômica esses investimentos seriam recuperados com um maior aporte vindo das empresas, mas sabemos que no Brasil nada é tão fácil assim, e não há perspectiva nenhuma de termos um grande envolvimento do setor privado em nossas questões espaciais, ganhe quem ganhar.

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  3. E só para contextualizar, vejam o ranking das principais economias do Mundo divulgado no primeiro semestre desse ano:

    Maiores economias do mundo

    1. Estados Unidos
    2. China
    3. Índia
    4. Japão
    5. Alemanha
    6. Rússia
    7. Brasil
    8. França
    9. Reino Unido
    10. Indonésia

    O estudo considera o critério de paridade de poder de compra (PPP, na sigla em inglês). O cálculo é considerado a melhor maneira de comparar o tamanho de diferentes economias, por refletir melhor o custo de vida.

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  4. Nos últimos anos, a indústria espacial russa não está apresentando o melhor dos tempos. Isto pode ser visto por lançamentos de emergência repetidos dos diversos satélites. Por exemplo, em dezembro de 2010, como resultado de uma falha no lançamento, ao mesmo tempo três satélites GLONASS caíram no Oceano Pacífico.
    Em fevereiro de 2011, a Rússia não conseguiu levar à órbita o satélite geodésico militar Geo-IK-2. No mesmo ano, em agosto, foi realizado o lançamento mal sucedido do satélite Express AM4. Em seguida, o cargueiro russo Progress M-12M logo depois de ser lançado da base de Baikonur (Cazaquistão) caiu no sul da Sibéria.
    Em novembro de 2011, a Agência Espacial Federal Russa (Roscosmos) não conseguiu lançar a Marte a estação interplanetária automática Phobos-Grunt, e em dezembro de 2011 foi perdido o satélite de comunicações Meridian 5.
    Em agosto de 2012 aconteceu um novo fracasso – desta vez, não foi possível lançar os satélites Express MD2 e Telkom 3. Em julho de 2013, o veículo lançador Proton-M, que transportava três satélites para o sistema de navegação russo GLONASS, explodiu logo após seu lançamento.
    O lançamento do satélite Yamal-402 em dezembro de 2012, ao custo de 16 bilhões de rublos, quase tornou-se num dos maiores fracassos espaciais da Rússia dos últimos anos. O veículo lançador Proton com o bloco acelerador Briz-M colocou o satélite mencionado em órbita errada. Eventualmente, o Yamal-402 integrou sua órbita programada com seus próprios motores, mas o gasto de combustível durante estas manobras reduziu a vida do satélite de 19 a 12 anos.

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  5. 2
    Em julho de 2014 foi perdido o contato com o satélite científico russo Foton-M4, projetado para pesquisa e testes nos campos da física de microgravidade, biologia espacial e biotecnologia, inclusive a pesquisa de amostras biológicas no espaço aberto. O satélite tem 21 aparelhos científicos, indicando sobre o seu custo considerável.
    No dia 22 de agosto de 2014, a partir do centro espacial na Guiana Francesa foi lançado o veículo lançador russo Soyuz-ST com uma carga útil de dois satélites do sistema de posicionamento global europeu GALILEO. Os satélites ficam no espaço, mas numa órbita elíptica mais abaixo do que foi previsto. Desta vez, quem falharam foram os blocos aceleradores Fregat-MT, produzidos pela empresa russa Lavochkin. Como resultado, os satélites são perdidos porque não podem operar em órbita não programada.
    Então, o que exatamente está acontecendo com a tecnologia espacial russa? O que é a causa do funcionamento não confiável dos lançadores? Na verdade, se rejeita a lenda da Rússia poderosa e impecável, tudo cai rapidamente em lugar e parece muito simples e banal.
    Apesar da aura de grandeza da indústria espacial russa, com nível insuperável dos desenvolvimentos, tão persistentemente criada ao longo dos anos pela propaganda russa, hoje a indústria está num estado de crise profunda sistêmica e estagnação. A análise mostra que desde o início dos anos 2000, o número de acidentes e situações de emergência na indústria espacial da Rússia subiu mais de 10%. Mas os estudos dos defeitos, feitos após os acidentes, revelaram que não houve nenhum ponto fraco. As rupturas ocorrem mais frequentemente, mas são detectadas em locais diferentes. Portanto, os problemas da produção são sistêmicos.

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  6. 3
    Obviamente, um dos principais problemas e a causa de todos os males, é uma falta de pessoal qualificado. A causa que é fortemente recusada a reconhecer oficialmente pela liderança russa. O país de tamanho grande não tem nada mais com a continuidade dos profissionais. O fato é que, em vez de engenheiros geniais que se tornaram aos gerentes altamente qualificados, dedicando à exploração espacial toda a sua vida, vieram assim chamados gerentes eficazes - nomeados das estruturas de poder (militares, membros do governo, etc.). Eles praticamente não compreendem as verdades elementares da engenharia, mas são versados em finanças públicas e questões de execução orçamental. Além disso, nos últimos anos, há uma tendência negativa de redução do número das instituições de ensino especializadas que formam especialistas na área de desenvolvimento de veículos lançadores, o que, como tantas outras coisas, é justificada pela falta dos recursos.
    Ademais, há evidências não únicas que nos alguns sistemas espaciais russos, devido à falta de dinheiro, o processo tecnológico é violado com uso de materiais mais baratos, o que por sua vez leva inevitavelmente a consequências irreparáveis ...
    No entanto, a Rússia volta cada vez mais para a postura militar imperial. O país pode unilateralmente alterar os acordos firmados anteriormente, usa amplamente a concorrência desleal e impede a implementação de outros projetos internacionais em seus próprios interesses, inibe o desenvolvimento de tecnologia nos países com os quais já tem parcerias estabelecidas. Como exemplo de tal situação, cabe mencionar um projeto conjunto fracassado com a República da Coreia do foguete chamado Naro, qual primeiro estágio da produção russa era secreto e não sujeito à comercialização, por isso a Coréia foi simplesmente usada para os testes de voo do primeiro estágio do veículo lançador Angara.
    Tendo isso em mente, seria lógico a se perguntar sobre as perspectivas futuras da indústria espacial da Rússia. E para os investidores e empresas estrangeiras não seria errado ponderar cuidadosamente os prós e os contras antes de contar com o apoio da Rússia em desenvolvimento conjunto de tecnologias espaciais, bem como em lançamento de algumas naves espaciais.
    http://www.cosmonoticias.org/lanzamiento-de-meteor-m-2-y-reentrada-de-tercera-etapa-del-soyuz/#disqus_thread

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