Contrato da Telebrás com Ministério da Defesa Para Uso do SGDC Foi de R$ 489 Milhões

Olá leitor!

Segue abaixo uma nota postada ontem (12/09) no site “TELETIME” destacando que o contrato da Telebrás com o Ministério da Defesa para o uso do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) foi de R$ 489 milhões.

Duda Falcão

SATÉLITES

Contrato da Telebrás com Ministério da Defesa
Para Uso do SGDC Foi de R$ 489 Milhões

Sexta-feira, 12 de setembro de 2014, 13h16

A Telebrás publicou comunicado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta sexta-feira, 12, divulgando detalhes sobre o contrato assinado com o Ministério da Defesa para uso da banda X do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). O diretor de relações com investidores da empresa, Francisco Ziober Filho, afirma que o contrato teve preço global de R$ 489 milhões, com previsão de pagamento em quatro cotas, sendo a primeira, de R$ 40 milhões, ainda neste ano. "As demais, a depender da disponibilidade orçamentária do Ministério da Defesa, nos anos de 2015 e 2016".

O comunicado da Telebrás foi, na verdade, uma resposta ao questionamento da Superintendência de Acompanhamento de Empresas da BM&FBovespa sobre oscilação das ações da empresa na última quinta, 11, quando a cotação dos papéis chegou a subir 36,99%. Ziober Filho declarou que "não há qualquer fato do conhecimento da Telebrás que possa justificar as oscilações das ações, aumento do número de negócios e da quantidade negociada, exceto talvez pelo fato de que, em 10/09/2014, o Ministério da Defesa fez publicar no Diário Oficial da União o extrato de contrato de cessão de direito de uso futuro de infraestrutura satelital relativo à Banda X do Projeto Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas – SGDC entre Ministério da Defesa e Telebrás".

Além do uso da banda X para comunicações militares, o SGDC terá ainda capacidade em banda Ka, operada pela própria Telebras para garantir a segurança das redes do governo e para levar o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL) às regiões mais afastadas dos grandes centros.

O projeto do SGDC foi orçado em R$ 1,8 bilhão e o satélite está em fase de construção na França, pela empresa Thales Alenia Space, que venceu a seleção internacional de fornecedores, promovida pela Visiona Tecnologia Espacial, joint-venture da Telebras e Embraer que atua como empresa integradora do projeto. Além da construção do satélite, as empresas vencedoras da seleção internacional se comprometeram, em contrato, a promover a transferência de tecnologia para o Brasil, com vistas a alavancar a indústria espacial brasileira neste setor. A adesão ao Plano de Absorção e Transferência de Tecnologia foi condição obrigatória aos fabricantes interessados em fornecer o satélite para o Sistema SGDC. A execução do Plano de Absorção e Transferência de Tecnologia está sendo conduzida pela AEB (Agência Espacial Brasileira). A empresa Arianespace será a responsável por colocar o satélite em órbita, com lançamento previsto para 2016, na base espacial da Guiana Francesa.


Fonte: Site TELETIME - http://www.teletime.com.br/

Comentário: Pois é leitor, só o valor do contrato deste engodo tecnológico é maior do que todo o orçamento previsto da nossa Agência Espacial de Brinquedo (AEB) para o ano de 2015. E vamos que vamos. Lamentável!

Comentários

  1. Esse satélite é muito necessário, apesar de não acrescentar quase nada ao PEB por ser importando pronto. Mas o MD atualmente usa comunicações de satélites comerciais estrangeiros, algo impensável para uma força militar. De modo que eu não vejo uma opção de não comprar. Pelo menos no curto prazo é o que pode ser feito. O preço é que parece alto.
    Espero que no médio prazo existam satélites geoestacionários nacionais de verdade, ou até mesmo em parceria com a China.
    Oséias Martins

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    1. "Mas o MD atualmente usa comunicações de satélites comerciais estrangeiros, algo impensável para uma força militar."
      Y yo agregaría que nunca se sabe si el fabricante dejo un backdoor abierto por las dudas. En caso de conflicto bélico, las naciones Europeas se alinean y responden a los mandato de Estados Unidos, algo que hemos aprendido en Argentina luego de la guerra de Malvinas.

      Yo creo que Brasil tiene que apostar a fabricar sus propios satélites.
      Saludos

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  2. E além disso, misturar interesses privados com assuntos de segurança e o Ministério da Defesa...

    Que bagunça !

    Será que é tão difícil enxengar que o correto seriam dois programa espaciais separados com objetivos e comando completamente diferentes. Um do Ministério da Defesa outro do Ministério de Ciência Tecnologia e Inovação.

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  3. Em materia de satelites parece que a Argentina ganha ao Brasil de goleada. Mas tenho que confessar que o Brasil realmente precisa de qualquer coisa que veja a mao para melhorar as telecomunicacoes e internet, porque eu creio que o Brasil em termos da qualidade de servico esta a uns 10 ou 15 anos de distancia da Europa.

    Esperemos que os pequenos frutos do lancamento do VLS-1 e do VML-1 possam dinamizar um pouco as coisas. Mas melhor mesmo seria que a esquerda saisse de vez do poder.

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  4. A Argentina está na frente...

    http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/argentina-lancara-primeiro-satelite-geostacionario-de-fabricacao-propria

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    1. Olá Ricardo!

      Já noticiamos esta notícia aqui amigo. Mas obrigado assim mesmo.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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  5. Em contato com fontes argentinas, me informaram que os satélites made in Argentina possuem muitos, mas muitos componentes estrangeiros.

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  6. Sobre alguns dos comentários acima:

    Absolutamente TUDO que depende de chips importados corre o risco de ter uma porta de interceptação. Então é muito mais complicado do que usar "componentes" importados. Se for um componente "nacional" usando um chip fabricado fora, mesmo assim, existe o risco...

    E sobre a composição do satélite argentino, não vejo nenhum problema. No estágio comercial e principalmente industrial tão atrasados em que Brasil e Argentina se encontram não temos alternativa se não usar componentes estrangeiros.

    A grande questão aqui, é política: de escolher com quem vamos nos associar. Eles optaram pelos Estados Unidos. Nós "preferimos" a China...

    Cada um com o seu cada qual...

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    1. Caro Marcos Ricardo,

      Concordo plenamente pois os americanos também usam hoje componentes feitos na Asia, pois as fabricas em solo americano de circuitos foram descentralizados para obter custo menor, hoje amargam também uma dependencia de plantas no exterior para crescimento de silicio. Na Europa idem, poucas são as plantas fabris de semicondutores , o encapsulamento é que continua sendo feito nos EUA e Europa,
      O questionamento foi que temos que nos conscientizar que o projeto de integração e requisitos é importante e ter consciencia que fabricar tudo é uma utopia, pois não fabricamos em nenhum pais da America do Sul semicondutores de elevada escala de integração (VLSI), nem mesmo nas universidades.
      Mais do que a questão de soberania, o desenvolvimento da capacidade industrial em desenvolver projetos de integração claros e concisos, como o INPE tem tentado realizar, porém deve ser feito com planejamento e orçamento adequados, pessoal , material e financeiro.

      Tenho esperanças, mas temos que trazer à realidade os fatos concretos, dizer que a argentina fez TODO o seu satelite nacional é falso, pois eles fizeram o que nós temos condições de fazer integraram soluções e tecnologias num projeto completo, com o suporte técnico de empresas competentes para tal feito.

      Agora a segurança de dados e garantia de funcionamento continuo alheio aos interesses dos fornecedores destas tecnologias é outra história.

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